Wallerstein: crise dos “emergentes” ou do Sistema?

Novas turbulências sugerem: vivemos época de bifurcação. Em declínio, capitalismo será superado – por algo bem melhor ou bem pior que ele…

Por Immanuel Wallerstein | Tradução: Antonio Martins

Não faz muito tempo, os “especialistas” e os investidores viam os “mercados emergentes” – um eufemismo para China, Índia, Brasil e alguns outros – como salvadores da economia-mundo. Eram eles que iriam sustentar o crescimento e, portanto, a acumulação de capitais, quando os EUA, a União Europeia e o Japão declinavam, em seu papel tradicional de pilastras do sistema capitalista global.

Por isso, é chocante que, nas duas últimas semanas de janeiro, o Wall Street Journal (WSJ), Financial Times (FT), o Main Street, a agência Bloomberg, o New York Times (NYT) e o Fundo Monetário Internacional tenham, todos, soado o alarme sobre o “colapso” destes mesmos mercados emergentes; e que tenham advertido, em especial, sobre a deflação, que poderia ser “contagiosa”. Tive a impressão de que estão em pânico, quase indisfarçável. Continuar lendo

As perspectivas da economia mundial para 2014

Carta Maior conversou com John Bowler, diretor de Análise de Países da Unidade de Inteligência da The Economist, que apontou um panorama complicado em 2014

Marcelo Justo

Londres – Como todo começo de ano, este início de 2014 é rico em previsões para a economia mundial.  A maioria fala de um crescimento global de 3,6%, cerca de 0,7% mais que no ano passado. As análises econômicas se caracterizam por não acertar no alvo nesta arte quase impossível das previsões, mas para além das porcentagens manuseadas está claro que o mundo segue sem se recuperar da crise de 2008. Em 2013, a zona do euro ficou estagnada e os Estados Unidos cresceram um pouco com altos e baixos. A China desacelerou seu crescimento e até as chamadas economias emergentes, que tinham sustentado o crescimento em 2012, tiveram um desempenho modesto.

A Carta Maior conversou com John Bowler, diretor de Análise de Países da Unidade de Inteligência da revista The Economist, que apontou um panorama complicado para este 2014. Continuar lendo

Por trás da crise “financeira”, a velha luta de classes

Marx estava certo, por mais que economistas superficiais tentem negá-lo: causa das turbulências econômicas é enriquecimento sem-fim da burguesia

Por Vicenç Navarro | Tradução: Cibelih Hespanhol 

É surpreendente verificar que a extensíssima literatura produzida sobre as causas das crises atuais se tenha centrado tão pouco no conflito capital-trabalho (aquilo que costumávamos chamar de luta de classes) e sua gênesis no desenvolvimento da crise. Uma possível razão é a enorme atenção dada à crise financeira como suposta causa da recessão atual. Só que essa atenção desviou os analistas do contexto econômico, e também político, que determinou e configurou a crise.

Não é possível analisar cada uma delas, e a maneira como estão relacionadas, sem referir-se ao conflito capital-trabalho. Como bem disse Marx, “a história da humanidade é a história da luta de classes”. E as crises atuais (da financeira à econômica, passando pela social e política) são um claro exemplo disso. Continuar lendo

Brasil é o 3° mais otimista em relação à economia

Segundo o International Business Report, 74% dos empresários nacionais deram respostas positivas, um crescimento de 24 pontos percentuais. Geórgia lidera o ranking

Além do Brasil, os únicos países onde o otimismo teve alta foram Armênia, com 16 pontos percentuais, Grécia, China, Irlanda, Nova Zelândia e Estados Unidos

Além do Brasil, os únicos países onde o otimismo teve alta foram Armênia, com 16 pontos percentuais, Grécia, China, Irlanda, Nova Zelândia e Estados Unidos

Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de otimismo em relação à economia local, oito posições à frente da avaliação no terceiro trimestre de 2011. Continuar lendo