De Mercator ao Google Maps

Decisões cartográficas podem fazer enorme diferença na forma como percebemos o mundo


Mapa da África por Janszoon Blaeu em 1635: “em vez de cidades, elefantes”

 

Mais ou menos na metade do impressionante e espirituoso poema do irlandês Jonathan Swift, “Sobre a Poesia: Uma Rapsódia”, o escritor satírico do século 18 volta brevemente sua atenção para os mapas da África, escrevendo:

“Assim, os geógrafos, em cartas africanas,
Com cenas selvagens preenchem as lacunas,
E no interior, inóspito e distante,
Em vez de cidades, colocam um elefante.”

Na época de Swift, os exploradores europeus haviam apenas margeado as regiões costeiras da África; seu interior permanecia, para todos os fins, um mistério. Mas, como observa o poeta, em vez de simplesmente deixar o interior do continente vazio, os cartógrafos “preenchem as lacunas” com aquilo que acreditam residir nestas regiões remotas do mundo, como estranhos macacos, leões itinerantes e “em vez de cidades, colocam um elefante”. Continuar lendo

Pesquisadores decifram o mapa mais antigo do mundo

Mapa encontrado pelos arqueólogos

Depois de quinze anos de trabalho, arqueólogos da Universidade de Zaragoza, na Espanha, terminaram de decifrar o mapa mais antigo do mundo. O pequeno pedaço de pedra, de 17 centímetros por 12 centímetros foi encontrado, em 1993, em uma caverna em Abauntz, na região espanhola de Navarra. Acredita–se que essa seja a primeira representação humana de uma paisagem.

O mapa foi feito há de 14.000 anos. Os sinais gravados na pedra indicam montanhas, curvas dos rios e boas áreas para a caça. “A paisagem descrita corresponde exatamente à região geográfica”, disse a pesquisadora Pilar Utrilla. A pesquisa, publicada no Journal of Human Evolution, facilita a compreensão de como era a capacidade de percepção espacial e planejamento e organização da caça dos primeiros humanos modernos. Continuar lendo

26 mapas que vão fazer você entender melhor o Mundo

1. Mapa de “Pangeia” com as fronteiras internacionais de hoje

2. Países onde o Google Street View está disponível

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Opinião: Regulação da Cartografia para orientar o crescimento do Brasil

Arnaldo Jardim*

A infraestrutura cartográfica e a informação geoespacial ganham cada vez mais importância no exterior a ponto de algumas instâncias internacionais a considerarem  instrumento imprescindível para projetar o futuro.

O Comitê Geoespacial da ONU estima que, em 10 anos, a informação geoespacial, reproduzida por métodos cartográficos, se tornará tão fundamental quanto à energia elétrica, com os governos atuando mais como regulador do que produtor deste tipo de serviço.

No Brasil precisamos avançar para que este instrumento se modernize e se fortaleça. A tradição cartográfica brasileira vem de longa data e comumente se mistura às competências geográficas, geológicas e estatísticas. D. Pedro I já havia demonstrado enorme preocupação em levantar informações sobre o território e a população, ao criar Comissão de Estatística Geográfica, em 1830, e buscar universalizar os mapas, por meio da venda, a preços módicos.

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