Löwy: Dez teses sobre a ascensão da extrema direita europeia

Por Michael Löwy

A ascensão do neonazismo na Europa e nos EUA tem sido relegada a um segundo plano pelas forças progressistas

O resultado das eleições para o Parlamento Europeu, no fim de maio, registrou na prática o fortalecimento dos partidos de extrema direita no continente. Para o sociólogo Michael Löwy, em artigo traduzido pela jornalista Úrsula Passos, o discurso com que esquerda explica o crescimento do fascismo pela via da crise econômica reduz fenômeno e deixa de lado suas raízes históricas.

Leia, a seguir, a íntegra do artigo: Continuar lendo

OMS: expectativa de vida aumentou 9 anos em países menos desenvolvidos

De modo global, as mulheres vivem mais do que os homens: nos países desenvolvidos, a diferença é de seis anos

A expectativa de vida aumentou nos países menos desenvolvidos entre 1990 e 2012, com um crescimento de nove anos, em média, de acordo com as estatísticas anuais da OMS (Organização Mundial de Saúde), publicadas nesta quinta-feira (15/05). Segundo o relatório, a Libéria foi o país que registrou maior aumento desde o início da década de 1990 (de 42 para 62 anos, em 2012), seguida da Etiópia (de 45 para 64 anos), das Maldivas (de 58 para 77 anos) e do Camboja (de 54 para 72 anos).

Os dados da OMS destacam também a evolução no Timor-Leste, onde a expectativa média de vida subiu dos 50 para os 66 anos; e Ruanda, dos 48 para os 65 anos. De forma geral, a expectativa média de vida aumentou seis anos em todo o mundo: uma menina nascida em 2012 pode viver até aos 73 anos e um rapaz, até aos 68. Continuar lendo

A reinvenção da América Latina

Se até agora sua inserção com o resto do mundo esteve condicionada pela presença das potências imperiais, com o novo século começou a trilhar outro caminho

Luis Hernández Navarro (*)

Em 1958, o historiador mexicano Edmundo O’Gormam publicou um livro intitulado La invención de América, com o qual sacudiu a historiografia dedicada a documentar e explicar o descobrimento e a conquista americana. Inventar, significa, de acordo com o dicionário da Real Academia da Língua, achar ou descobrir algo novo ou não conhecido.

Em seu texto, O´Gormam explica, de maneira nova para seu tempo, a forma em que o relato sobre a história e o devenir do “novo continente” foi construído. Hoje, retomando essa imagem, podemos dizer que América Latina está se reinventando. Continuar lendo

Os legados geopolíticos de 2013

Aprofunda-se declínio dos EUA e União Europeia. Primavera Árabe reflui. China amplia suas ambições. Persiste ameaça climática. Francisco reintroduz debate da desigualdade

Por Roberto Savio

No momento de esperança que o ano novo pode oferecer, seria útil examinar o legado que recebemos dos doze meses que terminam. Foi um ano cheio de acontecimentos: guerras, aumento da desigualdade social, sistemas financeiros sem controle social, decadência das instituições políticas e erosão da governança global.

Talvez nada haja de novo nisso, já que tais tendências nos acompanham há bastante tempo. No entanto, alguns acontecimentos têm impacto mais profundo e duradouro. Vamos apresentá-las brevemente, em forma de lista para recordar e conferir (mas não em ordem de magnitude) Continuar lendo

2013 em imagens: a versão da Agência Reuters

Em setenta fotos, um ano de desastres naturais, violência e medo — mas também protestos, transformações no quotidiano e esperança 

RAFAEL MARCHANTE, Portugal

JIM URQUHART, United States Continuar lendo

O mapa da América Latina sem o Brasil

Se o país fosse eliminado do continente, este se transformaria em uma figura irreconhecível

José Saramago, o falecido Nobel de Literatura português, me fez reparar certo dia que na Espanha, quando mostram a previsão do tempo na televisão, nunca eliminam Portugal. E me comentou: “É que vós, os espanhóis, se arrancais Portugal do mapa, sentis complexo de castração”.

