Artigo de Nelson Sanjad
Conheci a cidade de Tucuruí em 1988, quatro anos depois de inaugurada a hidrelétrica que interrompeu o fluxo natural do rio Tocantins. Era, então, um espaço populoso, deteriorado e caótico, impressão que se amplificou ao visitar o núcleo urbano da construtora Camargo Correa, protegido por muros, guaritas e homens armados, com casas amplas e ajardinadas, com um confortável hotel para os hóspedes ilustres e com uma bela vista do vertedouro e do lago formado pela barragem. No tour pela usina, um funcionário da Eletronorte orgulhosamente apontou para uma ilhota, informando que a empresa instalara ali um banco genético das espécies vegetais que ocorrem (ocorriam?) na região, sem nada esclarecer sobre as copas de árvores mortas que emergiam por todo o imenso lago, visão que lembra, de imediato, em qualquer espectador, um cemitério repleto de cadáveres mal enterrados. Inquirido por que as árvores não foram retiradas, o funcionário tergiversou (alguém ainda lembra do escândalo Capemi?).
Arquivo diário: 11 de março de 2013
Terra se aproxima de maiores temperaturas em 11 mil anos
Pesquisa reuniu dados de 73 localidades ao redor do mundo para estimar a temperatura global (e local) no período geológico conhecido como Holoceno
Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual do Oregon e da Universidade Harvard, ambas nos EUA, reconstruiu a temperatura média da Terra nos últimos 11,3 mil anos para compará-la aos níveis atuais.
A boa notícia: a Terra hoje está mais fria do que já esteve em sua época mais quente desse período. A má: se os modelos dos climatologistas estiverem certos, atingiremos um novo recorde de calor até o final do século.
As condições de vida e trabalho dos professores no Brasil
A história da educação no Brasil é marcada por descasos, improvisações e exploração da força laboral dos trabalhadores escolares, fatos intrínsecos ao modelo de colonização que deu origem ao patrimonialismo estatal e à disseminação de misérias até hoje não superadas pelo país
por Roberto Franklin de Leão
Num breve contexto histórico, a educação formal no Brasil surgiu cinquenta anos após o Descobrimento e se deu por meio de concessão da Coroa portuguesa à Companhia de Jesus. Naquela época, os padres e irmãos-coadjutores eram responsáveis pelo trabalho escolar, e suas rendas (ou sustento) provinham de dízimos e das atividades pecuárias desenvolvidas nas fazendas da Igreja. Somente em 1759, com a expulsão dos jesuítas do Brasil, o governo da colônia passou a se responsabilizar pela oferta educacional, nomeando professores e remunerando-os uma única vez por ano – condição de quase flagelo que exigia dos mestres outras fontes de recursos para arcar com seus compromissos cotidianos.