Entenda como funciona o Bolsa Família

Criticado por Ney Matogrosso e peça da campanha de Aécio e Dilma, o benefício é pago para 14 milhões de famílias; valor básico é de 70 reais

O catador de lixo Luiz Monteiro da Silva, 52 anos, sustenta as filhas e netos com a ajuda do que retira nas ruas e do Bolsa Família

Uma das principais bandeiras dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, o programa de transferência de renda Bolsa Família entrou na pauta eleitoral de 2014.

O anúncio do reajuste de 10% em cadeia nacional, feito às vésperas do 1º de maio pela presidenta Dilma Rousseff, e as críticas de seu opositor Aécio Neves – de que o aumento é insuficiente e não atende às recomendações das Nações Unidas sobre o combate à pobreza – mostram que o benefício dado pelo governo federal será alvo de debate e disputa durante a campanha eleitoral. Recentemente, o cantor Ney Matogrosso também desqualificou o governo, ao tecer críticas ao programa social.

Conheça mais sobre o Bolsa Família e veja quais as respostas às perguntas mais frequentes sobre ele:

O que é o Bolsa Família?
O Programa Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda que beneficia famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza do País. O Bolsa Família integra o Plano Brasil Sem Miséria, que tem como foco de atuação brasileiros com renda familiar per capita inferior a 70 reais mensais. Continuar lendo

Sem Copa Verde

Vendida como a capital da floresta, Manaus acumula decepções com as obras, que já mataram três operários e não trazem retorno para os moradores; além disso, pode decepcionar os visitantes com as marcas da degradação urbana e da desigualdade social

Por Elaíze Farias

Palafitas do Igarapé de Educandos

A arena de futebol custou aos cofres públicos mais de R$ 600 milhões e ninguém sabe o que será dela depois; a reforma do porto consumiu R$ 71 milhões de recursos federais  (via DNIT) e teve o processo de licitação contestado – as obras foram há pouco retomadas mas ainda não se sabe o porto estará pronto antes da Copa. As obras do aeroporto internacional Eduardo Gomes soterraram um curso d’água e desmataram um área protegida da capital amazonense. Os centros de treinamento – dois – não têm data para abertura.

Quando Manaus foi escolhida para sediar quatro jogos da Copa, a decisão foi saudada pela imprensa local e por políticos e um clima de euforia reinou na cidade. Uma lista de projetos que fariam parte “do legado da Copa” entrou nas agendas de discussão dos gestores públicos e passou a pautar reportagens e debates: obras de mobilidade urbana, incremento da rede hoteleira, revitalização de áreas degradadas, melhorias no transporte público. Até mesmo um projeto de geração de energia solar, que seria instalado no entorno da Arena da Amazônia, foi previsto no pacote. Continuar lendo

Os 30 anos do MST e a luta pela reforma agrária hoje

ESCRITO POR GUILHERME C. DELGADO

Nesta semana de 10 a 15 de fevereiro o MST celebra os seus 30 anos de fundação, por ocasião do VI Congresso que realiza em Brasília. O momento é propício para uma reflexão em perspectiva sobre dois temas conexos – questão agrária e reforma agrária, ambos relacionados à estrutura de propriedade, posse e uso da terra.

O próprio surgimento do MST no final do regime militar (1984) e primórdios da construção do Estado democrático (1988) é sinal do retorno da Questão Agrária, declarada ainda no início do ano 60 do século passado, sistematicamente negada pela ditadura militar mediante apelo explícito às armas, por um lado, e ao projeto econômico de “modernização conservadora” da agricultura, por outro. Continuar lendo

Economia de energia: tudo começa em casa

Com pouco esforço, a maioria de nós poderia cortar os gastos energéticos em 25% ou mais

por Peter Miller

A foto termográfica mostra onde há desperdício de energia nesta casa antiga de New Haven, no estado de Connecticut. As manchas vermelhas e amarelas indicam perda de calor; as novas janelas de vidro duplo aparecem em tom azulado e frio. Ao impedir a saída do calor, as janelas reduzem o custo do aquecimento da casa

Já sabemos qual é o meio mais rápido e mais barato de frear o aquecimento global: diminuir nosso consumo de energia. Com pouco esforço, a maioria de nós poderia cortar os gastos energéticos em 25% ou mais – beneficiando o planeta e nosso próprio bolso. Portanto, o que estamos esperando?

Há pouco, minha mulher, PJ, e eu começamos um novo tipo de dieta. Os cientistas concluíram que o planeta está se aquecendo num ritmo mais acelerado do que se previa, e que as consequências podem ser trágicas se não reduzirmos a emissão de dióxido de carbono e outros gases associados ao efeito estufa que contribuem para aquecer a atmosfera. Qual é a ajuda que cada um de nós pode dar? Com o crescimento explosivo das emissões na China, na Índia e em outros países em desenvolvimento, as medidas individuais de contenção de energia resultam de fato em alguma diferença? Continuar lendo

Tempo de deslocamento define o que é periferia ou centro

Um paulistano demora, em média, 43 minutos para ir de casa ao trabalho todos os dias. E a população mais pobre demora 20% mais tempo que os mais ricos para fazer a viagem, segundo o Ipea

Por Thiago Borges

Milhares de brasileiros saíram às ruas no ano passado durante as jornadas de junho. Causas diversas e muitas vezes superficiais, mas que surgiram após um movimento reivindicatório antigo, pela tarifa zero. Os protestos realizados pelo Movimento Passe Livre (MPL) e outros movimentos populares das periferias são contra as catracas do transporte e, mais que isso, contra as barreiras para se usufruir a cidade.

