Como ocorreu o milagre econômico de Hong Kong – da pobreza à prosperidade

Hong Kong, dias atuais

Com milhões de refugiados chineses, sofrendo com um embargo comercial e com sua infraestrutura estrangulada, a Hong Kong do início da década de 1950 parecia confirmar os prognósticos pessimistas feitos no século XIX.

No entanto, esta enxurrada de refugiados era composta por milhões de indivíduos que, embora completamente pobres, fugiram para Hong Kong em busca de liberdade.  E embora Hong Kong não possuísse a infraestrutura adequada para recebê-los, ela fornecia ampla liberdade para qualquer indivíduo que quisesse colocar seus talentos empreendedoriais em ação.

Não havia na ilha as mesmas restrições cambiais vigentes no Reino Unido e em grande parte da Europa — o que significava que o dólar de Hong Kong, que era ancorado à libra esterlina, era livremente conversível em outras moedas —, e a quantidade de regulamentações sobre a economia era desprezível.

A combinação entre mão-de-obra à procura de trabalho e empreendedores com conhecimento e algum capital oriundos de Xangai — até então a grande cidade capitalista chinesa — forneceu a matéria-prima para o crescimento industrial iniciado na década de 1950.  A economia começou a prosperar. Continuar lendo

“Na Amazônia, o que ocorreu e continua ocorrendo é um processo de colonização”

“Os responsáveis pelos lotes são originários de vários estados do Brasil. No entanto, foi do estado do Paraná que a maior parte dessas pessoas veio, fazendo da região Sul do país a de maior migração para o assentamento [de Matupi]”, afirma a pesquisadora

Por Luciano Gallas

Do IHU-Online

“É preciso entender o papel da política agrária que acontece no nosso país, pois na Amazônia o que ocorreu e continua ocorrendo é um processo de colonização, por meio de uma reforma agrária conservadora e como forma de desviar a reforma agrária do centro-sul do país, onde realmente existe demanda por esta questão”, afirma a bióloga Viviane Vidal da Silva. Ela obteve doutorado em Ciências Biológicas, área de concentração em Ecologia Aplicada, com pesquisa sobre o impacto das atividades produtivas do assentamento agrário de Matupi, estado do Amazonas, na paisagem natural daquela região.

De acordo com a pesquisa realizada pela bióloga, o assentamento é o principal responsável pelo desmatamento na região, já que os lotes não observariam os limites impostos pela legislação no que se refere às áreas de preservação florestal em função da substituição da atividade agrícola pela pecuária. Continuar lendo

Pirâmide maia de 2.300 anos é destruída para criar uma nova estrada

Autoridades de Belize, na América Central, confirmaram que uma escavadeira destruiu uma das maiores pirâmides maias do país. Jaime Awe, chefe do Instituto de Arqueologia de Belize,  disse que o templo Noh Mul foi destruído quando operários de uma empreiteira buscavam cascalho para preencher buracos na estrada antes de ela ser pavimentada.

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“Eu vi a África além dos preconceitos”

Garota em Luanda, capital de Angola. Sinal de mudanças: desde 2006, país atrai dezenas de milhares de portugueses, que fogem da crise europeia e buscam trabalho

Um economista brasileiro relata reunião em que continente articulou ampliação das mudanças que vive – ainda que Ocidente não enxergue…

Por Ladislau Dowbor

A África continua a ser apresentada como o continente da violência e da miséria. A realidade é que ambas as avaliações são corretas, mas enganadoras. Primeiro, porque francamente não é um privilégio africano, as tensões estão se avolumando por toda a parte, e a miséria acumulada em outros continentes é imensa, sem falar da nova miséria nos Estados Unidos e na Europa. Continuar lendo

Geopolítica: Disputa entre China e Índia pela África expõe diferença nos Brics

Na competição por recursos e mercados globais, os Brics são ao mesmo tempo parceiros e concorrentes. O dilema fica evidente na corrida bilionária de chineses e indianos no continente africano.

Os números impressionam: o comércio entre China e África do Sul passou de 1,5 bilhão para 60 bilhões de dólares em 15 anos. Os investimentos chineses no país chegam a 10 bilhões de dólares. A África do Sul é hoje, de longe, o maior parceiro comercial da China na África.

Com um sistema bancário e financeiro de primeira categoria e uma excelente infraestrutura, a África do Sul é a porta de entrada ideal para a China num continente africano em expansão. Além disso, o portfólio e o engajamento chineses entre a Cidade do Cabo e o Cairo crescem constantemente. E incluem um volume de negócios na ordem de 100 bilhões de euros, obras gigantescas de infraestrutura e programas de apoio de bolsas de estudo.

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Bolívia anuncia processo contra Chile em Haia para ter acesso ao mar

Evo Morales sublinhou que a falta de saída ao mar é uma condenação perpétua que “estrangula” a economia boliviana

O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou neste sábado (23/03) que “nos próximos dias” o país irá apresentar na Corte Internacional de Haia um processo contra o Chile para buscar uma restituição da saída soberana ao mar, perdida em uma guerra há 134 anos. O presidente chileno, Sebastían Piñera, respondeu que o “Chile e seu povo defenderão com toda a força da união nacional, a história e a verdade seu território, seu mar, seu céu e também sua soberania”.

