Brasil se aproveita do sonho de Bolívar

Unificar os doze países da América do Sul para livrá-los da tutela norte-americana: no Brasil, o projeto de integração é unanimidade. Reunindo patrões e sindicalistas, movimentos sociais e representantes do governo, tal mobilização poderia, entretanto, facilitar o surgimento de uma nova hegemonia

por Renaud Lambert

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Qual o futuro dos BRICS?

Na atual situação em que existem cerca de 8-10-12 protagonistas de poder geopolítico significativo, os BRICS são definitivamente parte da nova estrutura geopolítica multipolar. Mas são tantas incertezas sobre a crise estrutural do sistema-mundo que, tal como o próprio conceito da globalização, os BRICS podem se revelar como um fenômeno passageiro.

Immanuel Wallerstein

Em 2001, Jim O’Neill, então presidente de gestão de ativos do Goldman Sachs, escreveu um artigo aos seus assinantes intitulado “O Mundo precisa de melhores BRICs econômicos”. O’Neill inventou o acrônimo para descrever as chamadas economias emergentes do Brasil, Rússia, Índia e China, e para recomendá-las aos investidores como o “futuro” econômico da economia-mundo.

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Boaventura Santos: Chávez e o papel do carisma

Para sociólogo português, identificação com governante popular pode mobilizar e conscientizar. Problema é que termina com a morte

Por Boaventura de Sousa Santos, no site de Ladislau Dowbor

Morreu o líder político democrático mais carismático das últimas décadas. Quando acontece em democracia, o carisma cria uma relação política entre governantes e governados particularmente mobilizadora, porque junta à legitimidade democrática uma identidade de pertença e uma partilha de objetivos que está muito para além da representação política. As classes populares, habituadas a serem golpeadas por um poder distante e opressor (as democracias de baixa intensidade alimentam esse poder) vivem momentos em que a distância entre representantes e representados quase se desvanece. Continuar lendo