Rio, cidade para pobres?

Os cariocas continuam sofrendo os efeitos do que claramente é uma bolha de preços insustentável no longo prazo

Banhistas tomam coco no calçadão da praia de Ipanema.

O Rio de Janeiro, impulsionado por anos de bonança econômica e por sua escolha como sede da próxima Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, se encontra imerso em uma espiral inflacionária que fez saltar todos os sinais de alerta. Embora há cerca de dois anos o Rio já ocupasse uma posição de liderança nas listas das cidades mais caras do planeta para estrangeiros, a progressiva desvalorização do real supôs uma balão de oxigênio para turistas e expatriados. No entanto, a população local continua sofrendo os efeitos do que claramente é uma bolha de preços insustentável no longo prazo. Continuar lendo

Um dia em Luanda, a cidade mais cara do mundo

Capital de Angola ultrapassou Tóquio como o local mais custoso do planeta para expatriados; aluguéis chegam a US$ 30 mil

Os US$ 3.000 (cerca de R$ 7.000) recebidos todo mês pelo espanhol José Aguilar por seu trabalho em uma empresa de petróleo americana em Luanda servem, a duras penas, para custear a vida na cidade considerada a mais cara do mundo.

Segundo o estudo sobre o custo de vida em mais de 200 cidades, publicado anualmente pela empresa de consultoria de RH Mercer, Luanda ultrapassou Tóquio em 2013 como a cidade mais proibitiva do mundo para expatriados.

Ao fundo, a região da Restinga, em Luanda

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O turismo es la revolución

A Ilha aposta nos visitantes, principalmente brasileiros, para realizar sua transição econômica

Mercado quase livre. Os cubanos agora podem abrir pequenos negócios e comercializar automóveis

Por André Barrocal, de Havana

Gastador, o turista do Brasil é cobiçado pelo resto do mundo, seja pela porção desenvolvida e em crise no planeta, seja pelos emergentes e paraísos tropicais em busca de novos recursos. Há um bom motivo: em 2012, os brasileiros consumiram 22 bilhões de dólares no exterior. Em Cuba não é diferente. A ilha socialista sonha com o nosso viajante para levar a cabo o projeto de reforma econômica. Continuar lendo

Nova imigração: estamos preparados?

Pesquisa recente revela: brasileiros são, no mundo, a população mais receptiva aos imigrantes. Mas até que ponto superamos os preconceitos?

Por Carolina Mazzi

Pesquisa divulgada pela BBC em meados do ano passado mostra que os brasileiros são a população mais receptiva à imigração em todo o mundo. Segundo o instituto de pesquisa Ipsos Mori, que ouviu 17 mil pessoas em 23 países, quase metade dos brasileiros (49%) dizem que os imigrantes tornam o país um lugar mais interessante de se viver, e 47% afirmam que a entrada dos estrangeiros beneficia a economia nacional.

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O desafio de ser refugiado

Convivemos hoje com o maior contingente de refugiados na história da humanidade – 160 milhões de pessoas. São homens, mulheres e crianças deslocados por flagelos como guerras, perseguições políticas e religiosas, intolerância de natureza étnica e racial.

Washington Araújo

À medida que o mundo avança para o terceiro milênio e quando se torna inadiável uma nova configuração do ordenamento jurídico internacional, existe um contingente de cerca de 160 milhões de pessoas (equivalente a mais que quatro populações da Argentina) fora de seus países de origem. São os refugiados. Aqueles que foram forçados a fugir por recearem pela sua vida e liberdade, e que na maioria dos casos, abandonaram tudo – casa, bens, família e país – rumo a um futuro incerto em terras estrangeiras. Convivemos, neste limiar do século XXI, com o maior contingente de refugiados na história da humanidade. Um número tão impressionante que representa nada menos que o triplo do número total de refugiados registrados na Europa, no início do século 20.

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Mão de obra agrícola: o novo comércio trangular

A “migração circular do trabalho” pregada pela União Europeia acompanha reorientação dos fluxos de mão de obra. “Contratados” para migrar de seu país para a Espanha, país de acolhida, depois para a França, país com disponibilidades, trabalhadores temporários latino-americanos começam a substituir mão de obra magrebina

por Patrick Herman

“Senhor Leydier, os documentos que tenho em mãos estão cheios de provas contra o senhor! Eu lhe dou a oportunidade de recuperar um pouco de dignidade e parar de se comportar como um bandido. Vou pedir uma última vez que o senhor responda à minha questão: o senhor continua afirmando que a senhora Naima Es Salah não trabalhava como empregada doméstica na sua casa?” Neste 12 de dezembro de 2012, o tribunal de grande instância de Aix-en-Provence ressoava as palavras cortantes da sua presidente.

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Imigração na França: da retórica xenófoba à realidade dos números

A França não é o primeiro destino dos imigrantes na Europa, mas o quinto, atrás do Reino Unido, Itália, Espanha e Alemanha

Na França, a instrumentalização da questão migratória tem sido usada, historicamente, pela extrema-direita. Agora, a direita tradicional rompeu a barreira republicana e não hesita em retomar essa temática e estigmatizar os imigrantes. Diante desse discurso, de convicção ou circunstância, destinado a apontar um bode expiatório para a crise econômica e social que atinge a Europa, torna-se interessante comparar a retórica com a realidade dos números.

Na França, em plena campanha eleitoral para as eleições parlamentares dos dias 10 e 17 de junho de 2012, a direita e a extrema-direita concentraram seu discurso no tema da imigração e do medo do estrangeiro. Marine Le Pen, líder da Frente Nacional (extrema-direita), e a União por um Movimento Popular (UMP – direita conservadora) são unânimes neste ponto: o maior problema da França é o imigrante, responsável pelas dificuldades econômicas e sociais do país, ou seja, o déficit público e o desemprego. Continuar lendo

Mundo terá 2 bilhoes de idosos em 2050, diz OMS

A Organização Mundial da Saúde chama atenção, por ocasião do Dia Mundial da Saúde, para aumento do número de pessoas com mais de 60 anos. Em quatro décadas, 80% dos idosos viverão em países em desenvolvimento e emergentes.

A população mundial está envelhecendo rapidamente. Em poucos anos, já haverá no mundo mais pessoas acima dos 60 anos do que crianças menores de cinco, informou a OMS. E o problema não se restringe ao países ricos.

“Muitas pessoas ainda acreditam que isso só diga respeito aos países ricos e que seja uma preocupação restrita à Europa e ao Japão. Mas isso não é verdade”, diz John Beard, diretor do Instituto para Envelhecimento e Planejamento de Futuro da OMS em Genebra. “Atualmente, os países com renda baixa e média são os que passam pelos processos de envelhecimento mais rápidos. Em 2050, haverá 2 bilhões de pessoas idosas no mundo, e 80% delas viverão em países que atualmente classificamos como emergentes ou em desenvolvimento”, alerta. Continuar lendo