Mapa inédito coloca o Brasil em 3º lugar em conflitos ambientais

Os pontos indicam, com cores diferentes, cada um dos tipos de conflitos relacionados ao meio ambiente

Em um projeto inédito, a Universidade Autônoma de Barcelona mapeou conflitos ambientais em todo mundo. No mapa, o Brasil aparece em terceiro lugar (ao lado da Nigéria) em número de disputas, enquanto a mineradora brasileira Vale ocupa a quinta posição no ranking de empresas envolvidas nessas questões.

O mapa (Clique veja aqui), uma plataforma interativa, é o resultado do trabalho de uma equipe internacional de especialistas coordenados pelos pesquisadores do Instituto de Ciência e Tecnologia Ambiental da universidade espanhola.

Entre os 58 conflitos ambientais em curso no Brasil há disputas agrárias como o caso de Lábrea, cidade no Amazonas próxima à fronteira com o Acre e Rondônia, onde agricultores são vítimas da ameaça de madeireiros e grileiros.

Há ainda diversos conflitos indígenas, disputas por recursos hídricos e por reservas minerais. Continuar lendo

O futuro da água brasileira será decidido nos tribunais?

Mesmo com um décimo da água potável do mundo, país já tem um conflito por água a cada quatro dias; além de mais frequentes, disputas vêm ganhando proporções inéditas.

O rio Paraíba do Sul está no centro da maior disputa por recursos hídricos que se tem notícia no país

O Brasil detém pouco mais de um décimo das reservas de água potável do mundo, no entanto, o país já registra um conflito por água a cada quatro dias, segundo o mais recente relatório da Comissão Pastoral da Terra, órgão ligado à Igreja Católica, obtido com exclusividade pela BBC Brasil. Em 2013, foram registradas 93 disputas locais em 19 Estados, 17% a mais do que no ano anterior. Mas esses conflitos não estão se tornando apenas mais frequentes. Também vêm assumindo dimensões inéditas.

Há pouco mais de uma semana, os governos de São Paulo e Rio de Janeiro vivem um embate. A razão é o projeto de São Paulo de captar água do Rio Paraíba do Sul e levá-la ao sistema Cantareira, grupo de reservatórios que abastece 15 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo e no interior do Estado. O problema é que este rio já abastece outras 15 milhões de pessoas no Grande Rio e no interior paulista. O governo fluminense é contra a proposta. Desde então, Rio e São Paulo trocam farpas e ameaças de processo publicamente. Continuar lendo

Desenvolvimento sustentável na prática

Para geocientista, exercer a sustentabilidade não deve estar relacionado apenas à inspiração para embalagens eco design, mas também a planejar e produzir produtos que possam ser totalmente reciclados no fim de sua vida útil

Roberto Naime

As empresas e as pessoas não vão ficar discutindo conceitos existenciais e herméticos sobre desenvolvimento sustentável no seu cotidiano. Continuar lendo

Limpeza de Fukushima vai demorar mais de 40 anos, diz agência nuclear

Após vazamentos e invasão de ratos, a Agência Internacional de Energia Atômica pediu para a empresa administradora de Fukushima “melhorar a confiabilidade de sistemas essenciais”, crucial para “a integridade estrutural das instalações do local” e “para melhorar a proteção contra perigos externos”.

Common Dreams

Os operadores da danificada usina nuclear japonesa de Fukushima devem começar a agir conjuntamente e estabilizar os “sistemas essenciais” da usina, afirmou a Agência Internacional de Energia Atômica nesta semana, dizendo que provavelmente levará mais de 40 anos para desativar corretamente o local.

Em foto tirada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) no dia 17 de abril de 2013, são mostrados membros da Divisão de Tecnologia de Ciclo e Resíduos do Combustível Nuclear da AIEA inspecionando a sala de controle da unidade um e dois prédios de reatores da danificada usina nuclear de Fukushima Dai-chi, em Okuma, província de Fukushima.

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Enchentes

Além dos mais variados problemas causados pelo homem que assolam as grandes cidades, outros fenômenos que contam com grande participação da natureza também dificultam a vida nos centros urbanos: as enchentes.

por Aline Aquino

As áreas urbanas são as que mais expressam as intervenções humanas no meio natural. O desmatamento, as edificações, a canalização, a mudança do curso dos rios, a poluição da atmosfera, dos cursos de água e a produção de calor geram diversos efeitos sobre os aspectos do ambiente. As alterações ambientais causadas pelas atividades urbanas são sentidas pela população, tais como o aumento da temperatura nas áreas centrais, o aumento de precipitação e as enchentes. Essa última consequência do processo de urbanização teve como causa principal a construção de casas, indústrias, vias marginais implantadas nas áreas de várzeas dos rios e proximidades e é, atualmente, um problema constante nos períodos chuvosos nos principais centros urbanos.

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Por que a fome volta a rondar o mundo

Aumento da população e fim das políticas de equilíbrio geraram cenário gravíssimo. Um ano de más colheitas poderá produzir crise alimentar

Por Lester R. Brown | Tradução: Bruna Bernacchio

O mundo transita de uma era de abundância de alimentos a uma de escassez. Na última década, as reservas mundiais de grãos reduziram-se em um terço. Os preços internacionais da comida mais que dobraram, desencadeando uma febre pela terra e dando origem a uma nova geopolítica alimentar.

Os alimentos são o novo petróleo. A terra é o novo ouro. Essa nova era caracteriza-se pela carência dos alimentos e propagação da fome.

Do lado da demanda, o aumento demográfico, uma crescente prosperidade e a conversão de alimentos em combustíveis para automóveis, combinam-se para elevar o consumo a um grau sem precedentes.

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Mata Atlântica perdeu 88% da área original, diz IBGE

Bioma é o mais devastado do País; desmatamento do cerrado chega a 49,1%, apontam dados

Luciana Nunes Leal e Vinícius Neder – O Estado de S. Paulo

A dois dias do início da cúpula da Rio+20, em que mais de cem chefes de Estado discutirão o futuro do planeta, o IBGE divulgou nesta segunda-feira, 18, a pesquisa Indicadores de Desenvolvimento Sustentável 2012. Entre outros dados, traça o retrato do desmatamento no País. Pela primeira vez o IBGE apresenta os dados de devastação de todo o território, para além da Amazônia. Continuar lendo

ESPECIAL AZIZ AB’SABER – uma reportagem sobre o falecimento do grande mestre, sete entrevistas impressas e três entrevistas em vídeo, além de links para mais reportagens

Morre Aziz Ab’Sáber, decano da geografia física no Brasil

Aziz Nacib Ab’Sáber, pesquisador da USP e um dos maiores especialistas em geografia física do país, bem como uma voz ativa nos debates sobre biodiversidade e preservação ambiental, morreu na manhã desta sexta-feira, às 10h20, em São Paulo. Ele tinha 87 anos.

A informação foi dada pela SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), instituição que Ab’Sáber presidiu de 1993 a 1995 e da qual era presidente de honra e conselheiro.

Ab’Sáber morreu em casa. “Ele tomou café, sentou na cama e deu um suspiro. Morreu em seguida, foi fulminante”, disse Nídia Nacib Pontuschka, irmã do geógrafo. Ela afirma que a causa da morte ainda não foi identificada, mas suspeita-se que tenha sido um infarto ou um derrame. Continuar lendo