Apesar de Ministério da Defesa ser favorável a aumento do envolvimento em missões de paz, Brasil demonstra despreparo para lidar com suas consequências.
João Fernando Finazzi
Conjuntamente com a renovação por mais 1 ano do mandato da Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti (Minustah), que teria se encerrado nesta semana (15), o Brasil também se mantém no comando militar da missão multilateral, completando mais de 9 anos como o país com mais tropas em território haitiano. Se, inicialmente, a intervenção teria argumentos razoáveis para sua existência, atualmente sua continuação é cada vez mais vista com suspeitas.
Segundo a ativista haitiana Colette Lespinasse, do Groupe d’Appui aux Rapatriés et Refugiés, a intervenção da Minustah “não tem sentido”, uma vez que os motivos elencados para sua criação – como a restauração da ordem e a deposição das armas de grupos que ameaçavam a estabilidade local – já foram concretizados. Lespinasse também pontuou que, “apesar do contexto não propiciar uma ocupação direta de um país como os Estados Unidos”, o multilateralismo da ONU propiciaria que essa função fosse assumida por “países emergentes, como o Brasil”.