E é verdade: a pele de touro ibérica, sem Portugal, aparece como uma imagem mutilada, esquisita, na acepção negativa do vocábulo português [ao contrário do espanhol “exquisito”, que significa excelente].

Discute-se cada vez mais se o Brasil pertence integralmente à América Latina. Os brasileiros, em geral, não se sentem de todo latino-americanos, e sim simplesmente “brasileiros”, por múltiplas razões históricas, entre as quais a língua que os separa dos outros povos do continente. Continuar lendo

Tráfico de pessoas

Especialista acredita que a feminização da pobreza seja o principal motivo de tantas vítimas da rede de comércio internacional para fins sexuais

“A s mulheres vítimas do tráfico são, antes de tudo, vítimas do abandono social, da falta de políticas públicas. Muitas daquelas que passaram pela experiência da exploração sexual fora do País preferem não voltar para o Brasil, pois sabem que aqui não encontrarão perspectiva de trabalho, acompanhamento médico, muito menos acolhimento social ou familiar”. A afirmação é da advogada e assistente social Tânia Teixeira Laky de Sousa, autora da pesquisa “Tráfico de Mulheres: Nova Face de uma Velha Escravidão”, que foi apresentada pela primeira vez no III Simpósio Internacional para o Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em Campo Grande (MS) no dia 20 de junho deste ano.

Para Tânia Teixeira Laky, é a feminização da pobreza o principal motivo de tantas vítimas da rede de tráfico internacional para fins sexuais. “Estão atrás de emprego; aqui, não encontram perspectivas. O que os governos vêm fazendo para estancar o êxodo? Como estão cuidando das mulheres que passam por esse trauma e voltam para o Brasil? Nada. Nenhuma política pública séria e de resultados reais está sendo trabalhada no País”, garante a pesquisadora. Continuar lendo

É hora de pensar diferente

A repressão militar consumiu dinheiro e gerou violência sem conter a expansão do poder do narcotráfico

A repressão militar consumiu dinheiro e gerou violência sem conter a expansão do poder do narcotráfico. Até os EUA parecem dispostos a abandonar a política da “guerra às drogas”

Na sempre atrasada América do Sul, cabe ao pequeno Uruguai do presidente José Mujica levar adiante um debate que avança mais depressa em outras regiões do planeta. Diante da falência da guerra às drogas – o planeta não reduziu o número de dependentes ou consumo de entorpecentes, ao contrário –, qual política seria capaz de amenizar os efeitos deletérios, entre eles a violência e a corrupção?

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Legalização das drogas é defendida por figuras mundiais relevantes

Cresce na América Latina a movimentação de líderes e presidentes na defesa da discussão de um modelo de combate não repressivo

Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia, propõe uma nova abordagem contra as drogas

Conforme se consolidam exemplos positivos de países que legalizaram o consumo de drogas, como Portugal, evidencia-se que a repressão militar às drogas consumiu bilhões de dólares e gerou violência sem conter a expansão do poder do narcotráfico. Até mesmo os Estados Unidos parecem dispostos a abandonar a política da “guerra às drogas”, impulsionados pela pressão de figuras relevantes na política internacional e regional, especialmente da América Latina.

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475 brasileiros foram vítimas de tráfico internacional

Maioria das vítimas foram mulheres, que sofrem abusos e exploração sexual

Entre 2005 e 2011, 475 brasileiros, na maioria mulheres, foram vítimas de tráfico internacional de pessoas, geralmente voltado para exploração sexual. No mesmo período, a Polícia Federal abriu 157 inquéritos para investigar esse tipo de crime, que resultaram em 381 indiciamentos e apenas 158 prisões.

Os dados, divulgados nesta terça-feira (26) pelo governo federal no lançamento do II Plano Nacional de Enfrentamento do Tráfico de Pessoas, indicam que menos da metade dos crimes investigados levam à punição dos autores.

A situação é ainda mais grave porque, apesar das campanhas de esclarecimento, é alta a subnotificação de casos, segundo informou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ao lançar o plano em conjunto com as ministras da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci; e da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário.

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