A Aliança do Pacífico e seus progressos

O acordo de integração é o mais ambicioso e promissor das Américas

A Aliança do Pacífico (AP) é provavelmente o tema mais candente da atualidade na integração econômica da América Latina. Vejamos por quê. Criada há pouco mais de dois anos, ela prevê uma integração de grande envergadura entre Chile, Colômbia, México e Peru, e se tornou rapidamente o mais ambicioso e promissor acordo de integração nas Américas. Os encontros internacionais abordam o tema com grande interesse, como ocorreu na reunião do Fórum Econômico Mundial, no final de janeiro em Davos. Não é de se estranhar que 25 países tenham solicitado a condição de observadores da AP, entre eles Estados Unidos, Canadá, China e Japão, além de latino-americanos como Costa Rica, Panamá e Uruguai. A Costa Rica já formalizou sua solicitação de adesão à AP. Com um PIB combinado de mais de 2 trilhões de dólares, um mercado de 209 milhões de pessoas e quase 10.000 dólares de renda per capita, é um mercado muito interessante para os investidores locais e estrangeiros. Representa 35% do PIB da América Latina, maior que o Brasil em termos de população e produto interno bruto. E, como suas economias são muito abertas, a AP concentra mais de 41% do comércio da América Latina com o resto do mundo. Continuar lendo

O Brasil, EUA e o “Hemisfério Ocidental”

Washington deve sufocar militarmente ações comuns da América do Sul, propôs teórico geopolítico norte-americano mais influente no século XX. Em que medida proposição prevalece?

Por José Luis Fiori

As terras situadas ao sul do Rio Grande constituem
um mundo diferente do Canadá e dos Estados Unidos. 

E é uma coisa desafortunada que as partes de fala inglesa e latina
do continente 
tenham que ser chamadas igualmente de América, 
evocando similitudes entre as duas que de fato não existem

N. Spykman, “America´s Strategy in World Politics”

Tudo indica que os Estados Unidos serão o principal contraponto da política externa brasileira, dentro do Hemisfério Ocidental, durante o século XXI. E quase ninguém tem dúvida, também, de que os EUA seguirão sendo, por muito tempo, a principal potência militar, e uma das principais economias do mundo. Por isto é fundamental compreender as configurações geopolíticas da região, e a estratégia que orienta a política hemisférica norte-americana, deste início de século. Continuar lendo

Brasil se aproveita do sonho de Bolívar

Unificar os doze países da América do Sul para livrá-los da tutela norte-americana: no Brasil, o projeto de integração é unanimidade. Reunindo patrões e sindicalistas, movimentos sociais e representantes do governo, tal mobilização poderia, entretanto, facilitar o surgimento de uma nova hegemonia

por Renaud Lambert

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Mercosul é “inviável” no atual formato, diz Mujica

Presidente do Uruguai enviará carta a líderes dos países-membros do bloco pedindo urgência para mudanças

O presidente do Uruguai, José Mujica, prepara uma carta aos líderes dos outros países-membros do Mercosul (Brasil, Argentina e Venezuela) em que pedirá uma conversa franca  para se discutir os rumos futuros do bloco. O chefe de Estado uruguaio entende que, “nas condições atuais em que se encontra, a organização é inviável”. A declaração de Mujica, publicada na revista semanal Búsqueda, foi transmitida por uma fonte do Executivo uruguaio que preferiu não se identificar.

A preocupação do presidente, segundo essa fonte, é não saber o que se fazer com o bloco. “Vamos voltar a ficar quietos ou tomaremos em conta algumas coisas que deveríamos fazer? Isso é a primeira coisa a se resolver. E a segunda é com quem e para onde”, diz a fonte, citando Mujica.
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