Três anos de revoltas conectadas

Novos estudos tentam compreender ações de protesto que marcam cenário mundial. Que têm em comum? Como evoluem? Para onde caminham?

Por Bernardo Gutierrez | Tradução: Cauê Ameni e Gabriela Leite

Existem elementos comuns entre a explosão do movimento espanhol 15M e o nascimento #YoSoy123 no México? Pode-se traçar algum paralelo entre a defesa do Gezi Park, em Istambul, e as revoltas iniciadas pelo Passe Livre no Brasil? Há padrões compartilhados entre as revoltas que sacudiram o mundo desde a centelha da Primavera Árabe?

Se levarmos em conta apenas pautas concretas, as revoltas poderiam parecer desconexas. O grito de “Não somos mercadorias nas mãos dos políticos e banqueiros”, do 15M, teria pouco a ver com o “Se a tarifa não baixar, a cidade vai parar”, das revoltas no Brasil. Occupy Wall Street estaria longe do #YoSoy132 mexicano, que nasceu contra a criminalização de 131 estudantes da Universidade Iberoamericana. No entanto, o imaginário de todas as revoltas parece conectado por algo que escapa à lógica. Continuar lendo

O quê as revoltas de 2013 têm em comum

Milhares de estudantes protestam em Lima, no Peru, marchando em direção ao prédio do Congresso Nacional contra um projeto de lei que, segundo eles, viola a autonomia universitária

Na Turquia, Brasil, Bulgária e Peru o que se assemelha não é ideologia – mas arquitetura de convocação das multidões

Por Bernardo Gutiérrez,

Como o acampamento no parque Taksim de Istambul influenciou os protestos no Brasil? O surgimento repentino de os Indignados do Peru se explica como contágio regional? Existe algum ponto em comum nos protestos dos três países anteriores e as manifestações na Bulgária contra seu governo? Os analistas costumam buscar motivos concretos para explicar as revoltas dos últimos tempos. E transformam o diagnóstico inicial em tese irrefutável. Istambul se levantou para proteger o parque Taksim da mercantilização neoliberal. As urbes brasileiras se levantaram contra o aumento do preço do transporte. Os peruanos se indignaram frente a um governo que tentou distribuir cargos públicos de forma pouco transparente. Os búlgaros cercam o congresso durante semanas para protestar contra o aumento exagerado das faturas de água e gás e o conluio da classe política com grupos mafiosos. Mas ditas causas explicam as intensos protestos dos últimos meses? Continuar lendo

Um País dividido

Liberais seculares e muçulmanos praticantes temem “islamização” da Turquia; enquanto os radicais acham que o governo faz pouco. Por Gianni Carta, de Istambul

Álcool proibido a partir das 22 horas, três filhos no mínimo para casais, banida a pílula do aborto

Terminados os violentos confrontos entre as forças policiais e manifestantes que durante três semanas pediam a demissão do premier Recep Tayyip Erdogan, reina uma atmosfera surrealista. De saída, o país está isolado. Diante da brutalidade das forças policiais contra os manifestantes, a chanceler alemã Angela Merkel encabeça o movimento para rejeitar a Turquia no seio da União Europeia (UE). Continuar lendo

A Primavera do Direito à Cidade

Revolta dos jovens turcos foi resposta à privatização de Istambul. Levante revela emergência das lutas pelo Comum urbano e ambiental

Por Bernardo Gutierrez | Tradução: Bruna Bernacchio | Imagens: Jamie Bowlby-Whiting

Taksim é nosso, Istambul é nossa!”. Os gritos não pertencem a algum dos jovens que ocuparam o Parque Taksim Gezi, da capital turca, na virada do mês. Tampouco é um mote que esteja correndo o mundo no Twitter, sob a tag #OccupyGezi. “Taksim é nosso” está sendo pronunciado por um cidadão anônimo no vídeo Tkasim Square (Istambul Commons), durante uma manifestação celebrada no outono passado. “Taksim é nosso” – continua a voz no megafone – “não importa as opções políticas que tenham as pessoas”.

Continuar lendo

Um teste para a democracia turca

Repressão brutal e postura arrogante do primeiro-ministro colocam em dúvida as credenciais democráticas do regime islamista do AKP

Manifestantes começaram a deixar a praça Taksim, em Istambul, neste domingo 2. Atrás, ficou um rastro de destruição do confronto com a polícia

O regime democrático da Turquia foi submetido a um teste importante neste fim de semana. E o resultado não foi nada bom para o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan, em seu terceiro mandato, e o AKP, partido islamista que governa a Turquia desde 2001. Continuar lendo

Manifestantes turcos seguem ocupando a praça Taksim de Istambul

Polícia abandonou local após dois dias de violentos confrontos

Manifestantes em Istambul na madrugada deste domingo

ISTAMBUL (AFP) – Centenas de manifestantes turcos ocupavam neste domingo a praça Taksim de Istambul, abandonada pela polícia após dois dias de violentos confrontos, e seguiam determinados a manter vivo o seu protesto contra o primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan.

Continuar lendo

Florestas geram US$ 468 bilhões por ano para economia global

O dado foi divulgado no Fórum das Nações Unidas sobre Florestas (UNFF), que acontece em Istambul até 19 de abril

Com mais de mil espécies de aves e grande número de endêmicas (espécies que só existem em um determinado lugar), a Amazônia brasileira atrai observadores de aves do mundo inteiro.

Quase um terço do mundo é coberto por florestas, que, além de trazer benefícios sociais e culturais, gera ganhos econômicos para o planeta. Os produtos florestais movimentam, de forma sustentável, cerca de US$ 468 bilhões, anualmente, para a economia global.

O dado é da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e foi divulgado por Mario Ruales Carranza, presidente do Fórum das Nações Unidas sobre Florestas (UNFF), durante a abertura da décima edição do evento, que acontece em Istambul.

Continuar lendo