Um país pode morrer?

Com níveis cada vez menores de fecundidade e emigração em massa, países da Europa Oriental poderiam se tornar exemplos de Estados insustentáveis

Histórico prédio Buzludzha, abandonado em Shipka, na Bulgária

O desaparecimento de povos é um acontecimento raro na história mundial, mas não inédito. As grandes cidades e centros cerimoniais maias estão em parte preservados, em países como México e Guatemala, embora a civilização que chegou a ter mais de 10 milhões de pessoas tenha desaparecido por volta do ano 950. Mas seria possível um cenário catastrófico como esse ocorrer nos dias atuais também com um país?

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‘Brasil forma muito mal seus professores’, diz pesquisadora

Para a doutora em Educação pela Universidade de Harvard, o país erra ao ser pouco específico nas diretrizes curriculares

Em comparação com países que obtêm bons resultados na Educação, o Brasil comete um grave erro ao ser pouco claro na definição do currículo da educação básica. Este equívoco é agravado pelo fato de que, por aqui, orientações pouco claras sobre o que e como ensinar acabam caindo nas mãos de professores muitas vezes mal formados, mas com autonomia total para escolher como trabalhar conteúdos em sala de aula.

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Os EUA e a conjuntura geopolítica internacional

O novo papel dos EUA depois do início do segundo período presidencial de Obama tem sido o de afirmar sua liderança no cenário mundial. Primeiro vai fortalecendo a economia interna em seu país, orientando a liquidez monetária para o consumo de massas. Depois, impulsiona a corrida tecnológica em serviços informáticos e de comunicação.

Mario Burkun*

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Poder, geopolítica e desenvolvimento

O capitalismo nasceu associado com um sistema de poder específico, o sistema interestatal europeu. E, desde o início, foi um dos principais instrumentos de poder dos estados que se impuseram, transformando-se nas primeiras ‘grandes potências’ do sistema.

José Luís Fiori

“Em última instancia, os processos de desenvolvimento econômico também são lutas de dominação”.
Max Weber, Escritos Politicos I, Folios Ediciones, Mexico, 1982, pág. 18

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De Volta para o Passado

O medo tomou conta de nossa civilização. O mesmo medo que assaltou os ingleses do século XV e que Thomas Morus descreve em sua Utopia

Um parente de meu vizinho aqui da esquerda recebeu uma visita indesejada numa noite qualquer do mês passado. Dois indivíduos armados pularam-lhe o muro e entraram pela porta da cozinha. Continuar lendo

Rumo a um neo-totalitarismo?

Um painel de controle da Agência de Segurança Nacional (NSA), nos EUA

Espionagem militar maciça dos EUA apoia-se na cumplicidade das corporações da internet e numa safra de filmes pró-guerra. Felizmente, agora sabemos de tudo  

Por John Pilger, do NewStatesman | Tradução Resistir.Info e Cauê Ameni

No seu livro, Propaganda, publicado em 1928, Edward Bernays escreveu: “A manipulação consciente e inteligente dos hábitos organizados e das opiniões das massas é um elemento importante na sociedade democrática. Aqueles que manipulam este mecanismo ocultos da sociedade constituem um governo invisível, o qual é o verdadeiro poder dominante no nosso país”.

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Ignacio Ramonet: “Somos todos vigiados”

Que é a mega-rede global de espionagem montada pelos EUA. Como os cidadãos são monitorados. Por que a denúncia de Edward Snowden é um fato histórico

Por Ignacio Ramonet | Tradução Cauê Ameni

Nós já temíamos (1). Tanto a literatura de (1984, de George Orwell), como o cinema (Minority Report, de Steven Spielberg) haviam avisado: com o progresso da tecnologia da comunicação, todos acabaríamos sendo vigiados. Presumimos que essa violação de nossa privacidade seria exercida por um Estado neototalitário. Aí nos equivocamos. Continuar lendo

Assange: a América Latina na era das cyberguerras

Espionagem global é ponta de gigantesco iceberg. Controle dos fluxos de comunicação é nova arma dos Impérios. Alternativa pode estar no Sul

Por Julian Assange | Tradução: Vila Vudu | Imagem: Diego Rivera,  Niños Héroes

O que começou como meio para preservar a liberdade individual pode agora ser usado por Estados menores, para frustrar as ambições dos maiores.

cypherpunks[1] originais eram, na maioria, californianos libertaristas.[2]  Eu vim de tradição diferente, onde todos nós buscávamos proteger a liberdade individual contra a tirania do Estado. Nossa arma secreta era a criptografia. Continuar lendo

A grande cilada egípcia

Cada vez fica mais claro: militares, mídia e elite empresarial deram golpe aproveitando-se da ingenuidade de movimentos que julgavam fazer nova revolução

Por Ramzy BaroudAsia Times Online | Tradução Vila Vudu

“A revolução morreu. Longa vida à revolução” – escreveu Eric Walberg, autor e especialista em política do Oriente Médio, logo depois que os militares egípcios derrubaram o presidente democraticamente eleito no Egito, Mohammed Morsi, dia 3 de julho. Mas, com mais precisão, deve-se dizer que a revolução foi assassinada, morte lenta e terrível, por vários, muitos assassinos.

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Novas revoltas globais: o sentido está em disputa

Mulheres egípcias em manifestação no Cairo, usada pelos militares como pretexto para golpe de Estado

Elas surgem à esquerda e estão ligadas à tradição anti-autoritária de 1968. Mas correm risco: resvalar para direção oposta à original

Por Immanuel Wallerstein | Tradução: Gabriela Leite

O levante, agora persistente, na Turquia foi seguido por uma revolta ainda maior no Brasil, que por sua vez foi acompanhada por manifestações menos noticiadas, mas não menos reais, na Bulgária. Obviamente, estes protestos não foram os primeiros, e muito menos os últimos, em uma série realmente mundial de revoltas, nos últimos anos. Continuar lendo