O futuro do movimento bolivariano

Os venezuelanos elegem seu próximo presidente no dia 14 de abril. Enquanto a oposição encontra dificuldades para manter a unidade, os simpatizantes de Hugo Chávez precisam aprender a se organizar sem ele, coisa que o ex-presidente nunca ajudou a fazer em vida

por Gregory Wilpert

Desde o anúncio da morte de Hugo Chávez, em consequência do câncer e das complicações do tratamento, os acontecimentos se precipitaram. À nomeação do vice-presidente Nicolás Maduro como chefe de Estado interino, seguiu-se a decisão do Conselho Eleitoral Nacional de marcar a nova eleição presidencial para 14 de abril, de acordo com o prazo de trinta dias previsto na Constituição. Apenas uma semana após a morte do presidente, Maduro era escolhido pelo Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV), majoritário na Assembleia, como candidato à sua sucessão no próximo escrutínio, enquanto Henrique Capriles, derrotado no mês de outubro de 2012, aceitava sem grande entusiasmo a indicação da coalizão oposicionista, a Mesa de Unidade Democrática (MUD).

Continuar lendo

Biodiversidade brasileira pode ser a resposta para a cura de doenças

Embrapa e UFRJ pesquisam os biomas do país em busca de novas substâncias para combater bactérias e fungos que apresentam resistência à antibióticos atuais

Com mais de 7 milhões de quilômetros quadrados, a Amazônia se estende por territórios do Brasil, Venezuela, Suriname, Colômbia, Bolívia, Equador, Peru, Guiana e Guiana Francesa. A maior floresta tropical do mundo reúne uma em cada dez espécies de animais da Terra

Rio de Janeiro – Respostas para muitas doenças podem ser encontradas na biodiversidade brasileira. Para tentar descobri-las, pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), testam plantas de vários biomas. Alguns exemplares já se mostraram eficazes contra bactérias e fungos causadores de infecções.

O coordenador do projeto no Rio, o químico Humberto Ribeiro Bizzo estuda as propriedades de espécies de plantas em laboratório desde 2012. Neste período, constatou que a sacaca (planta de origem amazônica) deu resultados positivos contra uma bactéria que é encontrada em infecções hospitalares e contra a candidíase, doença predominante em mulheres.

Continuar lendo

Florestas geram US$ 468 bilhões por ano para economia global

O dado foi divulgado no Fórum das Nações Unidas sobre Florestas (UNFF), que acontece em Istambul até 19 de abril

Com mais de mil espécies de aves e grande número de endêmicas (espécies que só existem em um determinado lugar), a Amazônia brasileira atrai observadores de aves do mundo inteiro.

Quase um terço do mundo é coberto por florestas, que, além de trazer benefícios sociais e culturais, gera ganhos econômicos para o planeta. Os produtos florestais movimentam, de forma sustentável, cerca de US$ 468 bilhões, anualmente, para a economia global.

O dado é da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e foi divulgado por Mario Ruales Carranza, presidente do Fórum das Nações Unidas sobre Florestas (UNFF), durante a abertura da décima edição do evento, que acontece em Istambul.

Continuar lendo

Explicando como o universo começou

Vídeo: “O início do universo, para iniciantes”. Se desejar, ligue as legendas e ative a tradução para o português.

O universo é extremamente enorme e complexo, mas isso não significa que os humanos não estejam tentando entendê-lo.

E, para tanto, surgiu o ramo da cosmologia, que estuda a estrutura, a evolução e a composição do universo. Seus pesquisadores analisam o que aconteceu, o que está acontecendo e o que deve acontecer no universo, tudo para descobrir como ele surgiu em primeiro lugar.

Continuar lendo

Os possíveis rumos da Venezuela

O jornalista e historiador Gilberto Maringoni acredita que o chavismo sobreviverá sem seu mentor, mas o país tem o desafio de diversificar sua base produtiva. Esta é uma matéria da edição 121 da Fórum, em bancas.

Por Felipe Rousselet. Foto de capa por http://www.flickr.com/photos/rufino_uribe/.

Morto em 5 de março, Hugo Chávez tem uma presença fortíssima na Venezuela. Mas a continuidade do chavismo não estaria tão atrelada à figura do comandante. “O abalo da perda de Chávez, embora tenha sido grande, não foi estrutural. Não compromete o futuro das transformações sociais que acontecem na Venezuela”, acredita o jornalista e historiador Gilberto Maringoni, autor de A revolução venezuelana.

Para Maringoni, um dos grandes desafios do próximo governo do país será tentar diversificar a base produtiva do país, muito dependente da exportação de petróleo. “Todos os presidentes, desde os anos 1950, tentaram industrializar o país. O problema é que o petróleo é uma riqueza constante. Você fura o poço e está exportando, ganhando dinheiro”, explica. “Essa entrada de dinheiro faz com que o país fique com uma reserva muito grande de petrodólares e com uma propensão a importar. Lá, é muito mais fácil importar automóveis do que gastar 10 ou 15 anos para instalar uma fábrica, que vai maturar o investimento e demorar para começar a dar lucro.”

Continuar lendo