Mão de obra agrícola: o novo comércio trangular

A “migração circular do trabalho” pregada pela União Europeia acompanha reorientação dos fluxos de mão de obra. “Contratados” para migrar de seu país para a Espanha, país de acolhida, depois para a França, país com disponibilidades, trabalhadores temporários latino-americanos começam a substituir mão de obra magrebina

por Patrick Herman

“Senhor Leydier, os documentos que tenho em mãos estão cheios de provas contra o senhor! Eu lhe dou a oportunidade de recuperar um pouco de dignidade e parar de se comportar como um bandido. Vou pedir uma última vez que o senhor responda à minha questão: o senhor continua afirmando que a senhora Naima Es Salah não trabalhava como empregada doméstica na sua casa?” Neste 12 de dezembro de 2012, o tribunal de grande instância de Aix-en-Provence ressoava as palavras cortantes da sua presidente.

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Violência contra a mulher atinge até 70% da população em alguns países, alerta ONU

Comissão da ONU sobre mulheres deu início, em Nova York, a sessão anual com chamada pelo fim da violência de gênero

Jan Eliasson: “eliminação da violência contra as mulheres e meninas também é uma questão intrinsecamente ligada ao desenvolvimento e à paz” (Foto: Divulgação)

A comissão das Nações Unidas com foco nas mulheres iniciou nesta segunda-feira, 04, sua sessão anual com uma chamada para eliminar a violência contra as mulheres e meninas, um flagelo global que afeta milhões em todo o mundo.

“Acabar com a violência contra as mulheres é uma questão de vida e morte”, disse o Vice-Secretário-Geral da ONU, Jan Eliasson, na abertura da sessão de duas semanas da Comissão sobre o Status da Mulher, em Nova York. “O problema permeia todos os países, mesmo nas regiões mais estáveis e desenvolvidas.”

Eliasson ressaltou que são necessárias múltiplas abordagens para resolver esta questão, desde governos implementando políticas para capacitar as vítimas e perseguir penalmente os agressores, até a criação de uma cultura em que os estereótipos de gênero sejam quebrados ao incentivar os homens e meninos a tomar uma parte equitativa das responsabilidades em sua casa e famílias.

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Mais de 200 milhões de crianças sofrem violência sexual no mundo, diz ONG

Segundo relatório de organização, quase metade das vítimas das agressões sexuais são meninas menores de 16 anos

Mais de 200 milhões de crianças foram vítimas de violência sexual no mundo, segundo um relatório do Plano Internacional, organização não governamental que propõe uma maior ação dos governos e da sociedade civil para erradicar este problema.

O relatório “O direito das meninas a aprender sem medo”, ao qual a Agência Efe teve acesso neste sábado (09/03), mostra que “em nível mundial estima-se que 150 milhões de meninas e 73 milhões de meninos sofreram algum tipo de violência sexual” no mundo todo.

Com base nos dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), a organização afirma que “quase metade de todas as agressões sexuais são cometidas contra meninas menores de 16 anos”.

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Coreia do Norte rejeita resolução da ONU que exige fim de programa nuclear

Pyongyang afirmou que buscará objetivo de ser um Estado completamente capaz em armamento

A Coreia do Norte rejeitou formalmente neste sábado uma resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que exige o fim de seu programa de armas nucleares, enquanto a China pediu calma, afirmando que as sanções não são a maneira “fundamental” para resolver as tensões na península coreana.

Pyongyang afirmou que vai buscar seu objetivo de ser um Estado completamente capaz em armamento nuclear, apesar das sanções que foram aprovadas de forma unânime na sexta-feira pelo Conselho.

As sanções têm como objetivo aumentar as restrições financeiras e combater as tentativas da Coreia do Norte de transportar cargas proibidas.

