ESPECIAL CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO – 5ª PARTE – 2 matérias sobre o envolvimento do Iraque e Saddam Husseim nos conflitos recentes do Oriente Médio

As guerras do Golfo Pérsico

Tida por muitos séculos como uma região desimportante sob o ponto de vista econômico, a região do Golfo Pérsico, especialmente depois da IIª Guerra Mundial, passou a deter as atenções do mundo inteiro pela importância cada vez maior que o petróleo passou a assumir no século XX. A riqueza impressionante do seu subsolo, que acolhe mais de 60% das reservas de óleo cru conhecidas, terminou por gerar cobiças e desejos de conquista e dominação, fazendo do Golfo Pérsico uma interminável praça de guerra.

A região do Golfo Pérsico foi, por séculos a fio, uma área pobre, esquecida e abandonada do mundo. Só despertava o interesse das expedições arqueológicas, visto ser o epicentro das imemoriais culturas mesopotâmicas, nascidas nas margens dos rios Tigre e Eufrates (como a da caldéia, da assíria e da babilônia, consideradas matrizes da civilização). Historicamente, ela separa o mundo árabe dos persas, e, até 1918, fazia a fronteira entre o reino da Pérsia e o Império Turco Otomano, a verdadeira potência daquela região. Até então, o Império Britânico tinha uma pequena presença por lá, limitando-se a tutelar, desde o século XVIII, o emirado do Kuwait e controlar o estreito de Omã. Continuar lendo

ESPECIAL CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO – 4ª PARTE – 5 matérias e 2 vídeos sobre a Invasão do Iraque em 2003

A Guerra do Iraque 2003

A Invsão do Iraque em 2003,(de 20 de Março a 1 de Maio de 2003) foi liderada pelos Estados Unidos, conjuntamente com o Reino Unido e pequenos contigentes da Austrália, Dinamarca, Polónia e Espanha. Continuar lendo

ESPECIAL CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO – 3ª PARTE – 4 matérias e um vídeo sobre a Guerra do Golfo

Guerra do Golfo

Foi um conflito que teve início em agosto de 1990, entre o Iraque e o Kuwait na região do Golfo Pérsico. Mas que também envolveu os Estados Unidos e alguns países do Oriente Médio.

O objetivo do Iraque era de anexar seu vizinho Kuwait ao seu território como uma província, de forma a controlar o petróleo kuwaitiano. Com isso em 1990, começaram os ataques da imprensa de Bagdá contra o pequeno país. Continuar lendo

ESPECIAL CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO – 2ª PARTE – 5 matérias sobre o conflito Irã-Iraque

A GUERRA IRÃ-IRAQUE (1980-1988)

Depois da revolução islâmica de 1979 no Irã, as relações entre o Irã e o Iraque se deterioraram. O Iraque invadiu o vizinho, dando início a uma guerra que durou oito anos.

Em setembro de 1980, o Iraque respondeu a uma série de pequenos choques na fronteira com o Irã com uma ampla ofensiva para tomar a província iraniana de Khuzestan, rica em petróleo.

Até o final do mês, o Iraque já havia abandonado seu tratado de 1975 com o Irã, passando a reivindicar a parte controlada pelo Irã do Shatt al-Arab. Os países começaram a bombardear um ao outro. Continuar lendo

ESPECIAL CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO – 1ª PARTE – 4 matérias sobre a Revolução Iraniana de 1979

Do Xá ao Aíatolá: os 30 anos da Revolução Iraniana

A República Islâmica do Irã apresenta uma trajetória complexa, na qual a Revolução Iraniana, de fevereiro de 1979, surge como ponto de inflexão. Modernidade e tradição, ocidentalização e religião, foram alguns dos elementos contraditórios que levaram à insurgência

POR CRISTINA SOREANU PECEQUILO

Dona da terceira maior reserva de petróleo do mundo, a República Islâmica do Irã é hoje a quinta maior exportadora mundial: são mais de 2,5 milhões de barris por dia. Mas apesar desse recurso valiosíssimo, o Irã permanece como um país subdesenvolvido. Assim como outras nações ricas em petróleo, o bem que gera fortuna também produz vulnerabilidade e funciona como elemento de dependência e cisão. Continuar lendo

ESPECIAL AMAZÔNIA – 4ª PARTE – 3 matérias sobre as riquezas e o desenvolvimento sustentável para a Amazônia

Uma cidade de costas para a selva. Ainda bem

A Zona Franca de Manaus é um bom exemplo de produção de riquezas e empregos sem exercer pressão sobre a floresta. Outros polos industriais semelhantes podem ser criados na Amazônia

José Edward, de Manaus

Sem mexer no mato Imagem aérea da Zona Franca de Manaus: faturamento anual de 60 bilhões de reais,  o dobro do PIB da Bolívia

Sem mexer no mato Imagem aérea da Zona Franca de Manaus: faturamento anual de 60 bilhões de reais, o dobro do PIB da Bolívia

