Equador quer vender parte da Amazônia a petrolíferas chinesas

Grupos indígenas afirmam que não deram consentimento; políticos foram a Pequim divulgar projetos

O Equador planeja leiloar mais de 3 milhões de hectares da Floresta Amazônica para companhias petrolíferas chinesas. Um grupo de políticos equatorianos negociou na segunda-feira contratos com representantes de empresas como a China Petrochemical e a China National Offshore Oil. Antes de Pequim, eles se reuniram em Quito, Houston (EUA) e Paris, sempre encontrando resistência e protestos de indígenas. As informações são do jornal The Guardian.

“O Equador tem vontade de estabelecer uma relação de benefício mútuo”, disse o embaixador do Equador na China em um discurso. De acordo com a ONG Amazon Watch, sete grupos indígenas que habitam o terreno afirmam que não consentiram com a aprovação de projetos envolvendo petróleo – que devastariam o ambiente e ameaçariam seu modo de vida.

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ESPECIAL AMAZÔNIA – 3ª PARTE – 5 matérias sobre os riscos que assolam o bioma amazônico

Amazônia ilegal

A Amazônia, a maior floresta do mundo, está dividida entre megaprojetos do agronegócio e os esforços de conservação

por Scott Wallace
Madereiro derruba uma árvore nobre na Amazônia

Madereiro derruba uma árvore nobre na Amazônia

As forças do mercado globalizado estão invadindo a Amazônia, acelerando a destruição. Nas últimas três décadas, contam-se às centenas as pessoas que morreram em conflitos por terras um número incontável de outras vive sob o império do medo e da incerteza, com as vidas ameaçadas. Nessa fronteira agrícola sem lei e dominada por armas, motosserras e tratores, os funcionários e agentes do governo podem ser corruptos e ineficazes ou então mal equipados e desprovidos de recursos. Agora, produtores de soja estão se juntando aos madeireiros e aos criadores de gado, intensificando o desmatamento e fragmentando ainda mais a imensa floresta tropical do Brasil. Continuar lendo

ESPECIAL AMAZÔNIA – 2ª PARTE – 5 matérias sobre a formação e principais características do bioma amazônico

A maior floresta do mundo

Beleza e destruição cobrem metade do Brasil

Herton Escobar

São Gabriel da Cachoeira, cidade onde cerca de 90% da população é descendente de índios.

São Gabriel da Cachoeira, cidade onde cerca de 90% da população é descendente de índios.

MANAUS – A Amazônia tem escala e dimensão singulares e superlativas. É a maior floresta tropical do mundo e maior concentração da biodiversidade do planeta. Sua cobertura verde é uma embalagem viva sob a qual se esconde um universo de animais, plantas, micróbios, genes, climas, águas, índios, beleza e destruição. Cobre metade do território nacional. Não seria exagero dizer que o Brasil é o país da Amazônia, muito mais do que a Amazônia é a floresta do Brasil.

Se somadas as áreas de quase todos os países da Europa (excluindo os da antiga União Soviética), eles caberiam com folga dentro da superfície da Amazônia brasileira. O bioma inteiro tem 6,6 milhões de quilômetros quadrados, espalhados por nove países sul-americanos. O Brasil é dono de quase 65% disso, com mais de 4 milhões de km² de floresta. Só o Estado do Amazonas, com 1,6 milhão de km², tem quase cinco vezes a área da Alemanha ou três vezes o território da França, e é maior do que qualquer um dos outros países amazônicos – Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana e Suriname, fora a Guiana Francesa, que é uma possessão. Continuar lendo

ESPECIAL AMAZÔNIA – 1ª PARTE – 3 matérias e um infográfico sobre a formação e principais características do bioma amazônico

Amazônia ano 1000

Na Amazônia de mil anos atrás, civilizações experimentavam um florescimento cultural

por Eduardo Neves
Os índios enawere-nawe têm parentesco com civilizações que se estabeleceram na região do rio Xingu ao redor do ano 1000

Os índios enawere-nawe têm parentesco com civilizações que se estabeleceram na região do rio Xingu ao redor do ano 1000

Se pudéssemos voltar no tempo e visitar a Amazônia de mil anos atrás, veríamos um mundo diferente. Não haveria a grande área desmatada e ocupada por pastagens e cultivos do sul e do sudeste da região, no atual Pará. Em trechos hoje cobertos por selvas densas, se destacariam sinais claros de ocupação humana: grandes aldeias ou mesmo cidades, cercadas de áreas de roças e de matas secundárias, ligadas umas às outras por largos e longos caminhos. Em alguns locais, centros cerimoniais desenhados por alinhamentos de pedra estariam dispostos em circulos. Em pontos distantes como a ilha de Marajó é do Acre, por exemplo, aterros artificiais eram espaços de moradia e rituais. E, no que é a Amazônia boliviana, poderíamos contemplar um labirinto de diques, barragens e canais distribuído por milhares de quilômetros quadrados. Continuar lendo

As reservas florestais pedem socorro

Alterações climáticas e perda da biodiversidade são algumas das consequências que já podem ser observadas em decorrência das ações humanas na destruição das grandes reservas florestais

Há milhares de anos, uma civilização tida como avançada, com grande desenvolvimento científico e tecnológico, que lhe permitia até manipular as forças da natureza, teria desaparecido completamente ao ser tragada pelas águas do Oceano Atlântico. O nome da cidade era Atlântida e, segundo a lenda, seus governantes, ávidos por obter cada vez mais poder, abusaram dessa condição de superioridade em relação às demais nações e passaram a agredir o meio ambiente. Lenda ou não, a história se repete no mundo de hoje, em que cidades inteiras estão sendo destruídas pela fúria da natureza, fruto, na maioria das vezes, de um ataque desordenado aos recursos naturais em prol do desenvolvimento. Continuar lendo