Com marco civil da internet, Brasil vira referência mundial em democratização da rede

A aprovação do projeto coroa a vitória do governo que, para aprová-lo sem alterar sua essência, enfrentou a maior crise de relacionamento com a base aliada

Por Najla Passos, na Carta Maior

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça (25), por quase unanimidade (só o PPS votou contra), o marco civil da internet, que há cinco meses travava a pauta da casa e foi o pivô da maior crise já enfrentada entre o governo Dilma e a base aliada. A expectativa, agora, é que o projeto seja aprovado pelo Senado em tempo recorde, sem alterações, para que siga à sanção presidencial.

Com isso, o Brasil passará a ser referência mundial em legislação sobre rede mundial de computadores: o projeto é, na opinião dos movimentos de defesa da democratização da comunicação, especialistas em redes de informação e em democracia participativa, um avanço significativo que deve servir de exemplo para o mundo.

Prova é a nota divulgada às vésperas da votação, pelo físico britânico Tim Berners-Lee, considerado o pai da internet, na qual ele enaltece a proposta de marco legal brasileira. “Se o Marco Civil passar, sem mais atrasos ou mudanças, será o melhor presente para os usuários de internet no Brasil e no mundo”, afirma ele. Continuar lendo

O golpe consumado

No Paraguai, tudo parece apontar para uma volta do Partido Colorado ao poder. A regressão é facilitada pela divisão da esquerda

por Gerhard Dilger

(O favorito Horacio Cartes, do Partido Colorado, durante carreata em Luque)

“As eleições já estão praticamente perdidas.” Para o pa’í (padre, em guarani) Francisco Oliva, jesuíta de 84 anos, militante social, comunicador e um dos mais reconhecidos analistas da sociedade paraguaia, “só um deus ex machina, como nas tragédias gregas”, poderá impedir a volta ao poder do Partido Colorado, que governou o Paraguai de 1947 até 2008. “E eles vêm para ficar por dez ou talvez vinte anos, com todo tipo de armadilhas”, acrescenta. “Estão muito bem organizados. Seu governo será totalmente vertical, direitista, clientelista; o atraso do Paraguai no contexto mundial só vai aumentar.”

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