América Latina desperdiça 15% dos alimentos que produz

A região perde 80 milhões de toneladas por ano, 6% do total global de perdas

Um agricultor paraguaio com grãos de bico.

Quantas vezes por semana você joga restos de comida ou alimentos estragados no lixo?

Talvez você pense melhor nisso quando souber que na América Latina, onde milhões de crianças sofrem desnutrição crônica, se perdem 15% dos alimentos que é produzido a cada ano, ou cerca de 80 milhões de toneladas.

Do ponto de vista da nutrição, isto significa que se desperdiça uma quarta parte dos componentes energéticos -ou 450 quilocalorias- que uma pessoa precisa diariamente para viver. Continuar lendo

Para blindar pré-sal, país gasta bilhões no controle da ‘Amazônia azul’

Governo começa concorrência para implantar um sistema que deve monitorar 4,5 milhões de quilômetros da costa brasileira com aparatos que incluem de radares a aviões não tripulados

Plataforma de exploração de petróleo na costa brasileira.

Com a perspectiva de uma produção diária de petróleo de 1 milhão de barris em 2017 e a probabilidade de que metade de todo produto do país venha do pré-sal, o Governo brasileiro decidiu dar mais atenção ao que acontece em suas águas.

Uma licitação coordenada pela Marinha pretende colocar em operação o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), um projeto bilionário que deve ser implementado até 2025, e envolve a compra de rádios, equipamentos de comunicação via satélite, radares aéreos, uma rede de sensoriamento acústico submarino, além de veículos aéreos não tripulados, para monitorar a costa marítima, uma área de 3,6 milhões de quilômetros quadrados que pode chegar a 4,5 milhões caso o país consiga na ONU o aumento de seu território marítimo pedido em 2004. A área é conhecida pela Marinha como “Amazônia Azul”, em referência a seu tamanho similar ao da Amazônia “verde” do país, que tem 5,5 milhões de quilômetros quadrados. Pela área, circula aproximadamente 95% do comércio exterior brasileiro por meio de importações e exportações. Continuar lendo

Nossa boa terra

Onde nasce a comida: o futuro depende do solo sob os nossos pés

por Charles C. Mann

Um mosaico de árvores, campos e plantações delineiam o contorno da bacia de Coon Creek, em Wisconsin, nos Estados Unidos

Em um dia quente de setembro, fazendeiros de toda a região estão reunidos em volta de máquinas enormes. Colheitadeiras, embaladoras, trituradoras, cultivadoras, semeadoras – enfim, tratores para as mais diversas finalidades podiam ser vistos na Farm Technology Days, a feira de equipamentos agrícolas realizada todos os anos no estado americano de Wisconsin. Quando visitei a exposição no ano passado, a empresa John Deere estava apresentando aos visitantes o 8530: um trator que funciona sozinho, orientando-se por sinais de satélite. Eu estava feliz na cabine, aproveitando o ar-condicionado sem ter de me preocupar com nada; sob meus pés as imensas rodas de borracha conduziam a máquina por seu caminho.Os fazendeiros sorriam ao contemplar os tratores atravessando as plantações de cereais. No longo prazo, contudo, tais máquinas podem estar contribuindo para acabar com o próprio sustento deles. O solo do meio-oeste americano, abrangendo algumas das áreas mais férteis do mundo, é constituído de torrões soltos e heterogêneos, entremeados por muitos bolsões de ar. Máquinas enormes e pesadas, como as colheitadeiras, amassam a terra molhada e a transformam em uma camada indiferenciada e quase impermeável – em um processo conhecido como “compactação”. As raízes não conseguem penetrar em solo compactado; tampouco a água escoa terra adentro e, em vez disso, corre pela superfície, provocando erosão. E, como a compactação às vezes ocorre em profundidade, pode levar décadas para ser revertida. Conscientes do problema, os fabricantes de implementos agrícolas instalam pneus enormes em suas máquinas, pois essa é uma maneira de amenizar o impacto sobre o solo. Além disso, os fazendeiros passaram a usar dispositivos de GPS para manter os veículos em trajetos específicos, deixando intocado o resto do terreno. Mesmo assim, esse tipo de compactação continua sendo um problema grave – pelo menos naqueles países em que os produtores rurais podem desembolsar 400 000 dólares por uma colheitadeira. Continuar lendo

Uma guerra, enfim

Para sociólogo, combate à fome passa pela proibição da especulação em commodities, o perdão das dívidas dos mais pobres e pela agricultura familiar

Hoje existem 62 países com déficit alimentar: 39 na África; 17 na Ásia; 3 nas Américas; e 3 na Oceania

Nascido em 1934, Jean Ziegler foi relator especial da ONU para o direito à alimentação, entre 2000 e 2008. É sua a frase: “Cada criança que morre de fome é uma criança assassinada”. A FAO revela que esse crime ocorre no planeta a cada cinco segundos.

