Três anos de revoltas conectadas

Novos estudos tentam compreender ações de protesto que marcam cenário mundial. Que têm em comum? Como evoluem? Para onde caminham?

Por Bernardo Gutierrez | Tradução: Cauê Ameni e Gabriela Leite

Existem elementos comuns entre a explosão do movimento espanhol 15M e o nascimento #YoSoy123 no México? Pode-se traçar algum paralelo entre a defesa do Gezi Park, em Istambul, e as revoltas iniciadas pelo Passe Livre no Brasil? Há padrões compartilhados entre as revoltas que sacudiram o mundo desde a centelha da Primavera Árabe?

Se levarmos em conta apenas pautas concretas, as revoltas poderiam parecer desconexas. O grito de “Não somos mercadorias nas mãos dos políticos e banqueiros”, do 15M, teria pouco a ver com o “Se a tarifa não baixar, a cidade vai parar”, das revoltas no Brasil. Occupy Wall Street estaria longe do #YoSoy132 mexicano, que nasceu contra a criminalização de 131 estudantes da Universidade Iberoamericana. No entanto, o imaginário de todas as revoltas parece conectado por algo que escapa à lógica. Continuar lendo

Primavera Brasileira ou golpe de direita?

Perguntas e respostas sobre um movimento que está mudando a cena do país – e cujo futuro, aberto, será decidido também por você

Por Antonio Martins Imagens: Ninja (fotos) e Pirikart (quadrinhos)

“O Brasil não é para principiantes”, disse certa vez o compositor Tom Jobim. A sabedoria destas palavras está ecoando de novo a cada dia, nas duas últimas semanas. Entre 6 e 19 de junho, uma onda avassaladora de protestos de rua resgatou a ideia de que as lutas sociais valem a pena e marcou a emergência de uma cultura política de autonomia, redes sociais e horizontalidade. Continuar lendo

Julius e Ethel‏ Rosenberg, os antecessores de Assange e Snowden

Braço siamês da política, imprensa tem papel fundamental para construção de verdades

Sou fascinado pelas ciências. Em seus domínios reina a dúvida, a interrogação. As verdades são sempre temporárias. Da folclórica maçã que deu origem a uma das leis de Newton à mecânica quântica, das especulações sobre a estrutura atômica à fissão nuclear, nada permaneceu intocado.Pulga na cueca. Lá, onde é necessária comprovação experimental para chancelar uma ideia, os mentirosos e charlatães não têm vida longa.

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