Negros no Brasil

Resistência sempre foi a palavra de ordem de quem era forçado ao trabalho escravo. Os negros foram caçados, perseguidos e, ainda hoje, são, muitas vezes, hostilizados, conforme revela pesquisa do Ipea

Maurício Barroso

Desde que os colonizadores portugueses chegaram ao Brasil, há mais de quinhentos anos, eles exploraram, inicialmente, a mão de obra indígena. Entretanto, o contato com os homens brancos foi péssimo para a saúde dos índios. Além disso, os nativos conheciam muito bem o território e fugiam com facilidade.

Por razões econômicas e também em busca de mão de obra qualificada, os portugueses começaram a trazer africanos escravizados para o Brasil. Os negros eram obrigados a vir para um país estranho, numa travessia de barco que levava meses, em condições precárias, para trabalhar forçadamente. Continuar lendo

Geração Y: superpreparados e frustrados

Muitos jovens nascidos entre os anos 80 e 90 entram no mercado de trabalho com falta de perspectiva e expectativas equivocadas, segundo especialistas

“O jovem de hoje acha que a vida é uma festa openbar”

Vestibular da UNICAMP em janeiro.

Terminar o colegial. Passar no vestibular. Concluir a faculdade. Entrar no mercado de trabalho. Crescer na empresa. Se especializar. O que foi durante décadas o caminho natural da vida adulta para 12% da população brasileira que completou o terceiro grau, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), não parece ser para os jovens da geração Y. “Eles acham que o roteiro é passar no vestibular, conseguir um estágio e ter êxito profissional, mas quando chegam ao mercado, não têm experiência de vida e não estão acostumados a ouvir ‘não’”, afirma Ademar Bueno, diretor do Laboratório de Inovação, Empreendedorismo e Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A FGV é uma faculdade privada de onde saem diretores e presidentes de empresas. As mensalidades podem superar os 4.000 reais para estudar Direito, por exemplo. Continuar lendo

2014, o ano bipolar

O próximo ano será marcado por campos contraditórios no Brasil: de um lado, a alegria da Copa e de outro a revolta com os gastos

As eleições serão marcadas pela reafirmação política e também pela sua negação

Manifestantes em protesto ocorrido em 2013.

Se o ano de 2013 foi surpreendente e passou como um furacão no Brasil, com uma série de manifestações que surgiram sem aviso em todos os cantos do país, 2014 deverá ser um ano marcado pela “bipolaridade”, segundo especialistas ouvidos pelo EL PAÍS. Em um dos pólos estará a “felicidade coletiva”, trazida pela Copa do Mundo. No outro, o descontentamento, que deve se refletir nos protestos contrários aos gastos com o Mundial. Será também o ano em que, de um lado, se discutirá a necessidade de um novo discurso na política, que poderá ter efeitos nas urnas durante as eleições presidenciais e governamentais, em outubro. Mas, também, haverá a negação da política, refletida em um aumento de votos nulos nas urnas de pessoas cooptadas, em parte, pelo discurso anarquista propagandeado pelos Black Blocs durante os cinco meses de 2013 em que o grupo destruiu “símbolos do capital” como os bancos e rechaçou a existência dos partidos nas manifestações.

Veja abaixo a opinião de quatro especialistas ouvidos pelo EL PAÍS sobre como o que aconteceu em 2013 vai influenciar 2014. Continuar lendo