OMS: expectativa de vida aumentou 9 anos em países menos desenvolvidos

De modo global, as mulheres vivem mais do que os homens: nos países desenvolvidos, a diferença é de seis anos

A expectativa de vida aumentou nos países menos desenvolvidos entre 1990 e 2012, com um crescimento de nove anos, em média, de acordo com as estatísticas anuais da OMS (Organização Mundial de Saúde), publicadas nesta quinta-feira (15/05). Segundo o relatório, a Libéria foi o país que registrou maior aumento desde o início da década de 1990 (de 42 para 62 anos, em 2012), seguida da Etiópia (de 45 para 64 anos), das Maldivas (de 58 para 77 anos) e do Camboja (de 54 para 72 anos).

Os dados da OMS destacam também a evolução no Timor-Leste, onde a expectativa média de vida subiu dos 50 para os 66 anos; e Ruanda, dos 48 para os 65 anos. De forma geral, a expectativa média de vida aumentou seis anos em todo o mundo: uma menina nascida em 2012 pode viver até aos 73 anos e um rapaz, até aos 68. Continuar lendo

4 novos países que podem surgir em 2014

Quatro consultas populares, similares às da Crimeia, estão marcadas para esse ano – e podem resultar em novas nações

Manifestantes marcham pelas ruas de Barcelona em 11 de setembro, Dia Nacional para o povo catalão, que exige referendo para independência da Espanha: região é uma das quatro com consulta popular marcada para 2014

A população da Crimeia participou de um referendo no último dia 16 e escolheu em massa a Rússia em vez da Ucrânia: 93% optaram por voltar a fazer parte do império russo.

No mundo, quatro consultas parecidas estão marcadas para 2014.

Se o povo desses lugares votar a favor da independência, quatro novas nações poderiam surgir no mapa-múndi – o que dependeria, é claro, da “boa vontade” do governo central e de todo o processo legal necessário.

Veja a seguir onde sopram os ventos do separatismo: Continuar lendo

A Guerra Fria ainda não acabou

O inimigo do bloco ocidental agora não é o comunismo, mas sim todos os povos não ocidentais (BRICS, ALBA, Unasul) que questionam a ordem unipolar do mundo

Pierre Charasse (*)

A crise na Ucrânia coloca em evidência a crescente distância que separa o bloco ocidental da Rússia. Desde o colapso da URSS, em 1991, no mundo ocidental, sob a liderança dos Estados Unidos, foi estabelecida como prioridade estratégica não permitir nunca que a Rússia se elevasse novamente enquanto superpotência mundial. Os Estados Unidos desenvolveram uma estratégia de contenção para obrigar seus aliados da União Europeia e da OTAN a estabelecer toda uma rede de acordos políticos, comerciais e militares para impedir a Rússia de exercer novamente um papel de contraposição mundial aos Estados Unidos. Nos anos 90, os ex-membros da URSS entraram na OTAN e Washington pressionou a UE para admiti-los como novos sócios, desvirtuando assim o espírito originário da instituição europeia.

Está claro que, para o governo norte-americano, os espaços cobertos pela UE e pela OTAN devem coincidir. Desde os anos 90, a prioridade para os ocidentais era forçar a Rússia, derrotada ideologicamente e economicamente debilitada, mas ainda uma superpotência nuclear, a uma certa conduta, em particular sobre o desarmamento convencional, em troca de uma aproximação com as economias ocidentais. Criou-se a OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) em 1995 para tratar dos assuntos referentes ao desarmamento convencional e das fronteiras da periferia da Rússia. Continuar lendo

2013 em imagens: a versão da Agência Reuters

Em setenta fotos, um ano de desastres naturais, violência e medo — mas também protestos, transformações no quotidiano e esperança 

RAFAEL MARCHANTE, Portugal

JIM URQUHART, United States Continuar lendo

As 30 imagens aéreas mais surpreendentes que você já viu

Com toda certeza do mundo afirmo que você já viu muitas das paisagens que serão mostradas aqui. Mas, com a mesma certeza, digo que você jamais viu esses locais da forma como verá agora! O Arco do Triunfo, as Pirâmides do Egito, entre outras paisagens de uma forma nunca vista antes.

Essas belíssimas imagens aéreas mostram como você veria o mundo se você fosse um pássaro!

Algumas fotos foram tiradas de uma altitude que parece inalcansável por pássaros, mas isso não tira o brilho entusiástico e a beleza épica dessas fotografias.

1- Central Park, Nova York

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Diplomacia “made in Brazil”

Reconhecido, no passado, por posições pacifistas e avesso às polêmicas, casos recentes evidenciam um novo modo de atuação do governo brasileiro nas relações internacionais

Maurício Barroso

A diplomacia brasileira ganhou as manchetes da grande imprensa após o resgate, no dia 23 de agosto deste ano, do senador boliviano Roger Pinto Molina do confinamento de 455 dias na embaixada em La Paz, pelo diplomata brasileiro Eduardo Saboia. Segundo alguns analistas e também de acordo com alguns editorias de jornais, o caso demonstra uma mudança de atuação do Ministério das Relações Exteriores, também conhecido como Itamaraty. Anteriormente reconhecido por suas posições pacifistas e estritamente jurídicas, ultimamente, o órgão tem sido mais “agressivo” nas relações bilaterais.

