Brasil repete para a Copa de 2014 os erros de mais de 60 anos atrás

Pesquisa revela semelhanças inesperadas entre o evento profissional com o semiamador de 1950

Obras atrasadas, sedes escolhidas por motivos políticos e incertezas até o último momento. Essa poderia ser a história da Copa de 2014. Mas, na realidade, são acontecimentos que marcaram a outra Copa do Mundo que ocorreu no Brasil, a de 1950, símbolo do esforço de um país para se projetar pela primeira vez internacionalmente. Um levantamento realizado por quatro pesquisadores e jornalistas – Beatriz Ferrugia, Diego Salgado, Gustavo Zucchi e Murilo Ximenes – revela como o Mundial de 1950 foi preparado, suas intrigas políticas e desafios. O futebol era outro. O Brasil certamente também era outro e a própria Fifa não é a megapotência que hoje controla o maior esporte do planeta. Continuar lendo

Para compreender as novas ciberguerras

Novo tipo de confronto bélico já começou. Como Estados e exércitos capacitam-se para bloquear capacidade militar de adversários, atingir instalações industriais e própria população civil

Por Cauê Seignemartin Ameni

O general prussiano Carl von Clausewitz ficou conhecido pela frase em que apontava a associação entre guerra e política: “A guerra é a continuação da política por outros meios”. Um século e meio depois, o filósofo francês Michel Foucault inverteu a equação, afirmando que “a política é a continuação da guerra por outros meios”, ao alegar ser a guerra civil o paradigma da sociedade moderna. Há controvérsias sobre qual das formulações é mais adequada, razão, mas algo parece certo: está surgindo uma nova modalidade de conflito, que pode transformar, nas próximas décadas, tanto a natureza dos conflitos bélicos quanto suas implicações políticas. Continuar lendo

Lembrança e legado de Eric Hobsbawn

Um historiador com poder de síntese incomparável. Um marxista crítico e inquieto, sem deixar jamais de acreditar na transformação social

Por Martin Kettle e Dorothy Wedderburn, no The Guardian | Tradução: Daniela Frabasile e Hugo Albuquerque

Se Eric Hobsbawm tivesse morrido há 25 anos atrás, os obituários o descreveriam como o historiador marxista britânico mais notável e acabariam mais ou menos aí. Mas ao morrer agora, aos 95 anos, ele atingiu uma posição única na vida intelectual de seu país. Nos últimos anos, tornou-se o historiador britânico mais respeitado de qualquer tipo, reconhecido (se não aprovado) tanto pela esquerda quanto pela direita, e um dos poucos historiadores de qualquer era a desfrutar reconhecimento nacional e internacional genuíno. Continuar lendo

Chineses questionam sua “máquina de medalhas”

A levantadora de peso Zhou Jun, 17, em uma das três tentativas frustradas durante os Jogos de Londres; o jornal chinês “Dushi Shibao” a classificou em sua manchete de “o fracasso mais humilhante na história do time nacional de levantamento de peso”, mas recuou e pediu desculpas à atleta após uma avalanche de críticas na internet

Fabiano Maisonnave, de Pequim

Minutos após receber a medalha do ouro olímpico, o pai da atleta de salto sincronizado Wu Minxia lhe contou que sua mãe está com câncer de mama e que seus avós maternos haviam morrido há mais de um ano. “Aceitamos há muito tempo que ela não nos pertence”, justificou o pai. “Nem sequer ouso pensar em coisas como desfrutar a felicidade familiar.”

Com a medalha de prata no peito, o levantador de peso Wu Jingbiao disse, desconsolado, a um repórter: “Eu desonrei o meu país, eu desonrei o time nacional de levantamento de peso, eu desonrei todos os que se importam comigo”. Continuar lendo

‘Brasil pode ser 1º país a derrotar a Aids’

JOHANNA NUBLAT

Um brasileiro acaba de ser escolhido pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, para coordenar as políticas públicas da Unaids (braço da organização contra a Aids).

Luiz Loures vai assumir em janeiro a vice-diretoria executiva dos programas da entidade e também um cargo mais político, o de secretário-geral assistente da ONU.

O médico foi um dos pioneiros no cuidado a pacientes com Aids no Brasil. Loures está há 16 anos na Unaids, hoje em Genebra.

Ele diz que espera ver o fim da epidemia da Aids em 15 anos.

Mas, para isso, é preciso quase dobrar o número de pessoas em tratamento, investir em diagnóstico precoce e no fim do preconceito.

O Brasil, opina, tem condições de ser o primeiro país a declarar o fim da Aids. Continuar lendo