Tempo de deslocamento define o que é periferia ou centro

Um paulistano demora, em média, 43 minutos para ir de casa ao trabalho todos os dias. E a população mais pobre demora 20% mais tempo que os mais ricos para fazer a viagem, segundo o Ipea

Por Thiago Borges

Milhares de brasileiros saíram às ruas no ano passado durante as jornadas de junho. Causas diversas e muitas vezes superficiais, mas que surgiram após um movimento reivindicatório antigo, pela tarifa zero. Os protestos realizados pelo Movimento Passe Livre (MPL) e outros movimentos populares das periferias são contra as catracas do transporte e, mais que isso, contra as barreiras para se usufruir a cidade.

Mas, mais do que o espaço a ser ocupado na cidade, é o tempo que define quem está dentro ou fora da festa urbana. Continuar lendo

Zapatismo, vinte anos depois

O levante, ocorrido no México em janeiro de 1994, influenciou a esquerda política em todo o mundo e até mesmo as manifestações de junho no Brasil

O porta-voz subcomandante Marcos, “encapuchado” em 1999

Em 1º de janeiro de 1994, o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) tomou o controle de parte da pobre província mexicana de Chiapas. Formado em sua maior parte por indígenas, o EZLN ocupou cidades, libertou presos e desafiou o poder do Estado na região. Depois de longas disputas com o governo do México, o grupo abaixou as armas e adotou estratégias de resistência civil. Hoje, controla parte de Chiapas.

Quase vinte anos depois do levante, a influência do movimento zapatista ainda pode ser sentida. Não apenas no México. Características do zapatismo puderam ser vistas nas manifestações que tomaram o Brasil em junho de 2013. Estopim dos protestos, o Movimento Passe Livre (MPL) compartilha ideias vindas de Chiapas. O MPL é herdeiro da luta antiglobalização do final dos anos 1990. Naquele momento, o EZLN teve sua maior influência dentro da esquerda política, quando movimentos ao redor do mundo, organizados na Ação Global dos Povos, questionavam as políticas neoliberais em evidência na época.

Continuar lendo

What is this, “companheiro”?

Deu no Tijolaço: ‘Recebi e copio aqui um texto da maior importância, que deve ser lido por todos os que ainda duvidam da presença de grupos organizados de provocadores e por gente contrária ao Brasil que se aproveita dos desejos generosos que movem os jovens que estão se manifestando em todo o Brasil.’

Tijolaço – http://www.tijolaco.com.br

Tem boi na linha. #changebrazil? Qual seus interesses?

“Quanto mais pessoas colocarem pressão sobre o Brasil, mais rápido o Brasil terá que se dobrar”, diz porta-voz anônimo do movimento ChangeBrazil.

Continuar lendo

Não há ameaça de golpe!

Fala-se em ameaça de golpe, retrocesso democrático e outras coisas piores. A direita que foi aos protestos dos últimos dias tem gás para tanto? Grupos semelhantes articularam o movimento “Cansei”, em 2007. É pouco provável que arrastem, por eles mesmos, turbas numerosas atrás de seus slogans hoje em dia.

Gilberto Maringoni

A noite desta quinta abre um cenário preocupante. A direita veio para a disputa física das manifestações iniciadas há duas semanas. E o fez de forma ruidosa e truculenta em várias cidades, com destaque para São Paulo.

Continuar lendo

Quatro mitos sobre os protestos

Refestelada em seus automóveis de luxo, parte da classe média defende o “bom senso” dos acomodados

Por Luis Fernando Vitagliano

Estudantes e insatisfeitos têm parado as grandes capitais do país em protestos contra o aumento do preço dos bilhetes de transporte coletivo. O Movimento pelo Passe Livre colocou-se à frente dos protestos, que começaram com chamadas pelas redes sociais e internet e foram se avolumando até pelo boca a boca. Agora, Policia Militar e manifestantes opõem-se nas ruas. Continuar lendo

A revolta do gás lacrimogêneo (em sete capítulos)

As semanas que mudariam a história da política brasileira começaram com um protesto desinteressante. Os outros atos se sucederam com novidades: jovens dispostos a resistir à PM, arregimentados em redes sociais, lidando com o despreparo das autoridades

1º PROTESTO (quinta-feira, dia 6): Eram só cerca de 150 meninos do Movimento Passe Livre (MPL) e estudantes ligados ao PSOL e PSTU em frente à Prefeitura. Eles já haviam feito manifestações semelhantes em outros anos. Sem novidades.

Continuar lendo