Denúncia: Somália é usada como lixeira nuclear

 A Somália é um dos numerosos países subdesenvolvidos que desde os anos 1980 recebeu inumeráveis cargas de resíduos nucleares e outros dejetos tóxicos dos países desenvolvidos e os armazenou ao longo de sua costa. Os somalis informam agora que 40% de sua população padecem de câncer.

Por Diário da Liberdade

Tratava-se de uma violação dos acordos internacionais a exportação de semelhantes dejetos à Somália, e era eticamente questionável que pudessem estabelecer-se semelhantes convênios com um país sacudido por uma guerra civil. A indignação do Unep (United Nations Environment Programme), o Programa da ONU para a proteção ao meio ambiente, parecia justificada. Mas a incógnita se mantém aberta: se desde os anos 1980 se deram esses casos, por que o Unep não tomou medidas mais enérgicas antes?

As nações Unidas não se manifestaram nem mesmo depois do escândalo do barco sírio “Zenobia”, que em 1988 transportava cerca de 20 mil toneladas de resíduos nucleares e durante meses esteve buscando um porto para poder descartá-las.

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Uma energia incompatível com a humanidade

Catorze meses após tragédia de Fukushima, exame de suas consequências movimenta, no Brasil, iniciativa cidadã para banir centrais nucleares

Por Chico Whitaker

Em 11 de março 2011, no Japão, um terremoto de 8,9 graus e as grandes ondas de um maremoto, que invadiram dez quilômetros de terra, provocaram milhares de mortes e uma enorme destruição. Mas a cidade de Fukushima viveu uma segunda tragédia: uma onda de 14 metros destruiu o dique que protegia usinas de produção de eletricidade com reatores atômicos, causando-lhes avarias e explosões.

Este segundo desastre teve efeitos ainda piores. De fato o luto, ainda que doloroso, um dia será superado; os equipamentos coletivos, casas, edifícios e bens destruídos serão reconstruídos ou indenizados; mas a radioatividade resultante da explosão de uma usina nuclear contamina a terra, o ar, a água, as plantas e as pessoas, por mais de uma geração. Por isso, 3 mil moradores foram evacuados, num raio de 3 km, estendido depois para 10 e 20 km, com mais pessoas removidas. Continuar lendo