Por que andar de ônibus no Brasil não é politicamente correto?

Foto de atriz Lucélia Santos usando transporte público no Rio circula nas redes sociais e vira alvo de brincadeiras de mau gosto

A atriz Lucélia Santos, em ônibus no Rio.

No início desta semana, uma foto da atriz Lucélia Santos, de 56 anos, circulou pelos portais, sites de fofoca e as redes sociais no Brasil. Na segunda-feira, a atriz, que atualmente mora no Rio de Janeiro, tomou o ônibus 524 (Botafogo-Barra da Tijuca) para se locomover pela cidade onde mora. Um fã tirou uma foto e postou nas redes sociais “524 lotado. Me ofereço pra segurar a bolsa da moça. E quando olho, é a atriz Lucélia Santos”.

A foto da atriz – que ficou internacionalmente conhecida quando estreou na televisão, em 1976, no papel da escrava Isaura, na novela homônima que foi transmitida em 79 países – usando uma camisa branca e de pé no ônibus rapidamente circulou na internet. Poderia ser apenas uma nova fofoca, daquelas que abastecem diariamente os veículos que vivem do que fazem os famosos fora das telas. Mas não foi. Comentários do tipo “não está fácil pra ninguém” pipocaram acompanhados da imagem da atriz. Como se andar de ônibus fosse sinal de decadência. Mas no provincianismo brasileiro de cada dia, é assim que as pessoas enxergam o uso do transporte coletivo. Continuar lendo

Como ocorreu o milagre econômico de Hong Kong – da pobreza à prosperidade

Hong Kong, dias atuais

Com milhões de refugiados chineses, sofrendo com um embargo comercial e com sua infraestrutura estrangulada, a Hong Kong do início da década de 1950 parecia confirmar os prognósticos pessimistas feitos no século XIX.

No entanto, esta enxurrada de refugiados era composta por milhões de indivíduos que, embora completamente pobres, fugiram para Hong Kong em busca de liberdade.  E embora Hong Kong não possuísse a infraestrutura adequada para recebê-los, ela fornecia ampla liberdade para qualquer indivíduo que quisesse colocar seus talentos empreendedoriais em ação.

Não havia na ilha as mesmas restrições cambiais vigentes no Reino Unido e em grande parte da Europa — o que significava que o dólar de Hong Kong, que era ancorado à libra esterlina, era livremente conversível em outras moedas —, e a quantidade de regulamentações sobre a economia era desprezível.

A combinação entre mão-de-obra à procura de trabalho e empreendedores com conhecimento e algum capital oriundos de Xangai — até então a grande cidade capitalista chinesa — forneceu a matéria-prima para o crescimento industrial iniciado na década de 1950.  A economia começou a prosperar. Continuar lendo

ONU: 86 milhões de mulheres devem sofrer mutilação genital até 2030

Ao todo, segundo as Nações Unidas, 129 milhões sofrem com as consequências da retirada do clitóris e lábios vaginais

No mundo, 129 milhões de mulheres não sentem prazer durante a relação sexual, sofrem com intensas dores e têm dificuldades para manterem os órgãos genitais limpos. Um número que impressiona e que, caso as tendências atuais persistam, pode aumentar em 86 milhões até 2030, segundo alerta da ONU (Organização das Nações Unidas) nesta quinta-feira (06/02), Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina.

Comunidade em Uganda que abandonou a mutilação genital feminina. Prática é comum na África e no Oriente Médio

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A nova era do terrorismo individual

Em Paris, um homem fere gravemente um militar. Em Londres, dois islamitas radicais matam um soldado. A ameaça se tornou interna

Policiais isolam área em Woolwich, em Londres, onde ocorreu o crime nesta quarta-feira 22

No sábado, 25, o militar do programa antiterrorista Vigipirate, Cédric Cordier, recebeu uma facada na nuca, no bairro de La Défense, o distrito de finanças a leste de Paris. Cordier sobreviveu.

Semana passada, o soldado britânico Drummer Lee Rigby foi assassinado a facadas por dois islamitas em Woolwich, sudeste de Londres.

