Entenda como funciona o Bolsa Família

Criticado por Ney Matogrosso e peça da campanha de Aécio e Dilma, o benefício é pago para 14 milhões de famílias; valor básico é de 70 reais

O catador de lixo Luiz Monteiro da Silva, 52 anos, sustenta as filhas e netos com a ajuda do que retira nas ruas e do Bolsa Família

Uma das principais bandeiras dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, o programa de transferência de renda Bolsa Família entrou na pauta eleitoral de 2014.

O anúncio do reajuste de 10% em cadeia nacional, feito às vésperas do 1º de maio pela presidenta Dilma Rousseff, e as críticas de seu opositor Aécio Neves – de que o aumento é insuficiente e não atende às recomendações das Nações Unidas sobre o combate à pobreza – mostram que o benefício dado pelo governo federal será alvo de debate e disputa durante a campanha eleitoral. Recentemente, o cantor Ney Matogrosso também desqualificou o governo, ao tecer críticas ao programa social.

Conheça mais sobre o Bolsa Família e veja quais as respostas às perguntas mais frequentes sobre ele:

O que é o Bolsa Família?
O Programa Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda que beneficia famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza do País. O Bolsa Família integra o Plano Brasil Sem Miséria, que tem como foco de atuação brasileiros com renda familiar per capita inferior a 70 reais mensais. Continuar lendo

Por que fazemos guerras: As 10 teorias mais importantes sobre as causas da guerra

Ainda que, observando a situação com um pouco de perspectiva, guerras pareçam fazer pouco ou nenhum sentido, elas também são parte da condição humana. Temos registros de guerras antes mesmo do surgimento da escrita, e há até mesmo evidências de que alguns animais, como os chimpanzés e formigas, também guerreiam. Mas por que fazemos isso? Aqui estão dez das mais importantes teorias.

1. A hipótese do guerreiro masculino

1
Formulada por um grupo de psicólogos evolucionistas, esta hipótese sugere que os homens evoluíram em seres violentos e bélicos a fim de garantir o acesso a mulheres e outros recursos. Essencialmente, formar coalizões violentas com outros homens era uma estratégia de acasalamento. O que fosse mais bem-sucedido na “coligação de guerra” seria o que se daria melhor no quesito “passar seus genes para frente”. Continuar lendo

A história do ódio no Brasil

Se tivesse nascido no Brasil, Gandhi não seria um homem sábio, mas um “bundão” ou um “otário”

Por Fred Di Giacomo

As decapitações que chocam nos presídios eram moda há séculos e foram aplicadas em praça pública para servir de exemplo nos casos de Tiradentes e Zumbi

“Achamos que somos um bando de gente pacífica cercados por pessoas violentas”. A frase que bem define o brasileiro e o ódio no qual estamos imersos é do historiador Leandro Karnal. A ideia de que nós, nossas famílias ou nossa cidade são um poço de civilidade em meio a um país bárbaro é comum no Brasil. O “mito do homem cordial”, costumeiramente mal interpretado, acabou virando o mito do “cidadão de bem amável e simpático”. Pena que isso seja uma mentira. “O homem cordial não pressupõe bondade, mas somente o predomínio dos comportamentos de aparência afetiva”, explica o sociólogo Antônio Cândido. O brasileiro se obriga a ser simpático com os colegas de trabalho, a receber bem a visita indesejada e a oferecer o pedaço do chocolate para o estranho no ônibus. Depois fala mal de todos pelas costas, muito educadamente. Continuar lendo

Os 30 anos do MST e a luta pela reforma agrária hoje

ESCRITO POR GUILHERME C. DELGADO

Nesta semana de 10 a 15 de fevereiro o MST celebra os seus 30 anos de fundação, por ocasião do VI Congresso que realiza em Brasília. O momento é propício para uma reflexão em perspectiva sobre dois temas conexos – questão agrária e reforma agrária, ambos relacionados à estrutura de propriedade, posse e uso da terra.

O próprio surgimento do MST no final do regime militar (1984) e primórdios da construção do Estado democrático (1988) é sinal do retorno da Questão Agrária, declarada ainda no início do ano 60 do século passado, sistematicamente negada pela ditadura militar mediante apelo explícito às armas, por um lado, e ao projeto econômico de “modernização conservadora” da agricultura, por outro. Continuar lendo

Bolsa Família: 10 anos de liberdade

O Programa rompe uma história de subordinação, para o desenvolvimento de liberdades individuais, entre elas a liberdade de escolha.

Mayra Taiza Sulzbach

O Programa Bolsa Família (PBF) começa a apresentar seus resultados de longo prazo. Seus benefícios no curto prazo são apenas observados como um mecanismo de inclusão ao consumo de famílias desprovidas de recursos. Os valores recebíveis, em espécie, através do Programa proporciona o bem mais desejado da sociedade capitalista, a moeda, e é com esta que as famílias beneficiárias do Programa têm acesso ao consumo. A moeda neste modelo é utilizada por aqueles que fazem parte da divisão social da produção, permitindo assim o consumo. Os beneficiários do Programa somente estão nesta situação pelo reconhecimento de sua exclusão no processo produtivo.

Contudo, ao mesmo tempo em que o Programa permite o acesso ao consumo e a continuidade do modelo de desenvolvimento capitalista este é capaz, no longo prazo, de promover a inclusão produtiva das crianças e jovens beneficiários, já que a condicionalidade do recebimento financeiro é a capacitação destes para exercício no futuro. Portanto, o Programa através do conhecimento pode promover uma ruptura de sua história de vida. Continuar lendo

Por que o Bolsa Família é importante

O programa social exerceu um papel civilizador, ao permitir às mães planejar, e impedindo as crianças de morrer

Selma Ferreira, primeira beneficiária de programa modelo para Bolsa Família

Já tinha alguns anos de jornalismo, o País começava a lutar pela redemocratização, fui entrevistar Abraham Lowenthal, um dos pensadores do Partido Democrata norte-americano e estudioso da América Latina.

Na época, nós, jornalistas econômicos, estávamos empenhadíssimos em convencer o meio empresarial de que a democracia era um “bom negócio”. Fiz uma série de perguntas sobre a importância da democracia para a economia.

A resposta de Lowenthall me derrubou. “A democracia é importante porque é importante. Não precisa de justificativas econômicas”. Continuar lendo