Após 65 anos sem diálogo, China e Taiwan realizam encontro histórico

Importantes representantes dos países se reuniram pela primeira vez em Nanquim após a guerra civil de 1949

Após 65 anos sem manter quaisquer laços diplomáticos, China e Taiwan realizaram nesta terça-feira (11/02) uma reunião histórica entre importantes autoridades dos dois países. É a primeira vez que diálogo entre ambas partes acontece desde o fim da guerra civil de 1949. Realizado na cidade chinesa de Nanquim, o encontro teve a presença de Wang Yu-chi, ministro do Conselho de Assuntos da China Continental do governo taiwanês, e Zhang Zhijun, diretor do Escritório para Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado chinês.

No encontro, o representante de Taiwan, Wang Yu-chi (à esq.), cumprimenta o chinês Zhang Zhijun (à dir.)

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Como ocorreu o milagre econômico de Hong Kong – os primórdios

Hong Kong, 1962

Por vinte anos consecutivos, o Índice de Liberdade Econômica, compilado pelo The Wall Street Journal e pela Heritage Foundation, classifica Hong Kong como a economia mais livre do mundo.  Este último ranking da Heritage confirma o que o Fraser Institute, do Canadá, também afirmou em seu último Índice, o qual também classificou a economia de Hong Kong como a mais livre do mundo.  O Banco Mundial, por sua vez, classifica a “facilidade de se fazer negócios” em Hong Kong como a melhor do planeta.

Embora faça parte da China desde que a Grã-Bretanha cedeu seu controle em 1997, Hong Kong é governado em termos estritamente locais.  Até o momento, o governo chinês tem se mantido razoavelmente fiel à sua promessa de deixar a economia de Hong Kong em paz.  Continuar lendo

“EUA são o pior inimigo da democracia nas Relações Internacionais”, diz filósofo italiano

Para Domenico Losurdo, crise provoca questionamentos nos fundamentos liberais, que poderão ser respondidos com ajuda da esquerda da América Latina

A crise econômica global iniciada em 2008 afetou não somente as economias das grandes potências ocidentais como também a crença desses países no liberalismo triunfante, que se iniciou após o fim da Guerra Fria. Essa é a opinião do filósofo, historiador e cientista político marxista Domenico Losurdo, que está no Brasil para uma série de atividades e palestras.

Nesta quarta-feira (02/10), ele concedeu entrevista a Opera Mundi em um hotel no centro de São Paulo, ocasião em que criticou as atitudes imperialistas belicistas dos EUA em contraponto à sua retórica em prol da liberdade e da democracia.

Ele também teceu severas críticas à social-democracia na Europa, a quem denominou de “esquerda imperial” e de possuir objetivos muito próximos aos partidos da direita tradicional, fazendo parte de um sistema “monopartidário competitivo”.

Para Losurdo, sistema político europeu vive atualmente em uma forma de “monopartidarismo competitivo”

Losurdo é professor da Universidade de Urbino, na Itália, e também de entidades como o Internationale Gesellschaft Hegel-Marx für Dialekttisches Denken e da Associação Marx-XXIesimo Secolo. Continuar lendo

Thatcher-Reagan e o neoliberalismo: a contrarrevolução travestida de reforma e modernização

A virada de período histórico operada pelo fim da URSS, pela passagem à hegemonia unipolar dos EUA e pela hegemonia do modelo neoliberal, representou um duro golpe para a esquerda. Mais além da desaparição do sistema soviético – que, antes mesmo de se avaliar sua natureza, representava um contrapeso ao bloco imperialista –, a derrota da esquerda foi de dimensões muito maiores.

Em primeiro lugar porque a crise soviética não desembocou numa solução de esquerda – como esperavam os trotskistas e poderiam supor os social-democratas –, mas numa alternativa plenamente capitalista, de direita.

Em segundo lugar, porque trouxe com ela a desmoralização do socialismo, do Estado, da economia planificada, da política, dos partidos, das soluções coletivas, junto com a desqualificação da esquerda, do movimento sindical, do mundo do trabalho.

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