Economia de energia: tudo começa em casa

Com pouco esforço, a maioria de nós poderia cortar os gastos energéticos em 25% ou mais

por Peter Miller

A foto termográfica mostra onde há desperdício de energia nesta casa antiga de New Haven, no estado de Connecticut. As manchas vermelhas e amarelas indicam perda de calor; as novas janelas de vidro duplo aparecem em tom azulado e frio. Ao impedir a saída do calor, as janelas reduzem o custo do aquecimento da casa

Já sabemos qual é o meio mais rápido e mais barato de frear o aquecimento global: diminuir nosso consumo de energia. Com pouco esforço, a maioria de nós poderia cortar os gastos energéticos em 25% ou mais – beneficiando o planeta e nosso próprio bolso. Portanto, o que estamos esperando?

Há pouco, minha mulher, PJ, e eu começamos um novo tipo de dieta. Os cientistas concluíram que o planeta está se aquecendo num ritmo mais acelerado do que se previa, e que as consequências podem ser trágicas se não reduzirmos a emissão de dióxido de carbono e outros gases associados ao efeito estufa que contribuem para aquecer a atmosfera. Qual é a ajuda que cada um de nós pode dar? Com o crescimento explosivo das emissões na China, na Índia e em outros países em desenvolvimento, as medidas individuais de contenção de energia resultam de fato em alguma diferença? Continuar lendo

Fertilizantes: Pode a agricultura destruir nosso planeta?

Saiba como é possível cultivar todo o alimento de que necessitamos com menos adubos químicos

N. Nitrogênio. Número atômico 7. Invisível e sem gosto. Mas está sempre em nosso estômago. Ele é o motor da agricultura, a chave da abundância em nosso mundo repleto de gente esfomeada

Sem esse elemento insociável, pouco propenso a se juntar a outros gases, não há como viabilizar o mecanismo da fotossíntese – nenhuma proteína pode se formar e nenhuma planta pode crescer. O milho, o trigo e o arroz, as safras de crescimento rápido das quais a humanidade depende para sobreviver, estão entre as plantas que mais absorvem nitrogênio. Na realidade, elas requerem mais nitrogênio do que a natureza consegue fornecer.

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Desaceleração do aquecimento global intriga cientistas

Cientistas estão com dificuldade para explicar uma desaceleração do aquecimento global que expôs lacunas no seu conhecimento, e eles buscam entender as causas para determinar se esse alívio será breve ou se o fenômeno é duradouro.

A maioria dos modelos climáticos, geralmente focados em tendências que duram séculos, foi incapaz de prever que a elevação das temperaturas iria se desacelerar a partir do ano 2000 aproximadamente.

Isso é crucial para o planejamento em curto e médio prazo de governos e empresas em setores tão díspares quanto energia, construção, agricultura e seguros. Muitos cientistas preveem um novo aumento do aquecimento nos próximos anos.

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Gases de dinossauros fizeram ‘aquecimento global’ jurássico

Cientistas concluem que quantidade metano emitida pelos répteis foi maior que a atual

Se pesquisadores em aquecimento global põem culpa nas criações de gado por parte do aumento de emissão de gases do efeito estufa, pior ocorreu com os dinossauros. Cientistas britânicos chegaram à conclusão, de acordo com artigo publicado na revista “Current Biology”, de que a população do saurópode, família de répteis herbívoros existente há 150 milhões de anos, lançava na atmosfera 520 milhões de toneladas de gases todos os anos. Tanta atividade intestinal, explicaram os pesquisadores, teve papel chave no aquecimento que nosso planeta passou na era mesozoica, no fim do período jurássico. Por meio de um cálculo feito a partir da quantidade de gases liberados por vacas, os pesquisadores estimaram o quanto era solto pelos répteis gigantes. Continuar lendo

10 Mitos sobre o Aquecimento Global

Por 

O clima do nosso planeta é muito dinâmico, como tudo na natureza. Mas a partir dessas mudanças, muitas pessoas criam mitos e questões. Como podemos realmente dizer que a Terra está aquecendo e os humanos são os culpados? Aqui você pode ver o que os cientistas sabem e o que não sabem sobre as mudanças climáticas.

