A estratégia da Rússia e a inércia dos EUA no Egito, na Síria e na Líbia

2014 começou mal para a Casa Branca, que teve de baixar seu elmo imperial diante da Rússia, primeiro nas reuniões do Conselho de Segurança da ONU e depois nas negociações sobre a Síria; na região, o Egito voltou a se relacionar com a Rússia, enquanto na Líbia, o principal aliado dos EUA saiu do cenário político após o fracasso da intentona golpista de 13 de fevereiro

Achille Lollo

Quando o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, declarou diante das câmaras da CNN e da CBS que não seria mais candidato à sucessão de Obama, todo o mundo entendeu que algo estava acontecendo na cúpula do Partido Democrata, em função da inércia política com a qual Barack Obama e o próprio John Kerry se empenharam nas questões internacionais e em particular no Oriente Médio.

Uma inércia que por um lado tomou conta da diplomacia estadunidense, sobretudo após o escândalo da espionagem da NSA e que, por outro lado, engessou a dinâmica geoestratégica que o próprio Obama queria introduzir nas principais áreas críticas, nomeadamente: o Egito, a Síria e a Líbia. Continuar lendo

Excelente notícia no Irã

Depois de trinta anos de enfrentamentos diretos ou via países terceiros, o Irã e os Estados Unidos estão prestes a normalizar suas relações

por Serge Halimi

Um acordo que mobiliza contra si Benjamin Netanyahu, os ultraconservadores iranianos, o lobby pró-Israel que dita sua lei no Congresso norte-americano e a Arábia Saudita pode ser ruim? E Israel – um Estado que não assinou o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), que possui a bomba e violou mais resoluções das Nações Unidas do que qualquer outro Estado no mundo1 – está em posição de dar uma lição sobre todos esses pontos ao regime iraniano?

Segundo os termos do acordo interino de seis meses fechado no dia 24 de novembro, o Irã vai interromper seu programa de enriquecimento de urânio para além de 5% em troca de uma suspensão parcial das sanções que sofre. Na região, é a melhor notícia desde o início das revoltas árabes. Continuar lendo

Israel e Palestina: entre “diálogo” e possível ruptura

Por que conversações, que Washington comemora, são jogo de cena? O que exige cada parte? Como sacudir atual status quo?

Por Immanuel Wallerstein | Tradução: Cristiana Martin

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, obteve, após intensas discussões com o governo israelense e a Autoridade Palestina (AP), a retomada dos chamados “diálogos de paz”. Isto foi considerado um grande avanço. Mas será, de fato?

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Para que servem as negociações entre israelenses e palestinos?

Autoridade Palestina e governos de EUA e Israel têm diversos objetivos por trás da retomada do diálogo

Em vista do ceticismo generalizado sobre a possibilidade de sucesso da nova rodada de negociações entre israelenses e palestinos, que terá inicio nesta quarta-feira (14/08), muitos analistas se perguntam o que leva as três partes envolvidas (o governo israelense, a Autoridade Palestina e o governo norte-americano) a reiniciar o diálogo.

De acordo com o plano do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, dentro de nove meses as negociações deverão levar à solução do conflito entre os dois povos, que já dura cerca de 130 anos.

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