Com críticas ao capitalismo e consumismo, Mujica faz discurso épico na ONU

“O deus mercado organiza a economia, a vida e financia a aparência de felicidade”, diz presidente do Uruguai

As palavras-chave do discurso de Mujica

O discurso do presidente do Uruguai, Pepe Mujica, na 68ª Assembleia Geral da ONU, surpreendeu ao criticar o “inútel” bloqueio a Cuba, o “deus mercado” e a própria Nações Unidas: “Talvez nosso mundo necessite menos de organismos mundiais, desses que organizam fórums e conferências, que servem muito às cadeias hoteleiras e às companhias aéreas e, no melhor dos casos, não reúne ninguém e transforma em decisões…Bloqueiam esta ONU que foi criada com uma esperança e como um sonho de paz para a humanidade….A ONU, nossa ONU, enlanguece, se burocratiza por falta de poder e de autonomia, de reconhecimento e, sobretudo, de democracia para o mundo mais fraco que constitui a maioria esmagadora do planeta.” Continuar lendo

Primavera Brasileira ou golpe de direita?

Perguntas e respostas sobre um movimento que está mudando a cena do país – e cujo futuro, aberto, será decidido também por você

Por Antonio Martins Imagens: Ninja (fotos) e Pirikart (quadrinhos)

“O Brasil não é para principiantes”, disse certa vez o compositor Tom Jobim. A sabedoria destas palavras está ecoando de novo a cada dia, nas duas últimas semanas. Entre 6 e 19 de junho, uma onda avassaladora de protestos de rua resgatou a ideia de que as lutas sociais valem a pena e marcou a emergência de uma cultura política de autonomia, redes sociais e horizontalidade. Continuar lendo

Cidades em crise

Os interesses do capital imobiliário e a omissão do Poder Público fazem com que o planejamento urbano seja relegado a um segundo plano, enquanto o direito à moradia é negado a uma boa parte da população

Por Adriana Delorenzo, Gisele Brito e Glauco Faria

“Ninguém esperava que o local onde foi fundado o Jardim Edith, antes do início dos anos 1970, seria, um dia, uma das áreas mais disputadas da cidade.” A reflexão é de Gerôncio Henrique Neto, 69 anos, líder comunitário de uma favela que foi demolida por conta da Operação Urbana Água Espraiada, na zona Sul de São Paulo. As casas modestas, na maioria de alvenaria, ficavam em uma das áreas que, no início da ocupação, em 1973, estava longe de ser o que hoje é uma das áreas mais valorizadas da capital paulista. Continuar lendo