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Por que a Suécia está em chamas

É difícil saber a origem dos protestos que tem ocorrido em Estocolmo, mas questão está relacionada à desigualdade social

A partir do instante em que Henrik Sedin controlou o puck, ainda bem atrás no próprio meio-campo, começou uma noite terrível em Estocolmo. Faltava pouco para as 22h, domingo passado, quando o time de superstars milionários conseguiu enfiar o puck no fundo da rede vazia do adversário: 5-1. Pela primeira vez em sete anos, e em casa, frente à própria torcida, a equipe sueca era campeã mundial de hóquei sobre o gelo.
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“Eu vi a África além dos preconceitos”

Garota em Luanda, capital de Angola. Sinal de mudanças: desde 2006, país atrai dezenas de milhares de portugueses, que fogem da crise europeia e buscam trabalho

Um economista brasileiro relata reunião em que continente articulou ampliação das mudanças que vive – ainda que Ocidente não enxergue…

Por Ladislau Dowbor

A África continua a ser apresentada como o continente da violência e da miséria. A realidade é que ambas as avaliações são corretas, mas enganadoras. Primeiro, porque francamente não é um privilégio africano, as tensões estão se avolumando por toda a parte, e a miséria acumulada em outros continentes é imensa, sem falar da nova miséria nos Estados Unidos e na Europa. Continuar lendo

Muito mais que bucólicos “paraísos fiscais”

A “City”, distrito financeiro de Londres. Daqui partem os fios da teia que sustenta a rede global offshore

Autor de livro indispensável para entender finanças offshore sustenta: o sistema bancário das sombras ocupa o centro do capitalismo global

Por Nicholas Shaxon, entrevistado por Christophe Ventura, em Memoire des Luttes | Tradução: Inês Castilho

[Mais: para uma resenha desta entrevista, e uma atualização sobre o grande vazamento de dados que está atingindo o mundo das finanças offshore, leia As caixas pretas do poder global, em Outras Palavras]

Um escândalo mundial – o Offshore Leaks – está revelando, desde o início de abril, a promiscuidade entre os mundos da política institucional, das finanças e da economia off shore, a grande rede dos chamados “paraísos fiscais”. Nesta entrevista, publicada originalmente em novembro de 2012, no site francês independente, “Memoire des luttes”, o jornalista investigativo e escritor Nicholas Shaxson ajuda a entender o que está em jogo.

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Robet Fisk: Guerra ao terror, a nova religião ocidental

Por que o ocidente não para de mandar bombas sobre os povos do Oriente Médio? E por que não para de mandar exércitos para ocupar terras dos muçulmanos, exatamente o que a Al-Qaeda deseja que se faça?

Por Robert Fisk, The Independent, UK. Original em “War on terror is the West’s new religion”. Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu e publicado no Redecastorphoto

Mohamed al-Zawahiri, irmão caçula do sucessor de Osama bin Laden, Ayman, fez declaração particularmente intrigante no Cairo, mês passado. Falando àquela maravilhosa instituição francesa Le Journal du Dimanche sobre o Mali, disse ao jornal que alertasse a França “e as pessoas racionais e razoáveis na França, para que não caiam na mesma armadilha em que caíram os norte-americanos. A França já é responsável por ocupar um país muçulmano. A França já declarou guerra ao Islã”. Jamais, em todos os tempos, a França recebeu aviso mais claro.

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10 lugares do mundo que podem ser engolidos pelo mar

Saiba quais são as regiões mais vulneráveis à elevação do nível do mar, que deve subir de 0,8 até 2 metros ainda neste século em função do aquecimento global

Maldivas: as pequenas e numerosas ilhas das Maldivas são tão belas quanto frágeis. Pelo menos 80% do arquipélago localizado no oceano Índico está apenas um metro acima do nível do mar. De acordo com o levantamento da Co+Life, uma elevação brusca das águas poderia varrer do mapa esse paraíso de praias de areia branquinha, palmeiras e atóis de corais. No último século, o nível do mar já subiu 20 centímetros em algumas partes do país. Temendo o pior, o governo local estuda comprar um novo território para o seu povo.

Maldivas: as pequenas e numerosas ilhas das Maldivas são tão belas quanto frágeis. Pelo menos 80% do arquipélago localizado no oceano Índico está apenas um metro acima do nível do mar. De acordo com o levantamento da Co+Life, uma elevação brusca das águas poderia varrer do mapa esse paraíso de praias de areia branquinha, palmeiras e atóis de corais. No último século, o nível do mar já subiu 20 centímetros em algumas partes do país. Temendo o pior, o governo local estuda comprar um novo território para o seu povo.

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GEOGRAFIA EM IMAGENS – 40 fotografias espetaculares de obras Humanas e da Natureza

Carrossel suspenso mais alto do mundo, localizado em Viena, com seus 117 metros.

Paredes de Thor – “As portas do calabouço”, em Cape Perpetua, Oregon.Na maré com águas fortes e moderadas, esta maravilhosa paisagem é criada.

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