Após obras de Belo Monte, Altamira enfrenta insegurança e alta de preços

Terra Indígena do povo Arara da Volta Grande do Xingu, que vive na "área de influência" de Belo Monte.

Terra Indígena do povo Arara da Volta Grande do Xingu, que vive na "área de influência" de Belo Monte.

Lunaé Parracho
Especial de Altamira (PA)

 

Em 3 de Janeiro, foi publicada do Diário Oficial, pela ANEEL, a última desapropriação de terras para a construção de Belo Monte, uma declaração de utilidade pública para uma área 282,3 mil hectares no Pará. A declaração foi solicitada pela Norte Energia, empresa responsável pelo empreendimento, que na prática ficou autorizada a remover e “reassentar” ribeirinhos, índios e moradores de Altamira. Este é considerado um dos pontos mais polêmicos no projeto da usina, com o cadastro de famílias instaladas em áreas de interesse dos empreendedores sendo feito sem o devido esclarecimento da população local. Continuar lendo

Pena de morte: em menos países, mais execuções

Manifestantes protestam contra a pena de morte na Geórgia, nos Estados Unidos (21/09/2011)

Manifestantes protestam contra a pena de morte na Geórgia, nos Estados Unidos (21/09/2011)

Um relatório da Anistia Internacional revela que em 2011 apenas vinte Estados adotavam a pena máxima — mas o número de vítimas superou duas por dia

Por Natasha Pitts, na Adital

A quantidade de países que aplicam a pena de morte diminuiu em até um terço se comparado com as cifras de dez anos atrás, mas o número de execuções aumentou assustadoramente no ano passado. A constatação foi da Anistia Internacional (AI), organização que acompanha o desenrolar deste problema no mundo todo em um relatório anual de condenações a morte e execuções. Continuar lendo

BRICS vão criar banco paralelo ao FMI

Na próxima semana em Nova Delhi, na 4ª cimeira do grupo das cinco potências emergentes, vai ser proposta a criação de um banco de desenvolvimento

O primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, anfitrião em Nova Delhi da 4ª Cimeira dos BRICS – o novo bloco geopolítico formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, apresentará dia 29 de março aos quatro presidentes convidados a proposta de criação de um banco de desenvolvimento. Continuar lendo

Como a ultra-direita ameaça a Europa

Alguns grupos praticam terror. Porém, mais perigosos surfam na crise, no medo do “outro” e no discurso anti-estrangeiros dos políticos

Alguns grupos praticam terror. Porém, mais perigosos surfam na crise, no medo do “outro” e no discurso anti-estrangeiros dos políticos

Por Pavol Stracansky, da Agência IPS | Tradução: Antonio Martins 

Poucos dias depois de um ataque a bomba contra um hotel da capital da República Checa, aparentemente com caráter racista, analistas e ativistas alertaram sobre as campanhas terroristas de organizações neonazis, que recebem apoio de movimentos de extrema direita de outros países.

Organizações extremistas de países como a Alemanha, Itália e Rússia oferecem aos movimentos checos orientação ideológica e operacional, além de oferecer apoio em ações de violência racial e estratégias para reunir apoio de setores sociais. Continuar lendo

ESPECIAL AZIZ AB’SABER – uma reportagem sobre o falecimento do grande mestre, sete entrevistas impressas e três entrevistas em vídeo, além de links para mais reportagens

Morre Aziz Ab’Sáber, decano da geografia física no Brasil

Aziz Nacib Ab’Sáber, pesquisador da USP e um dos maiores especialistas em geografia física do país, bem como uma voz ativa nos debates sobre biodiversidade e preservação ambiental, morreu na manhã desta sexta-feira, às 10h20, em São Paulo. Ele tinha 87 anos.

A informação foi dada pela SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), instituição que Ab’Sáber presidiu de 1993 a 1995 e da qual era presidente de honra e conselheiro.