10 – O CLIMA MUDOU ANTES

O mito: Mesmo antes do efeito estufa e dos gases liberados por ações humanas, o clima da Terra já estava mudando, e por isso nós não somos responsáveis pelo aquecimento global atual.

A ciência: As mudanças climáticas passadas sugerem que o clima reage de acordo com a energia colocada e retirada, de maneira que se o planeta acumular mais calor do que libera, as temperaturas globais vão subir.

No momento, o CO2 está gerando um desequilíbrio energético que aumenta o efeito estufa. Mudanças climáticas antigas mostram evidências de que nosso clima é sensível ao gás carbônico. Continuar lendo

ESPECIAL FENÔMENOS CLIMÁTICOS – textos sobre alguns conceitos e fenômenos climáticos mais comuns

ESCLARECENDO ALGUNS CONCEITOS

  • TEMPO E CLIMA

É muito comum haver confusão entre o que é tempo e o que é clima. Porém, estes são dois fenômenos diferentes, mesmo que se encontrem inter-relacionados.

No dia-a-dia, a previsão do tempo é a estimativa do que se espera que ocorra em termos de temperatura e de precipitação pluvial em um curto período. Nesse sentido o tempo está constantemente mudando: em um certo dia pode fazer sol pela manhã, mas chover pela noite ou podemos ter uma semana chuvosa e outra ensolarada. Já a sucessão dos tipos de tempo registrados por um determinado período é o clima. Assim, para definir o clima com maior exatidão, é necessário considerar a média das variáveis climáticas em um longo período.

  • AQUECIMENTO GLOBAL OU MUDANÇAS CLIMÁTICAS?

As mudanças do clima e o aquecimento global estão inter-relacionados, mas não são o mesmo fenômeno. Como vimos, é natural que a Terra passe por alterações climáticas, esfriando e esquentando em diferentes momentos. Em séculos passados, lagos ficaram anos congelados na Europa e longos períodos de clima estável foram sucedidos por glaciações. Outra confusão comum é pensar que qualquer evento atípico ou extremo é resultado da mudança do clima. Se, por exemplo, há um inverno muito rigoroso, ou um período muito quente, isso não significa que esteja ocorrendo uma mudança climática, pois na história do planeta sempre houve extremos de frio e de calor, independentemente desse tipo de fenômeno.

Já o aquecimento global, no contexto dos debates atuais, é realmente um aumento da temperatura além do natural – e da capacidade da atmosfera em reter calor. Em resumo, a questão do aquecimento da Terra está diretamente relacionada à quantidade de energia que entra (via radiação solar) e sai (via calor) da Terra.

Aí entra em cena a polêmica sobre as causas desse aquecimento: qual parcela diz respeito às causas naturais e qual resulta da contribuição das atividades humanas, com o progressivo aumento na concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera nos últimos 150 anos. Continuar lendo

Do Holoceno ao Antropoceno. Por outra forma de organização de vida

IHU On-line

As mudanças climáticas e o aquecimento da Terra indicam que estamos vivendo uma nova era glacial denominada de Antropoceno. A ação do homem na natureza está “promovendo alterações de grande escala na superfície terrestre há pelo menos um século” e, portanto, não é mais possível dizer que a geologia se modifica apenas em função de eventos naturais, explica Wagner Costa Ribeiro.

A ação humana acelerou o aquecimento global e, para conter os danos ambientais causados pelas mudanças climáticas, é fundamental repensar o atual modelo econômico. “Infelizmente, há uma geração bastante numerosa que acredita que a essência da vida é comprar o último eletrônico, o carro novo, a roupa nova, sendo que o telefone utilizado continua em plena condição de uso, o carro e a roupa também”, constata.

Na entrevista que se segue, concedida à IHU On-Line por telefone, Ribeiro fala das expectativas em relação a Rio+20 e enfatiza que “a crise econômica nos países centrais desestimula bastante a ousadia necessária para pensarmos um mundo organizado em outras medidas” e a possibilidade de investir em uma economia verde como alternativa para acabar com a pobreza global.

Wagner Costa Ribeiro é doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo – USP, onde leciona no Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental. É autor de A ordem ambiental internacional e de Geografia política da água. Continuar lendo