À beira da guerra civil

Viktor Yanukovych tenta evitar o pior, mas a tensão cresce dia a dia

Os opositores ainda ocupam 4 prédios governamentais e exigem a demissão do presidente

Na noite de quinta-feira 30, a Ucrânia parecia à beira de uma guerra civil. Com problemas respiratórios e febre alta em seu palácio de cinco andares 40 quilômetros ao norte de Kiev, o presidente Viktor Yanukovych, de 63 anos, postou no website presidencial: “O governo cumpriu todas as suas obrigações”. E emendou: mas a oposição política continua a protestar. E como. Na Praça da Independência, imagens televisivas mostravam uma catapulta apenas, construída pelos manifestantes. Objetivo: arremessar paralelepípedos contra o Parlamento. Mais conhecido como Rada, nessa semana aprovou uma lei para anistiar centenas de manifestantes detidos ao sabor de leis draconianas a proibir protestos públicos e censurar a mídia, impostas pelo presidente. Continuar lendo

Após fugir da pobreza, milhares de haitianos enfrentam discriminação no Chile

Subempregos e preconceito racial são realidades cotidianas dos imigrantes no país sul-americano

A entrevista com o presidente da OSHEC (Organização Sociocultural dos Haitianos do Bairro Estación Central) estava marcada para as 13h. Adneau Desinord, de 27 anos, precisava daquela manhã para descansar, depois de cobrir o turno da madrugada, no posto de gasolina onde trabalha como frentista, em Santiago.

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Às 8h, pouco depois de deixar o trabalho, Desinord liga pedindo para adiantar a conversa para as 9h30. Seu chefe havia pedido que voltasse para cumprir o horário das 14h às 20h. “Não posso dizer que não, para não perder o trabalho, e também porque se não faço turnos extras. Não sobra nada além do dinheiro para os gastos básicos”, se justifica.

Desinord vive no Chile desde 2009. Os sacrifícios laborais não são algo raro em sua vida e a mesma regra serve para a maioria dos haitianos que vivem no país. “Estamos sempre sujeitos às piores tarefas, horários e condições”. Entre os cerca de 300 compatriotas associados à OSHEC, são raros os que não possuem experiências profissionais degradantes, afirma o presidente.

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