Amazônia nos últimos 20 milhões de anos

O que aconteceu na Amazônia nos últimos 20 milhões de anos? Como era o ambiente e quais os organismos povoaram a região durante esse período? Qual é a explicação para tamanha biodiversidade encontrada hoje ali?

Para responder a essas e outras questões, pesquisadores brasileiros e estrangeiros trabalharão durante cinco anos em um Projeto Temático apoiado pela FAPESP e pela National Science Foundation (NSF) no âmbito de um acordo que prevê o desenvolvimento de atividades de cooperação entre os programas “Dimensions of Biodiversity” (NSF) e BIOTA (FAPESP).

Aprovado em setembro de 2012, os pesquisadores do projeto – especialistas de áreas diversas, de várias partes do Brasil, Estados Unidos, Europa, Canadá e Argentina – vão se reunir pela primeira vez na sede da FAPESP, em São Paulo, entre 4 e 8 de março.

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Vinte anos de PCC em São Paulo: o espaço entre governo e crime

Só em São Paulo há uma política de encarceramento tão agressiva; só no estado há uma única facção na regulação tanto de condutas criminais quanto dos preços nos mercados ilegais; só em SP isso redundou na redução de 70% dos homicídios; só no estado a “guerra” entre crime e governo pode ter a magnitude vista em 2012

por Gabriel de Santis Feltran

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Energia eólica é superestimada, diz estudo

“Sombras de vento” reduzem capacidade dos parques eólicos

Especialistas em energia poderão ter de refazer suas contas sobre a contribuição da energia renovável para um mundo de baixo carbono

“As pessoas acham que não existe uma fronteira para a energia eólica e que é a fonte renovável que mais pode ter ganhos de escala,” afirma o físico David Keith, da Universidade Harvard. Afinal de contas, ventos não irão acabar, como acontece com o petróleo. Mas uma pesquisa de modelagem atmosférica, publicada esta semana na Environmental Research Letters, sugere que a capacidade geradora de fazendas eólicas de grande escala tem sido superestimada.

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O novo padrão de consumo

Brasileiros compram mais; contudo, o êxito em relação aos indicadores econômicos não se traduziu em melhoria no perfil da distribuição de renda e na redução das desigualdades regionais no País

Jefferson Mariano

O recente processo de crescimento da economia brasileira (veja gráfico abaixo), especialmente a partir de 2004, provocou mudanças importantes no que se refere ao padrão de consumo da população. Esse desempenho deveu-se à combinação de fatores como a reversão da política monetária até então vigente e ao processo de valorização das matérias-primas, aspectos que beneficiaram o setor externo da economia brasileira.

O êxito em relação aos indicadores econômicos não se traduziu em melhoria no perfil da distribuição de renda e na redução das desigualdades regionais no País. Números divulgados pelo Censo Demográfico 2010 (tabela seguinte) sinalizam que ocorreu uma tímida reversão desse processo. Houve aumento da participação da população que se encontrava na base da pirâmide de distribuição de rendimentos e uma redução daqueles que se encontravam no topo.

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Robet Fisk: Guerra ao terror, a nova religião ocidental

Por que o ocidente não para de mandar bombas sobre os povos do Oriente Médio? E por que não para de mandar exércitos para ocupar terras dos muçulmanos, exatamente o que a Al-Qaeda deseja que se faça?

Por Robert Fisk, The Independent, UK. Original em “War on terror is the West’s new religion”. Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu e publicado no Redecastorphoto

Mohamed al-Zawahiri, irmão caçula do sucessor de Osama bin Laden, Ayman, fez declaração particularmente intrigante no Cairo, mês passado. Falando àquela maravilhosa instituição francesa Le Journal du Dimanche sobre o Mali, disse ao jornal que alertasse a França “e as pessoas racionais e razoáveis na França, para que não caiam na mesma armadilha em que caíram os norte-americanos. A França já é responsável por ocupar um país muçulmano. A França já declarou guerra ao Islã”. Jamais, em todos os tempos, a França recebeu aviso mais claro.

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É o fim de um mundo?

Quinhentos degraus, se não me engano, separam o chão de São Pedro do terraço circular que cerca a cúspide da cúpula de Michelangelo. Galguei-os aos 8 anos de idade conduzido por minha avó paterna, Adele, romana de Roma. Escalada audaciosa e jamais repetida, e lá do alto me pareceu contemplar o Universo.

Santa Maria del Fiore. A cúpula mais bela, sem ostentação e jactância. Foto: Cosmo Condina /Tips /Photononstop /AFP

À de São Pedro prefiro a cúpula de Santa Maria del Fiore, em Florença, obra de Filippo Brunelleschi, remonta aos começos do século XV e é a primeira erguida pelo homem. Esta me ficou na memória na mocidade, e minha emoção foi puramente estética. Já não cursava o primário no colégio das Marcelinas, as boas freiras com suas toucas graciosas a despeito dos acabamentos em renda negra.

Estudei no colégio das Marcelinas porque meu pai, anticlerical convicto, via ali um reduto antifascista. E era, clara e corajosamente. Não obrigavam os alunos a participar nas manhãs de -sábado dos desfiles organizados em praça pública, a reunirem uma patética garotada de uniforme não bélico, belicoso. E, em pleno vigor das leis raciais que mancomunaram Mussolini a Hitler, abrigavam meninos e meninas judeus em classes mistas, isentando-os das aulas de catecismo, quando iam ao jardim para brincar entre as árvores. Para minha inveja.

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