Löwy: Dez teses sobre a ascensão da extrema direita europeia

Por Michael Löwy

A ascensão do neonazismo na Europa e nos EUA tem sido relegada a um segundo plano pelas forças progressistas

O resultado das eleições para o Parlamento Europeu, no fim de maio, registrou na prática o fortalecimento dos partidos de extrema direita no continente. Para o sociólogo Michael Löwy, em artigo traduzido pela jornalista Úrsula Passos, o discurso com que esquerda explica o crescimento do fascismo pela via da crise econômica reduz fenômeno e deixa de lado suas raízes históricas.

Leia, a seguir, a íntegra do artigo: Continuar lendo

Os legados geopolíticos de 2013

Aprofunda-se declínio dos EUA e União Europeia. Primavera Árabe reflui. China amplia suas ambições. Persiste ameaça climática. Francisco reintroduz debate da desigualdade

Por Roberto Savio

No momento de esperança que o ano novo pode oferecer, seria útil examinar o legado que recebemos dos doze meses que terminam. Foi um ano cheio de acontecimentos: guerras, aumento da desigualdade social, sistemas financeiros sem controle social, decadência das instituições políticas e erosão da governança global.

Talvez nada haja de novo nisso, já que tais tendências nos acompanham há bastante tempo. No entanto, alguns acontecimentos têm impacto mais profundo e duradouro. Vamos apresentá-las brevemente, em forma de lista para recordar e conferir (mas não em ordem de magnitude) Continuar lendo

O que sobrou do império?

Uma sociedade de classes que, em economia, nega hipocritamente o legado de John Maynard Keynes. Por Gianni Carta

O primeiro-ministro britânico David Cameron

Encerrado o tempo de um império que dominou o mundo até o século XIX, os britânicos ainda são tidos como guardiões de uma eficaz política econômica, bem-sucedidos administradores e líderes governamentais. O sistema de classes na loura Albion permanece intacto. Boris Johnson, o prefeito de Londres, recomenda impávido: “A ganância e o espírito de inveja devem ser celebrados”. Colega do premier conservador David Cameron em Eton (escola para privilegiados onde estudaram os príncipes William e Harry), e com ambições de substituí-lo nas legislativas de 2015, Johnson acredita em uma sociedade de classes. Aqueles com QI mais elevado saem-se melhor em busca do lucro. Já quem dispõe de menor capacidade tem de aceitar seu papel medíocre. A desigualdade faz parte do jogo, para gerar o crescimento econômico, diz Johnson.

Cameron pertence à elite, embora às vezes use o termo “compaixão”. No entanto, não se manifestou com seu sotaque empastado de Eton e Oxford sobre os infelizes comentários de Johnson. Já os tories, assumidamente elitistas, certamente sentiram-se revigorados pelo discurso do prefeito. Por ora, Ed Miliband, o líder na oposição do Partido Trabalhista, está na dianteira das pesquisas eleitorais, ganharia se o pleito fosse hoje. Miliband haverá de focar sua campanha em uma sociedade igualitária, não de classes. Para que serve o desenvolvimento? Continuar lendo