As entranhas do declínio americano

Joseph Sitglitz explica: por que desigualdade, redução do Estado e rentismo financeiro produzem, além de injustiça, cada vez mais ineficiência

Por Joseph Stiglitz, em Vanity Fair | Tradução: Gabriela Leite

Vamos começar estabelecendo uma premissa básica: a desigualdade nos Estados Unidos aumenta há décadas. Todos estamos conscientes deste fato. Certas vozes na direita negam a realidade, mas analistas sérios, em todo o espectro político, reconhecem o fenômeno. Não vou elencar todas as evidências neste texto: basta lembrar que a diferença entre o 1% e os 99% é muito vasta quando a analisamos em termos de rendimento anual; e ainda maior quando observamos a riqueza — ou seja, o capital acumulado e outros bens. Continuar lendo

Fracassam as negociações sobre Tratado de Comércio de Armas

Oposição de Irã, Coreia do Norte e Síria foi crucial, disse presidente.
Secretário-geral da ONU se disse ‘profundamente decepcionado’.

Os países da ONU fracassaram nesta quinta-feira (28) em alcançar um acordo sobre um projeto de tratado para regulamentar o comércio internacional de armas, devido à oposição de Irã, Coreia do Norte e Síria, informou o presidente da conferência, Peter Woolcott, segundo a France Presse.

“Não há consenso para este ano”, declarou Woolcott, após Teerã, Pyongyang e Damasco reafirmarem sua negativa ao tratado em sessão plenária.

Em nota, o secretário-geral da ONU disse que os países estavam muito perto de um acordo com regras globais sobre compra e vendas de armamentos e declarou que está “profundamente decepcionado” com o fracasso. O objetivo do tratado era evitar que armas letais chegassem às mãos de facções guerrilheiras, terroristas, piratas e criminosos.

Continuar lendo

Bolívia anuncia processo contra Chile em Haia para ter acesso ao mar

Evo Morales sublinhou que a falta de saída ao mar é uma condenação perpétua que “estrangula” a economia boliviana

O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou neste sábado (23/03) que “nos próximos dias” o país irá apresentar na Corte Internacional de Haia um processo contra o Chile para buscar uma restituição da saída soberana ao mar, perdida em uma guerra há 134 anos. O presidente chileno, Sebastían Piñera, respondeu que o “Chile e seu povo defenderão com toda a força da união nacional, a história e a verdade seu território, seu mar, seu céu e também sua soberania”.

Evo Morales discursa em La Paz: “unidos com trabalho e esforço, com segurança, em breve voltaremos a ter acesso ao mar”

“Decidi que nos próximos dias uma comissão viajará a Haia para apresentar um processo para retornar ao mar com soberania”, disse Morales em seu discurso para lembrar a invasão do território litorâneo boliviano em 1879 e comemorar o Dia do Mar. “Com a força da razão e com o calor da união do povo boliviano, faremos valer perante o mundo nosso direito a ter um acesso soberano ao mar”, acrescentou.

Continuar lendo

Iraque dez anos depois: a guerra é um grande negócio!

Há alguns mais interessados em manipular as informações e prolongar os combates do que propriamente vencer

“A guerra é um crime… facilmente, o mais rentável, certamente, o mais cruel … É o único em que os lucros são contados em dólares e as perdas em vidas …. Ela é conduzida para o benefício dos poucos, à custa dos muitos….. eu passei a maior parte do meu tempo como um “ defensor de alta classe” para os Grandes Negócios, para Wall Street e para os banqueiros. Em suma, eu era um gangster, um gangster para o capitalismo.” ( Major General Butler)

O ataque norte-americano ao Iraque completou dez anos nesta semana com a constatação por grande parte dos analistas de que a estratégia do governo Bush foi um fracasso: os Estados Unidos e seus aliados não conseguiram alcançar os objetivos anunciados e as consequências da operação militar foram desastrosas, seja do ponto de vista moral, econômico ou militar. Mas o que o discurso sobre a derrota dos EUA não revela é que essa guerra foi e continua sendo uma grande vitória para alguns.

Jovem caminha sobre taque iraquiano destruído e abandonado durante a guerra de 2003 contra os EUA em Karbala, sul do Iraque

Continuar lendo

Equador quer vender parte da Amazônia a petrolíferas chinesas

Grupos indígenas afirmam que não deram consentimento; políticos foram a Pequim divulgar projetos

O Equador planeja leiloar mais de 3 milhões de hectares da Floresta Amazônica para companhias petrolíferas chinesas. Um grupo de políticos equatorianos negociou na segunda-feira contratos com representantes de empresas como a China Petrochemical e a China National Offshore Oil. Antes de Pequim, eles se reuniram em Quito, Houston (EUA) e Paris, sempre encontrando resistência e protestos de indígenas. As informações são do jornal The Guardian.

“O Equador tem vontade de estabelecer uma relação de benefício mútuo”, disse o embaixador do Equador na China em um discurso. De acordo com a ONG Amazon Watch, sete grupos indígenas que habitam o terreno afirmam que não consentiram com a aprovação de projetos envolvendo petróleo – que devastariam o ambiente e ameaçariam seu modo de vida.

Continuar lendo