A região amazônica é hoje pelo menos duas vezes mais rica do que há três décadas, segundo indica o PIB dos estados que a compõem. Esse crescimento econômico, no entanto, se deu em grande parte graças a atividades que têm como base a destruição da floresta – a exploração madeireira e a pecuária extensiva. Quem estuda a Amazônia a sério concorda que, para evitar que a região continue a ser explorada de forma predatória, é preciso desenvolver atividades econômicas que não exerçam pressão sobre a floresta, promovam riquezas e assegurem emprego e renda à população. A experiência mais bem-sucedida nesse sentido, até agora, é a Zona Franca de Manaus, um enclave de eficiência tecnológica na Amazônia. Criada em 1967, como parte do plano do regime militar de integrar a Amazônia ao restante do país, essa região de livre-comércio compreende uma área de 10 000 quilômetros quadrados, incluindo a capital amazonense. Para viabilizar seu projeto, o governo federal passou a conceder incentivos fiscais às empresas que se dispusessem a instalar fábricas no meio da selva. Continuar lendo

ESPECIAL AMAZÔNIA – 3ª PARTE – 5 matérias sobre os riscos que assolam o bioma amazônico

Amazônia ilegal

A Amazônia, a maior floresta do mundo, está dividida entre megaprojetos do agronegócio e os esforços de conservação

por Scott Wallace
Madereiro derruba uma árvore nobre na Amazônia

Madereiro derruba uma árvore nobre na Amazônia

As forças do mercado globalizado estão invadindo a Amazônia, acelerando a destruição. Nas últimas três décadas, contam-se às centenas as pessoas que morreram em conflitos por terras um número incontável de outras vive sob o império do medo e da incerteza, com as vidas ameaçadas. Nessa fronteira agrícola sem lei e dominada por armas, motosserras e tratores, os funcionários e agentes do governo podem ser corruptos e ineficazes ou então mal equipados e desprovidos de recursos. Agora, produtores de soja estão se juntando aos madeireiros e aos criadores de gado, intensificando o desmatamento e fragmentando ainda mais a imensa floresta tropical do Brasil. Continuar lendo

ESPECIAL AMAZÔNIA – 2ª PARTE – 5 matérias sobre a formação e principais características do bioma amazônico

A maior floresta do mundo

Beleza e destruição cobrem metade do Brasil

Herton Escobar

São Gabriel da Cachoeira, cidade onde cerca de 90% da população é descendente de índios.

São Gabriel da Cachoeira, cidade onde cerca de 90% da população é descendente de índios.

MANAUS – A Amazônia tem escala e dimensão singulares e superlativas. É a maior floresta tropical do mundo e maior concentração da biodiversidade do planeta. Sua cobertura verde é uma embalagem viva sob a qual se esconde um universo de animais, plantas, micróbios, genes, climas, águas, índios, beleza e destruição. Cobre metade do território nacional. Não seria exagero dizer que o Brasil é o país da Amazônia, muito mais do que a Amazônia é a floresta do Brasil.

Se somadas as áreas de quase todos os países da Europa (excluindo os da antiga União Soviética), eles caberiam com folga dentro da superfície da Amazônia brasileira. O bioma inteiro tem 6,6 milhões de quilômetros quadrados, espalhados por nove países sul-americanos. O Brasil é dono de quase 65% disso, com mais de 4 milhões de km² de floresta. Só o Estado do Amazonas, com 1,6 milhão de km², tem quase cinco vezes a área da Alemanha ou três vezes o território da França, e é maior do que qualquer um dos outros países amazônicos – Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana e Suriname, fora a Guiana Francesa, que é uma possessão. Continuar lendo

ESPECIAL AMAZÔNIA – 1ª PARTE – 3 matérias e um infográfico sobre a formação e principais características do bioma amazônico

Amazônia ano 1000

Na Amazônia de mil anos atrás, civilizações experimentavam um florescimento cultural

por Eduardo Neves
Os índios enawere-nawe têm parentesco com civilizações que se estabeleceram na região do rio Xingu ao redor do ano 1000

Os índios enawere-nawe têm parentesco com civilizações que se estabeleceram na região do rio Xingu ao redor do ano 1000

Se pudéssemos voltar no tempo e visitar a Amazônia de mil anos atrás, veríamos um mundo diferente. Não haveria a grande área desmatada e ocupada por pastagens e cultivos do sul e do sudeste da região, no atual Pará. Em trechos hoje cobertos por selvas densas, se destacariam sinais claros de ocupação humana: grandes aldeias ou mesmo cidades, cercadas de áreas de roças e de matas secundárias, ligadas umas às outras por largos e longos caminhos. Em alguns locais, centros cerimoniais desenhados por alinhamentos de pedra estariam dispostos em circulos. Em pontos distantes como a ilha de Marajó é do Acre, por exemplo, aterros artificiais eram espaços de moradia e rituais. E, no que é a Amazônia boliviana, poderíamos contemplar um labirinto de diques, barragens e canais distribuído por milhares de quilômetros quadrados. Continuar lendo