O caso gerou atrito diplomático entre Brasil e Bolívia e culminou com a demissão do então ministro das Relações Exteriores, o chanceler Antônio Patriota, que comentou desconhecer a ação de resgate de Molina. Além da operação de retirada do senador boliviano, outros acontecimentos são apontados, por analistas políticos, como uma diplomacia de ocasião. Por exemplo, a expropriação da refinaria da Petrobras na Bolívia, quando não houve esforços por parte do governo brasileiro para impedir a ação; a retirada do Paraguai do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a não extradição do italiano Cesare Battisti, condena- do por homicídio naquele país. Continuar lendo

Por trás da crise “financeira”, a velha luta de classes

Marx estava certo, por mais que economistas superficiais tentem negá-lo: causa das turbulências econômicas é enriquecimento sem-fim da burguesia

Por Vicenç Navarro | Tradução: Cibelih Hespanhol 

É surpreendente verificar que a extensíssima literatura produzida sobre as causas das crises atuais se tenha centrado tão pouco no conflito capital-trabalho (aquilo que costumávamos chamar de luta de classes) e sua gênesis no desenvolvimento da crise. Uma possível razão é a enorme atenção dada à crise financeira como suposta causa da recessão atual. Só que essa atenção desviou os analistas do contexto econômico, e também político, que determinou e configurou a crise.

Não é possível analisar cada uma delas, e a maneira como estão relacionadas, sem referir-se ao conflito capital-trabalho. Como bem disse Marx, “a história da humanidade é a história da luta de classes”. E as crises atuais (da financeira à econômica, passando pela social e política) são um claro exemplo disso. Continuar lendo

Os náufragos africanos e o naufrágio moral da Europa

Eduardo Febbro

Paris – As máscaras do bem caem como maquiagem escorrida pela chuva. Atrás delas aparece o horripilante rosto de uma verdade oculta no papel presente de uma larga cultura declamatória. A União Europeia semeia seus valores com a palavra, mas os nega com os fatos. A realidade não resiste muito: segundo cifras da ONU, 1.500 pessoas morrem por ano no Mediterrâneo, em sua maioria nas costas do Norte da África. Cerca de 20 mil morreram tragadas pelo mar nas últimas duas décadas, cerca de 400 nos últimos 15 dias.

Há uma semana, os ministros do Interior da União Europeia foram incapazes de oferecer tanto uma estratégia como uma resposta humana comum ao drama cotidiano das milhares de pessoas que se lançam ao mar em barcos improvisados com destino às costas de Malta ou da Itália. Inação, racismo galopante, terror à palavra “imigração”, desacordos entre os Estados que compõem a União Europeia, miséria dos países africanos de onde fogem os imigrantes em busca de um destino melhor: tudo concorre para fazer do Mediterrâneo o que o presidente de Malta, Joseph Muscat, chamou de “cemitério”.

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O lado obscuro das migrações internacionais

Acidente de hoje eleva a 6 mil número de migrantes mortos no Mediterrâneo, na última década. Na foto, afundamento em abril de 2011

Morte de dezenas de africanos na Itália expõe condições dramáticas em que vivem 250 milhões de pessoas, superexploradas por corporações e governos ricos

Por Thalif Deen, na Agência IPS | Tradução: Antonio Martins

O número de migrantes internacionais continua a crescer inexoravelmente, mesmo em vista da multiplicação de relatos sobre trabalho escravo. O número de pessoas que vivem e trabalham fora de seus países de origem chegou ao recorde de 232 milhões de pessoas – que geram mais de 400 bilhões de dólares anuais em remessas de recursos. A cifra também não param de crescer. Ela já é, segunda a ONU, quase quatro vezes maior que a ajuda ao desenvolvimento prestada pelos países ricos aos mais pobres,

Os rios de dinheiro que fluem para os países em desenvolvimento – entre eles, Índia, Bangladesh, Marrocos, México, Sri Lanka, Nepal, Egito e Filipinas – é um dos efeitos mais positivos da migração. Mas o que é benção para alguns, torna-se calamidade para outros. No lado obscuro, estão a contínua exploração dos migrantes, em especial no Oriente Médio, os baixos salários, o cuidado médico inadequado e condições atrozes de trabalho. Continuar lendo

Pensar uma política que supere o fordismo

Jovem pensador político italiano sustenta: declínio da representação reflete mudanças sociológicas profundas. Estado e partidos perderão seu monopólio. Mas que virá depois?

Por Christophe Ventura, da Medelu | Traduzido por Cristiana Martin

Desde 2011, diversos choques contestatórios percorrem o mundo em diferentes regiões: sul da Europa, mundo árabe, América do Norte – Canadá e Estados Unidos – Turquia, América do Sul e Ásia.

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