Continuar lendo

O Brasil e as mudanças na OMC

Foi uma vitória, mas é importante que a eleição de Roberto Azevedo não seja recebida com um otimismo ingênuo. Não há espaço para se trabalhar com a possibilidade de melhoria imediata da ação brasileira no domínio das relações econômicas internacionais.

Paulo Kliass

Sim! Pode-se afirmar com relativo grau de segurança que os resultados da recente eleição para o cargo de diretor geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) são o reflexo de uma importante mudança que está em movimento no interior dessa instituição multilateral do sistema das Nações Unidas. Afinal, foi a primeira vez que um candidato de um país externo ao grupo apoiado pelos países europeus obteve a maioria de votos.

Continuar lendo

As contradições do campo no Brasil

A agropecuária brasileira é pujante, mas precisa também se tornar mais plural e abrir espaço para o pequeno produtor

A colheita de grãos na safra atual deve chegar a 180 milhões de toneladas

Tal como na vida, há coisas no setor agropecuário brasileiro que vão bem e outras que vão mal.

Frase boba, dirá o sempre apressado e exigente comentarista digital. Qualquer sermão matinal ou vespertino na tevê vaza tais marés para nos incentivar as coragem e persistência, algo que muitos se gabam de ter sem noção do quanto, às vezes, é inócuo e dolorido dar murro em ponta de faca.

A cidadania no Brasil é um exemplo.

Em se tratando de economia, ciclos, conjunturas e estruturas fazem da agropecuária uma eterna corrida de revezamento 4 x 100 com barreiras.

Continuar lendo

Tomate: do lixo ao luxo

Falou-se muito sobre o tomate, mas pouco sobre a situação do produtor. Milhares de toneladas do fruto foram jogadas no lixo em 2012, diante dos baixos preços pagos ao agricultor. Muitos desistiram da cultura e outros não tiveram crédito para recuperar a nova safra.

Najar Tubino

Abril de 2012, Ribeirão Branco (SP), região de Itapetininga, no sítio administrado por Rubens Almeida, os 90 mil pés de tomate estão sendo derrubados. Já na propriedade de Ismael Rosa 50 mil pés de tomate foram plantados, um investimento de R$200 mil, que agora apodrece no pé e vai para o lixo. Produtores começaram a destruir as roças em fevereiro e a situação só piorou até aqui. Este é um relato do que aconteceu em uma das regiões produtoras de São Paulo, o segundo maior em área, com mais de 10 mil hectares plantados com o fruto, que reduziu o plantio, porque os produtores chegaram a vender a caixa de 22 kg por R$5.

Continuar lendo

Florestas geram US$ 468 bilhões por ano para economia global

O dado foi divulgado no Fórum das Nações Unidas sobre Florestas (UNFF), que acontece em Istambul até 19 de abril

Com mais de mil espécies de aves e grande número de endêmicas (espécies que só existem em um determinado lugar), a Amazônia brasileira atrai observadores de aves do mundo inteiro.

Quase um terço do mundo é coberto por florestas, que, além de trazer benefícios sociais e culturais, gera ganhos econômicos para o planeta. Os produtos florestais movimentam, de forma sustentável, cerca de US$ 468 bilhões, anualmente, para a economia global.

O dado é da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e foi divulgado por Mario Ruales Carranza, presidente do Fórum das Nações Unidas sobre Florestas (UNFF), durante a abertura da décima edição do evento, que acontece em Istambul.

Continuar lendo

Cuba: 50 verdades que Yoani Sánchez ocultará

Blogueira faz turnê mundial de 80 dias em cerca de 12 países do mundo para falar sobre Cuba. Mas não dirá tudo…

A famosa opositora está realizando uma turnê mundial de 80 dias em cerca de doze países do mundo para falar sobre Cuba. Mas não dirá tudo…

1. O artigo 1705 da Lei Torricelli, de 1992, adotada pelo Congresso norte-americano, estipula que: “Os Estados Unidos fornecerão apoio a organizações não-governamentais apropriadas, para apoiar indivíduos e organizações que promovam uma mudança democrática não-violenta em Cuba”.

2. O artigo 109 da Lei Helms-Burton, de 1993, aprovada pelo Congresso, confirma essa política: “O Presidente [dos EUA] está autorizado a proporcionar assistência e oferecer todo tipo de apoio a indivíduos e organizações não-governamentais independentes para apoiar os esforços com vistas a construir a democracia em Cuba”.

Continuar lendo

Brasil promove modelo de ajuda Sul-Sul de olho em influência internacional

O país incrementou as doações de alimentos a países pobres com modelo de cooperação próprio

O Brasil começa a promover seu modelo de ajuda Sul-Sul em busca de consolidar sua presença como doador e sua influência internacional. Já chega com recursos a 65 países e sua cooperação financeira triplicou nos últimos sete anos. Não foi seu batismo como doador internacional, mas a iniciativa de estender a cinco países da África o financiamento para compra de alimentos permitiu confirmar que o país, tradicional receptor de recursos, passou para o grupo dos emissores de ajuda externa. Continuar lendo