Ab’Sáber morreu em casa. “Ele tomou café, sentou na cama e deu um suspiro. Morreu em seguida, foi fulminante”, disse Nídia Nacib Pontuschka, irmã do geógrafo. Ela afirma que a causa da morte ainda não foi identificada, mas suspeita-se que tenha sido um infarto ou um derrame. Continuar lendo

Fenômeno Kony: redes, manipulação e resposta

Fundadores do grupo Invisible Children com rebeldes Sudaneses eles próprios acusados de graves crimes de guerra contra civis

Fundadores do grupo Invisible Children com rebeldes Sudaneses eles próprios acusados de graves crimes de guerra contra civis

Como um documentário oportunista tornou-se maior viral da História. Que ele revela sobre ingenuidade na rede e antídotos da colaboração

Por Marina Barros

O ineditismo de um vídeo de 29 minutos não é o único fator que faz de KONY2012um fenômeno da internet. Com mais de 100 milhões de “views” em menos de uma semana, o documentário produzido pela organização humanitária californiana Invisible Children tornou-se o “viral” de difusão mais rápida desde o surgimento da internet, e a campanha de captação de recursos mais bem sucedida dos últimos anos. Continuar lendo

O Pinheirinho visto pela ciência política clássica

Por distintos motivos, Hobbes, Locke e Montesquieu condenariam sem vacilar a brutalidade do governo paulista. Mas… e Maquiavel?

Por distintos motivos, Hobbes, Locke e Montesquieu condenariam sem vacilar a brutalidade do governo paulista. Mas… e Maquiavel?

Por Luís Fernando Vitagliano

Segundo Thomás Hobbes o estado moderno deve ser como um Leviatã, com todos os poderes opressores possíveis. Detentor da força e da capacidade de submeter seus cidadãos ao poder das suas opressões. Mas um bom leitor de Hobbes vai se lembrar do contrato social ao qual até mesmo o rei deve se submeter. Todo estado moderno deve levar em consideração que os cidadãos abram mão da sua liberdade e ganhem com isso segurança. Contra a barbárie de uma guerra de todos contra todos, da sujeição do homem ao egoísmo do próprio homem, nasce o Leviatã, o estado, aquele aparato que vai impor ordem à sociedade. E mesmo nesta proposta hobbesiana de política, onde o estado é monárquico e absoluto há uma única possibilidade de desobediência civil: quando o estado não dá segurança aos seus cidadãos, os cidadãos têm o direito de questionar a autoridade do rei. Continuar lendo

Pesquisa avalia disparidade entre os sexos no mundo

Silvia Camurça, integrante da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), reforça o que a própria pesquisa já mostra: que o problema do Brasil não está relacionado à educação, mas sim à atividade econômica e o empoderamento

Por Natasha Pitts

Nas proximidades do 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a rede internacional de grupos cidadãos Social Watch publicou o Índice de Equidade de Gênero 2012. A pesquisa, criada para avaliar a disparidade entre os sexos, leva em consideração critérios como educação, atividade econômica e empoderamento da mulher. Mais de 150 países foram avaliados e listados em um ranking de igualdade de gênero. Continuar lendo

O incrível poder das histórias em quadrinhos

Mais do que um divertido passatempo, elas são um valioso instrumento para despertar o gosto pela leitura!

Gisleine Carvalho

Em parceria com Maurício de Souza, o Educar para Crescer desenvolveu uma cartilha em quadrinhos para falar sobre a importância da Educação

Em parceria com Maurício de Souza, o Educar para Crescer desenvolveu uma cartilha em quadrinhos para falar sobre a importância da Educação

O cineasta Federico Fellini lia. O filósofo Umberto Eco é ávido consumidor e o artista plástico Roy Lichtenstein fez uso de balões com falas em algumas de suas obras. Esses artistas declararam que a leitura das histórias em quadrinhos serviu de inspiração e influenciou seus trabalhos. Há outros exemplos de personalidades que poderiam ser citadas, mas não é o propósito deste texto listar celebridades e fãs da também chamada arte sequencial. Trata-se só de uma curiosidade, já que houve um tempo em que psicólogos e educadores chegaram a afirmar que os gibis estimulavam a preguiça mental. Continuar lendo

Livres para pensar

*Raquel Munayer

Joãozinho gosta de desenhar, Pedrinho é bom em Matemática e Clarinha arrebenta no Português. Porém, todos eles, independente de suas capacidades e interesses, terão de ter um aproveitamento mínimo de 60% na prova de Biologia. O sistema parece injusto e atire a primeira pedra quem nunca se perguntou “Para que estou aprendendo isso?”

Chegamos à escola como um pedaço de pano, e os professores trazem suas linhas e agulhas para bordarem em nós as experiências e o conhecimento que nos transformarão em quem seremos no futuro. A questão é: até que ponto podemos opinar no que será bordado? É sabido que os professores necessitam da colaboração dos alunos para que o processo de aprendizagem seja completo e bem-sucedido, já que é difícil fazer um bordado bonito em um pano que insiste em lhe escapar das mãos. Porém, que tipo de conhecimento é esse que o sistema educacional nos oferece? Continuar lendo