Mas, mais do que o espaço a ser ocupado na cidade, é o tempo que define quem está dentro ou fora da festa urbana. Continuar lendo

Não dá para culpar São Pedro pelas enchentes

O governo deu sete anos para que as cidades criem planos de saneamento e, assim, recebam investimento federal. O prazo esgotou — e a imensa maioria não se mexeu. E ainda culpam São Pedro pelas enchentes…

Rastro de lixo: no Rio de Janeiro, detritos da enchente impedem drenagem

O verão se aproxima e o roteiro é o mesmo há décadas. Temporais provocam alagamentos que paralisam o trânsito, desabrigam milhares de pessoas e até matam. A sequência, repetida há pouco no Rio de Janeiro, no Espírito Santo e na Bahia, é tão conhecida quanto o encadeamento das causas.

Bueiros entupidos pelo lixo limitam ainda mais as precárias redes de águas pluviais, enquanto rios contaminados pelo despejo diário de esgoto sem tratamento transbordam, cercando cidadãos perplexos em meio à sujeira. Culpa de São Pedro? Os transtornos das chuvas dão a dimensão do tamanho do atraso do Brasil no saneamento básico. Continuar lendo

Gestão Socioambiental em 10 anos do novo modelo do Setor Elétrico Brasileiro

A data passa despercebida, mas o dia 11 de dezembro de 2013 marca exatos 10 anos da instituição de um novo modelo para o Setor Elétrico Brasileiro.

A data passa despercebida, mas o dia 11 de dezembro de 2013 marca exatos 10 anos da instituição de um novo modelo para o Setor Elétrico Brasileiro. Medida Provisória do Presidente Lula lançou as bases para centralizar no Governo Federal o poder de fixar as políticas, o planejamento e o monitoramento do setor, ainda assoberbado pelo Apagão Elétrico que assolou o país na virada do século, e abriu o caminho da Presidência da República para a Ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff.

O Ministério ganhou força, a ANEEL foi mantida, e criou-se a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), as licitações ensejaram competição e redução dos preços. Através do Programa Luz para Todos, quase 15 milhões de lares rurais receberam gratuitamente ligação à rede elétrica. Continuar lendo

Brasil tem 672 terras indígenas; entenda como funciona demarcação

Segundo dados da Funai, 196 terras ainda precisam ser homologadas.
Governo federal fala em alterar competência da Funai para delimitação.

A demarcação de terras indígenas voltou a ganhar evidência e ser alvo de embates públicos após a invasão de fazendas em Sidrolândia (MS) que culminou na morte de um índio terena. O conflito na região começou no dia 15 de maio, quando a Buriti foi ocupada pelos terena, cuja principal reivindicação é uma área cujo processo demarcatório se arrasta há 13 anos.

De acordo com a Funai (Fundação Nacional do Índio), o país tem atualmente 672 terras indígenas, 115 delas em estudo, ou seja, ainda não foi definido o tamanho dessa área, que pode vir a ser demarcada (Entenda a classificação mais abaixo).

TERRAS INDÍGENAS NO BRASIL*
Fase do procedimento demarcatório Nº de terras indígenas Superfície   (em hectares)
Em estudo 115
Delimitada 30 2.024.366,0000
Declarada 51 2.679.132,0452
Homologada 12 513.762,0717
Regularizada 428 104.616.529,3229
Reserva Indígena 36 44.358,5230
Total 672 109.878.147,9628
*Fonte: Funai, maio de 2013

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Operação fronteira

Conheça ações e iniciativas do governo Federal e das Forças Armadas no processo de proteção do território brasileiro

Maurício Barroso

Maturacá (AM) – Em 2007, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, visitaram as instalações de fronteira do Exército na comunidade de Maturacá no município de São Gabriel da Cachoeira.

O Brasil é um país com dimensões continentais. Seus quase 17 mil quilômetros de extensão dividem-no com outros dez países, que passam por 11 Estados brasileiros. São regiões complexas e de intensa entrada e saída de mercadorias e pessoas, fluxo que torna a vigilância das fronteiras um desa o constante e primordial para a segurança nacional.

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Hidrelétricas na Amazônia: desenvolvimento para quem?

Artigo de Nelson Sanjad
Conheci a cidade de Tucuruí em 1988, quatro anos depois de inaugurada a hidrelétrica que interrompeu o fluxo natural do rio Tocantins. Era, então, um espaço populoso, deteriorado e caótico, impressão que se amplificou ao visitar o núcleo urbano da construtora Camargo Correa, protegido por muros, guaritas e homens armados, com casas amplas e ajardinadas, com um confortável hotel para os hóspedes ilustres e com uma bela vista do vertedouro e do lago formado pela barragem. No tour pela usina, um funcionário da Eletronorte orgulhosamente apontou para uma ilhota, informando que a empresa instalara ali um banco genético das espécies vegetais que ocorrem (ocorriam?) na região, sem nada esclarecer sobre as copas de árvores mortas que emergiam por todo o imenso lago, visão que lembra, de imediato, em qualquer espectador, um cemitério repleto de cadáveres mal enterrados. Inquirido por que as árvores não foram retiradas, o funcionário tergiversou (alguém ainda lembra do escândalo Capemi?).

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