O que acontece no Chipre e por quê?

Mais uma vez a Troika atua com falta de inteligência e imprudência imperdoáveis. Irá carregar por muitos anos o sistema bancário cipriota, ao tentar reviver um morto que não poderá levantar a cabeça. Empobrece-se por décadas uma população, enquanto o modelo de paraíso fiscal permanece lá, intacto. Por Juan Torres López, do Rebelión

A grande maioria das pessoas se espantou quando ficou conhecido que a Troika (Comissão Europeia, Banco Cental Europeu e o FMI) acabara de ceder um empréstimo ao Chipre com a condição de privatizar serviços públicos e diminuir gastos e de estabelecer um imposto de 9,9% (como se fosse oferta de um supermercado) para depósitos acima de 100 mil euros e de 6,75% para os menores. Continuar lendo

Resíduos sólidos e responsabilidade civil

A Política Nacional de Resíduos Sólidos foi um avanço para a sociedade brasileira, porque força toda a cadeia produtiva a investir em novas tecnologias e ideias para diminuir o impacto da produção industrial no meio ambiente

Patrícia Faga Iglecias Lemos

RECICLA, SÃO PAULO! A maior cidade do País recicla pouco mais de 1% de todo o lixo produzido diariamente. Segundo dados da Prefeitura de São Paulo, apenas 214 toneladas das 18,3 mil toneladas de resíduos sólidos coletados diariamente nas ruas da capital paulista são recicladas, o que representa 1,18% do total.

A ampliação das necessidades, primárias ou socialmente induzidas, e a correspondente elevação do consumo geraram o aumento de resíduos, principalmente no meio urbano, com repercussões no meio ambiente e na saúde pública, o que, paradoxalmente, afeta a qualidade de vida. Partindo do pressuposto de que o consumo é um ato social, realizado a partir de padrões culturais, há o reconhecimento da fragilidade do consumidor e da necessidade de uma proteção aos princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010). A partir dessa constatação, entendemos pelo cabimento de soluções macro que envolvem uma atuação preventiva, a partir da educação ambiental, da conscientização, bem como da sistemática da responsabilidade civil, solução essa encontrada via responsabilidade pós-consumo. Continuar lendo

MMA em ação

Equipe de técnicos e especialistas do Ministério do Meio Ambiente respondem questões sobre Educação Ambiental, Lei dos Resíduos Sólidos, Bolsa Verde e outros temas

Maurício Barroso

Criado em novembro de 1992, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) tem como algumas missões promover a adoção de princípios e estratégias para o conhecimento, a proteção e a recuperação do meio ambiente, o uso sustentável dos recursos naturais, a valorização dos serviços ambientais e a inserção do desenvolvimento sustentável na formulação e na implementação de políticas públicas participativas e democráticas em todos os níveis e instâncias de governo e sociedade. Dentro dessas prerrogativas, o MMA realiza campanhas educacionais, como a do “Passaporte Verde”: voltada para o turismo sustentável, com o objetivo de apoiar a qualificação da cadeia produtiva do turismo e a implantação de infraestrutura básica e turística. A ação também incentiva o turista a consumir de forma consciente e a reduzir os impactos do turismo no meio ambiente. Já a campanha “Saco é um Saco” chama a atenção para o enorme impacto ambiental dos sacos plásticos e sugere outros caminhos para um consumo consciente. E o governo Federal, por meio dos ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, lançou a campanha “Separe o lixo e acerte na Lata”, cujo objetivo é preparar a sociedade brasileira para uma mudança de comportamento em relação à coleta seletiva do lixo, ressaltando os benefícios ambientais, sociais e econômicos do reaproveitamento dos resíduos sólidos para o País. Continuar lendo

Mulheres na construção civil

Para suprir a demanda do mercado superaquecido, a força de trabalho feminina assume tarefas antes masculinas e se destaca pelo perfeccionismo

Maurício Barroso

O ingresso cada vez maior de mulheres no mercado da construção civil está sendo impulsionado pela falta de mão de obra masculina e pela demanda crescente da indústria. São serventes, carpinteiras, ajudantes de obra, pedreiras, soldadoras, técnicas em segurança do trabalho e engenheiras. Elas se misturam aos homens com naturalidade e em condições de realizar as tarefas com tanta competência quanto os trabalhadores. Continuar lendo

Universo das classes

Estudo publicado pelo Banco Mundial define a classe média como o grupo formado por aqueles que não correm mais o risco de retornar à pobreza

Alcides Leite

O Banco Mundial lançou recentemente a publicação Economic Mobility and the Rise of the Latin American Middle Class, dos autores Francisco H. G. Ferreira, Julian Messina, Jamele Rigolini, Luis-Felipe Lopez-Calva, Maria Ana Lugo e Renos Vakis.

