Uma energia incompatível com a humanidade

Catorze meses após tragédia de Fukushima, exame de suas consequências movimenta, no Brasil, iniciativa cidadã para banir centrais nucleares

Por Chico Whitaker

Em 11 de março 2011, no Japão, um terremoto de 8,9 graus e as grandes ondas de um maremoto, que invadiram dez quilômetros de terra, provocaram milhares de mortes e uma enorme destruição. Mas a cidade de Fukushima viveu uma segunda tragédia: uma onda de 14 metros destruiu o dique que protegia usinas de produção de eletricidade com reatores atômicos, causando-lhes avarias e explosões.

Este segundo desastre teve efeitos ainda piores. De fato o luto, ainda que doloroso, um dia será superado; os equipamentos coletivos, casas, edifícios e bens destruídos serão reconstruídos ou indenizados; mas a radioatividade resultante da explosão de uma usina nuclear contamina a terra, o ar, a água, as plantas e as pessoas, por mais de uma geração. Por isso, 3 mil moradores foram evacuados, num raio de 3 km, estendido depois para 10 e 20 km, com mais pessoas removidas. Continuar lendo

Uma triste história de fogo e gelo

O naufrágio do Titanic – o senhor dos mares – e a explosão do Hindenburg – o rei dos céus – completam datas históricas em 2012 e lembram ao mundo como tragédias podem mudar a evolução da tecnologia.

O desastre parece estar na natureza dos Titanics: no mar, acabou nas geladas águas do Atlântico; no ar, explodiu em chamas. Os episódios mudaram a história do transporte mundial. (imagem: foto da Marinha dos Estados Unidos / gravura de Willy Stöwer, 1912)

O desastre parece estar na natureza dos Titanics: no mar, acabou nas geladas águas do Atlântico; no ar, explodiu em chamas. Os episódios mudaram a história do transporte mundial. (imagem: foto da Marinha dos Estados Unidos / gravura de Willy Stöwer, 1912)

Conforme o conhecimento do homem progride, o mundo parece tornar-se ‘menor’, em grande parte devido a novos e mais rápidos meios de transporte. O ano de 2012 é marcante para duas tragédias que ajudaram a redefinir os rumos dessa história: em 1912, Jack, Rose e mais 2.238 pessoas naufragavam com o Titanic nas águas geladas do Atlântico. Um quarto de século depois, em 6 de maio de 1937, as chamas consumiram o gigantesco zepelim alemão LZ 129 Hindenburg, o Titanic do céu, pouco antes de seu pouso, nos Estados Unidos. Continuar lendo