Segunda classificação do relevo brasileiro desenvolvida.
a) Quanto ao críterio:
Geomorfoclimático: (que explica a formação do relevo pela ação do clima sobre as rochas = processo de perda ou ganho de sedimentos a partir da ação do clima – temperatura e pluviosidade – sobre as rochas).
Aziz Ab’Sáber em seu trabalho sobre a classificação do relevo brasileiro levou em consideração apenas a atuação conjunta dos agentes internos e externos agindo sobre a gênese do modelado da superfície terrestre, ou seja, dos elementos da natureza como: clima, solo, hidrografia, vegetação etc., principalmente a ação do clima nos diferentes tipos de rochas. Juntamente com a influência interna representada pelo tectonismo. Segundo esse estudo, o relevo brasileiro tem sua formação antiga e resulta principalmente da ação das forças internas da terra e da sucessão de ciclos climáticos. A alternância de climas quentes e umidos com áridos ou semi-áridos favoreceu o processo de erosão e explicam a formação do atual modelado do relevo brasileiro.
Nessa perspectiva, Aziz A’b saber observou a evolução do clima (paleoclimas), para realizar a classificação do relevo brasileiro, isto é, as dramáticas alterações ocorridas ao longo do tempo geológico no território brasileiro. Portanto, a análise do relevo atual envolveu também o estudo dos chamados paleoclimas, ou seja, os fatores climáticos passados, que contribuem para explicar o modelado do presente. Com base no estudo dos processos fisiológicos que envolveram as rochas que compõem as estruturas geológica brasileiras Aziz Ab`Saber classificou o relevo brasileiro em dois tipos de macro unidades geomorfológicas: Planaltos e Planícies. Além de aumentar de 8 para 10 unidades de relevo.
b) Quanto a Classificação:
Planalto: corresponderia a superfície aplainada, onde o processo erosivo estaria predominando sobre o sedimentar.
Planície: (ou terras baixas) se caracterizaria pelo inverso, ou seja, o processo sedimentar estaria se sobrepondo ao processo erosivo independentemente das cotas altimétricas.
c) Quanto as mudanças ocorridas:
Por essa divisão o relevo brasileiro passou a ser dividido em 10 unidades, sendo sete planaltos, que ocupam cerca de 75% do território nacional e três planícies, que ocupam os 25% do restante do território.

– Planalto das Guianas
Planície e Terras Baixas Costeira
Planície do Pantanal
Em relação a classificação de Aroldo de Azevedo, passaram-se de quatro unidades de relevo para 7 unidades de relevo.
– Continuaram os territórios dos planaltos das guianas e meridional
– Houve uma redistribuição das áreas territoriais do planalto central, partes dele foram cedidos para compor as áreas territoriais das novas unidades de relevo: Planalto do Maranhão Piauí; Planaltos Leste e Sudeste.
– Houve uma renomenclatura e redistribuição do planalto atlântico que foi dividido em duas novas unidades de relevo:
– Planalto Nordestino
– Planalto Leste e Sudeste
– Planalto Uruguaio-Sul-Rio-Grandense (no Rio Grande do Sul) compreende o território da planície do Pampa, isso é, na classificação de Aroldo essa região está abaixo de 200 m (altimetria), sendo uma planície, já na classificação de Aziz A’b Saber é uma região que perde sedimentos sendo outro critério (fisiológico), por isso é um planalto.
c.1) Quanto as mudanças ocorridas nas macro unidades de planícies:
Em relação a classificação de Aroldo de Azevedo, passaram-se de quatro unidades de planície para 3 unidades de planície.
– a planície do pantanal se mantém nas duas classificações.
– a planície costeira na classificação de Aroldo de Azevedo passa a ser denominada de planícies e terras baixas costeiras na classificação de Aziz Ab`Saber.
– a planície amazônica, na classificação de Aroldo de Azevedo passa a ser denominada de planícies e terras baixas amazônicas na classificação de Aziz Ab`Saber.
OBS: o termo “planícies” se refere às várzeas dos rios, onde a sedimentação é intensa, e a expressão “terras baixas”, aos baixos planaltos ou platôs de estrutura geológica sedimentar.
– a planície do pampa deixa de existir (sua área nessa classificação passa a ser um planalto Uruguaio-Sul-Rio-Grandense).