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Cresce debate em Israel sobre criação de Estado binacional com Palestina

Especialistas acreditam que, com os quase 200 assentamentos israelenses na Cisjordânia, a separação torna-se cada vez mais impossível

Ativista segura bandeira palestina perto de uma tenda recém montada no vilarejo de Beit Iksa, na Cisjordânia, entre Ramallah e Jerusalém Foto: Mohamad Torokman / Reuters

Em vista da paralisação do processo de paz entre israelenses e palestinos e da crescente colonização dos territórios ocupados, a solução baseada em dois Estados torna-se mais distante e a discussão sobre a possibilidade de que os dois povos vivam juntos em um Estado binacional faz-se mais frequente.

Desde a assinatura do acordo de Oslo, pelo lider palestino Yasser Arafat e pelo primeiro-ministro de Israel Itzhak Rabin, em 1993, o número de colonos israelenses que vivem na Cisjordânia quase quadriplicou. De 100 mil colonos naquela época, a população israelense nos territórios ocupados cresceu para cerca de 380 mil.

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ESPECIAL HUGO CHÁVEZ – 4 MATÉRIAS DIVERSAS – 3ª PARTE

50 verdades sobre Hugo Chávez e a Revolução Bolivariana

Razões pelas quais o chefe de Estado venezuelano marcou para sempre a história da América Latina
O presidente Hugo Chávez, que faleceu no dia 5 de março de 2013, vítima de câncer, aos 58 anos, marcou para sempre a história da Venezuela e da América Latina.
1. Jamais, na história da América Latina, um líder político alcançou uma legitimidade democrática tão incontestável. Desde sua chegada ao poder em 1999, houve 16 eleições na Venezuela. Hugo Chávez ganhou 15, entre as quais a última, no dia 7 de outubro de 2012. Sempre derrotou seus rivais com uma diferença de 10 a 20 pontos percentuais.
2. Todas as instâncias internacionais, desde a União Europeia até a Organização dos Estados Americanos, passando pela União de Nações Sul-Americanas e pelo Centro Carter, mostraram-se unânimes ao reconhecer a transparência das eleições.
3. Jimmy Carter, ex-presidente dos Estados Unidos, inclusive declarou que o sistema eleitoral da Venezuela era “o melhor do mundo”. Continuar lendo

ESPECIAL HUGO CHÁVEZ – REVISTA FÓRUM – 2ª PARTE: 4 matérias sobre o líder latino-americano e seu governo

Chavez: a multidão vermelha faz história

Por Rodrigo Vianna

A multidão nas ruas nem sempre é boa medida para avaliar um sistema político. Existem as multidões enfurecidas, as multidões conduzidas por ditadores. As multidões amorfas.

Ao lado, vemos a multidão vermelha que tomou as ruas de Caracas para se despedir de Chavez. Do alto, imagem que impressiona. Mas é preciso baixar à rua e olhar a história da América Latina para compreender de que multidão se trata.

De táxi, eu tentava me aproximar do Forte Tiúna – sede do comando das Forças Armadas da Venezuela, onde ocorre o velório de Hugo Chavez.  O motorista que me conduzia olhava a multidão nas ruas e dizia: “quanto estão pagando a essa gente para vir até aqui?” Ah, os taxistas… Continuar lendo

ESPECIAL HUGO CHÁVEZ – ÓPERA MUNDI – 1ª PARTE: 9 matérias sobre o líder latino-americano e seu governo

Era Chávez colocou Venezuela no mapa do mundo

Mudanças profundas na política, economia e sociedade chamaram ao país andino os holofotes da política internacional
A mais de mil metros de altitude, na costa venezuelana do Caribe, uma cidade brota do zero. Ocupa uma área de 1,2 mil hectares, no estado de Vargas, encravada entre Caracas, a capital, e o principal aeroporto do país. O loteamento foi planejado para ser uma das grandes vitrines do governo de Hugo Chávez Frias, presidente da República desde fevereiro de 1999.O projeto leva o nome em espanhol de Ciudad Caribia.  Sob responsabilidade de uma empresa mista cubano-venezuelana, a Construtora Alba Bolivariana, a empreitada já abriga quase sete mil pessoas em 1,1 mil apartamentos. Quando estiver concluída, em 2018, será uma urbanização com mais de 20 mil unidades habitacionais, moradias de 100 mil venezuelanos. Continuar lendo