Evo Morales discursa em La Paz: “unidos com trabalho e esforço, com segurança, em breve voltaremos a ter acesso ao mar”

“Decidi que nos próximos dias uma comissão viajará a Haia para apresentar um processo para retornar ao mar com soberania”, disse Morales em seu discurso para lembrar a invasão do território litorâneo boliviano em 1879 e comemorar o Dia do Mar. “Com a força da razão e com o calor da união do povo boliviano, faremos valer perante o mundo nosso direito a ter um acesso soberano ao mar”, acrescentou.

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MMA em ação

Equipe de técnicos e especialistas do Ministério do Meio Ambiente respondem questões sobre Educação Ambiental, Lei dos Resíduos Sólidos, Bolsa Verde e outros temas

Maurício Barroso

Criado em novembro de 1992, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) tem como algumas missões promover a adoção de princípios e estratégias para o conhecimento, a proteção e a recuperação do meio ambiente, o uso sustentável dos recursos naturais, a valorização dos serviços ambientais e a inserção do desenvolvimento sustentável na formulação e na implementação de políticas públicas participativas e democráticas em todos os níveis e instâncias de governo e sociedade. Dentro dessas prerrogativas, o MMA realiza campanhas educacionais, como a do “Passaporte Verde”: voltada para o turismo sustentável, com o objetivo de apoiar a qualificação da cadeia produtiva do turismo e a implantação de infraestrutura básica e turística. A ação também incentiva o turista a consumir de forma consciente e a reduzir os impactos do turismo no meio ambiente. Já a campanha “Saco é um Saco” chama a atenção para o enorme impacto ambiental dos sacos plásticos e sugere outros caminhos para um consumo consciente. E o governo Federal, por meio dos ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, lançou a campanha “Separe o lixo e acerte na Lata”, cujo objetivo é preparar a sociedade brasileira para uma mudança de comportamento em relação à coleta seletiva do lixo, ressaltando os benefícios ambientais, sociais e econômicos do reaproveitamento dos resíduos sólidos para o País. Continuar lendo

Boaventura Santos: Chávez e o papel do carisma

Para sociólogo português, identificação com governante popular pode mobilizar e conscientizar. Problema é que termina com a morte

Por Boaventura de Sousa Santos, no site de Ladislau Dowbor

Morreu o líder político democrático mais carismático das últimas décadas. Quando acontece em democracia, o carisma cria uma relação política entre governantes e governados particularmente mobilizadora, porque junta à legitimidade democrática uma identidade de pertença e uma partilha de objetivos que está muito para além da representação política. As classes populares, habituadas a serem golpeadas por um poder distante e opressor (as democracias de baixa intensidade alimentam esse poder) vivem momentos em que a distância entre representantes e representados quase se desvanece. Continuar lendo

De quem é a terra na Bolívia?

O delicado problema de conflitos fundiários e de territórios, que por tantos anos foi ignorado, começa a ser discutido no país

O delicado problema de conflitos fundiários e de territórios, que por tantos anos foi ignorado, começa a ser discutido no país

Por Lídia Amorim

Todos os dias, antes que o sol saia no horizonte, Octavio Yauquirena se levanta para trabalhar. A divisão de trabalho na comunidade onde vive se dá de acordo com o que o coletivo decide, distribuindo-se tarefas como caçar, pescar, cuidar das árvores de cacau silvestre, plantar, colher, limpar terreno. Octavio é indígena guarayo, e vive na comunidade de Urubichá. A poucos quilômetros dali está o que antes era a fazenda de Laguna Coração e agora é uma comunidade campesina. No local, vive Ceferino Cuentas. Quando a fazenda foi expropriada, ele veio com sua família de La Paz, e hoje tem seu pequeno pedaço de terra onde planta produtos orgânicos em sistemas diversificados. E, ao lado do grupo de camponeses, separados apenas por uma pequena estrada de chão, está uma grande propriedade de soja. Continuar lendo

Ambiente: que é o “vilão”?

Nem sempre as embalagens plásticas são as mais nocivas. Identificação (e substituições) exigem levar em conta cada aspecto envolvidos na produção, pós-consumo e impacto social

Nem sempre as embalagens plásticas são as mais nocivas. Identificação (e substituições) exigem levar em conta cada aspecto envolvidos na produção, pós-consumo e impacto social

Por Thaís Herrero

Vidro, plástico, plástico biodegradável, papel, papel reciclado, alumínio. Nas prateleiras do supermercado apresentam-se os mais diversos tipos de embalagens, muitas vezes para o mesmo tipo de produto. Enquanto passeia com o carrinho e olha a lista de compras, você, consumidor, depara-se com a questão: como escolher a de menor impacto ambiental? Há poucas informações claras e diretas nos rótulos e você não tem a menor informação do que aconteceu com aquele material antes de ele chegar a suas mãos. Também não tem controle do destino final ao jogá-lo no cesto do lixo – mesmo que reciclável. Continuar lendo