Tipos de provas escritas

Clarilza Prado de Souza esclarece em seu artigo “Avaliação escolar: limites e possibilidades”, publicado no web-site CRE Mario Covas, considera que “O processo avaliativo parte do pressuposto de que se defrontar com dificuldades é inerente ao ato de aprender. Assim, o diagnóstico de dificuldades e facilidades deve ser compreendido não como um veredicto que irá culpar ou absolver o aluno, mas sim como uma análise da situação escolar atual do aluno, em função das condições de ensino que estão sendo oferecidas“.  Neste artigo, são levantadas questões típicas de avaliações como:

– Que problemas o aluno vem enfrentando?
– Por que não conseguiu alcançar determinados objetivos?
– Qual o processo de aprendizagem desenvolvido?
– Quais os resultados significativos produzidos pelo aluno?”

          Além das provas e testes aplicados em sala de aula pelos professores, todos os anos, os alunos e as instituições de ensino brasileiros passam por diversas sabatinas, verdadeiras misturas de siglas e letras que grande parte das pessoas nem sabe o que significam e o que avaliam: Enem, Provão, Saeb, Pisa. E quando os resultados dessas avaliações são divulgados, eles mostram sempre o mesmo: a qualidade do ensino brasileiro não podia estar pior. “A maioria desses testes acaba promovendo um grande gasto para apontar dificuldades que já são conhecidas, sem que haja igual esforço e investimento para evitá-las”, afirma a pedagoga Jussara Riva Finatti, especialista em avaliação escolar, em entrevista concedida ao web-site www.educacional.com.br, sobre os resultados das avaliações escolares e as colocações que os estudantes brasileiros vêm obtendo nelas.

          Os diversos métodos de avaliações e tipos de provas admitem muitas variantes e têm suas vantagens e também suas limitações. Nem sempre temos uma visão clara dessa variedade de provas e de suas vantagens e limitações. Também aqui podemos ter nossos preconceitos (as provas objetivas são ruins porque apenas comprovam a memória, as provas objetivas são as melhores porque são as únicas confiáveis etc.). É conveniente que todo professor examine e experimente ocasionalmente o que cada método pode oferecer, que experimente o que talvez não tenha usado nunca, que explore como melhorar o que já faz.

          Em princípio, não há métodos bons ou ruins em si mesmos. Um tipo de prova ou de pergunta é bom se comprova o objetivo desejado (os termômetros são bons para medir temperaturas, mas não para outras coisas). Quando falamos de validade nos referimos precisamente a isso: um instrumento é válido se comprova o objetivo que dizemos que comprova. Por exemplo, perguntas que podem ser respondidas de memória não são válidas para verificar a compreensão. Também devemos pensar no tipo de estudo que o tipo de prova ou pergunta esperada condiciona no aluno.

          Quando um aluno responde a uma prova objetiva ele não escreve, não se expressa, não organiza suas idéias, não expõe nada. As provas objetivas de melhor, e elas existem, deixam de fora objetivos muito importantes. Provas de perguntas abertas (discursivas) podem condicionar no aluno um estudo inteligente (ele tem de apresentar uma informação organizada, tem de expor, ordenar, explicar e mostrar compreensão etc.; podem contribuir para que o aluno adquira bons hábitos de expressão (apresentação, ortografia, sintaxe…). Por que dizemos podem no condicional? Porque perguntas abertas mal corrigidas podem estimular nos alunos um estudo de qualidade muito pobre e maus hábitos de expressão. Se a ordem, a estrutura e a apresentação não são levadas em conta na correção, os alunos podem se acostumar a escrever muito e mal.

          As perguntas abertas devem ser reservadas para aquilo que são mais úteis e inclusive imprescindíveis. Frequentemente, conhecimentos simples de memória podem ser comprovados com provas objetivas simples sem a necessidade de buscar trabalhosamente a informação em respostas amplas. Por isso, o professor deve formular com muito cuidado suas perguntas para que estas concentrem a atenção do aluno na tarefa desejada. Como sugestão poderá utilizar um ou vários dos verbos seguintes:

a) descreva e justifique

b) explique por quê

c) o que aconteceria se… e por quê?

d) como você resolveria esta situação… segundo…

e) faça uma análise de…

f) explique as vantagens e limitações de…

g) de acordo com estes critérios, avalie se…

h) destas duas proposições, com qual você estaria de acordo… e por quê?

i) explique ordenadamente…

          As perguntas muito genéricas ou ambíguas podem desorientar os alunos que estudaram e sabem, mas que não adivinham o enfoque que o professor deseja. As perguntas que se limitam à enunciação de um tema podem ser ambíguas. Por exemplo; “Fale sobre o século XVIII.” O aluno pode se perguntar: falar sobre o que? Política? Economia? Cultura? Ciência?… Quanto devo falar/escrever?…

          Outra providência importante é deixar bem claro quais serão as diretrizes para a realização do evento. Como devo conduzir, em sala de aula, a realização da prova? O professor deve deixar bem claras as “diretrizes gerais básicas”. Exemplo:  

Informar antecipadamente a necessidade de utilização de materiais, tais como, bússola, compasso, esquadros, régua, calculadora etc;

A  folha  da  prova/trabalho deve  conter espaços para identificação do aluno e instruções claras sobre o assunto;

A sala de aula(local) deve estar bem ventilada, iluminada e silenciosa;

Deve ser proibida a entrada de pessoas estranhas na sala (local) durante  a realização da prova;

Evitar quaisquer medidas, procedimentos ou  avisos que possam despertar ou aumentar o nervosismo do aluno;

Sanar as dúvidas dos  alunos quanto à prova, antes de determinar o seu início, quando, então, nenhuma dúvida poderá ser tirada mais;

          Para dimensionar o tempo de duração na aplicação de uma prova, o Instrutor deve, após sua prontificação, realizá-la, marcando o tempo que levará para sua conclusão. Esse tempo obtido deverá  ser  multiplicado  por  três  (03)  com arredondamento para a hora cheia ou meia hora acima desse tempo obtido.

Ex.: O Instrutor consumiu 21 minutos para realização de sua prova.

tempo de duração que  ele  deverá  programar  para que os alunos possam  realizá-la  será de 21 x 3 = 63 minutos, com o arredondamento recomendado, 90 minutos

Fazer comentário em sala, após a aplicação da prova/trabalho, antes de divulgar os resultados; e

Fazer a “vista” da prova.

Fonte: http://www.geomundo.com.br/sala-dos-professores-20134.htm 

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