Esta publicação, que, em tradução livre, se intitula Mobilidade Econômica e Crescimento da Classe Média Latino-Americana, mostra que, após décadas de estagnação, a classe média na América Latina cresceu a ponto de atingir o mesmo tamanho da classe dos pobres. Continuar lendo

Dez anos depois, o que aconteceu com o Iraque?

A invasão do Iraque foi responsável pela morte de centenas de milhares de pessoas e pela desestabilização do Estado local. Sob a máscara de uma surpreendente normalidade, as tensões políticas e religiosas persistem em Bagdá

por Peter Harling, Hamid Yasin

(Presentes para o Valentine’s Day são vendido em rua de Bagdá)

Depois de aterrorizantes violências que destruíram centenas de milhares de vidas e não deixaram quase ninguém sem uma história trágica para contar, o Iraque se instala numa nova normalidade, mas sem tomar uma direção compreensível nem permitir aos iraquianos ter uma projeção do futuro. “Como contar o que houve nos dez últimos anos?”, pergunta-se um romancista que está justamente tentando fazer isso. Continuar lendo

Programa Universidade para Todos: democratizar ou mercantilizar?

Muitos estudantes se beneficiaram do ProUni. E devem ser apoiados em seu direito à educação superior. O problema é que tal política destrói qualquer projeto democrático de nação

por Roberto Leher

A expansão das matrículas do ensino médio, o recrutamento de força de trabalho pelo capital e as mobilizações de estudantes e docentes em prol de uma reforma universitária tornaram improrrogável a questão da democratização do acesso à educação superior. O crescimento econômico motivou a emergente classe média a investir – como o passaporte para a mobilidade social – em cursinhos pré-vestibulares para garantir o acesso de seus filhos à universidade. Os estudantes excedentes (aprovados, mas sem vagas) saíram às ruas em protestos que abalavam a imagem do “Brasil potência”.

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Mal de Chagas atinge países desenvolvidos

Segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde, pelo menos 10 milhões de pessoas estão infectadas pela doença em todo o mundo

por Por Heitor Shimizu,da Agência Fapesp, de Tóquio

Barbeiro (Rhodnius prolixus), um dos tansmissores da doença de Chagas

 

Agência FAPESP – A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que pelo menos 10 milhões de pessoas no mundo estejam infectadas pela doença de Chagas, que em 2008 matou mais de 10 mil. A grande maioria dos infectados vive em países latino-americanos, mas o problema já atinge países desenvolvidos.

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Cadeia? Só para os pobres

Quando a justiça triunfa, mesmo significando cadeia para um criminoso, há sempre que se alegrar. Fui tomado por esse sentimento, dias atrás, ao ler a notícia de que uma motorista havia sido presa após furar uma blitz da polícia, no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro.  Os delitos cometidos – sejamos sérios – não eram tão graves em relação a tantos outros diariamente comentados pela mídia. Não obstante, para minha surpresa, a notícia teve ampla repercussão na imprensa carioca, com direito a foto na primeira página.

Foto: Adenilson Nunes/Governo da Bahia

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Sudeste é única a reduzir homicídios entre 1998 e 2008, diz Banco Mundial

Um estudo do Banco Mundial divulgado nesta sexta-feira aponta que a região Sudeste foi a única que teve queda na taxa de assassinatos no Brasil, entre 1998 e 2008. De acordo com dados da instituição internacional, as políticas de segurança adotadas por três Estados do Sudeste foram importantes para reduzir os índices de homicídio na região.

Entre as políticas citadas pelo banco estão ações policiais implantadas no Estado de São Paulo, como o uso de um sistema de monitoramento de ocorrências criminais, disque-denúncia (em que cidadãos denunciam crimes) e a captura de criminosos responsáveis por múltiplos assassinatos.

São Paulo é o destaque da publicação do Banco Mundial, que mostra que, de 1999 a 2008, o Estado reduziu em 66% a taxa de homicídios. A cidade de São Paulo teve queda de 76% nos assassinatos no mesmo período.

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