Às vésperas de uma nova corrida nuclear

Como a hipocrisia dos tratados internacionais e o declínio moral dos Estados Unidos estão gestando risco de rearmamento atômico generalizado

Por Immanuel Wallerestein | Tradução: Antonio Martins

Os Estados Unidos e o Irã estão envoltos em negociações difíceis sobre a possível obtenção, por Teerã, de armas nucleares. A probabilidade de estas negociações resultarem numa fórmula aceita por ambas as partes parece relativamente baixa, porque há, em ambos países, forças poderosas que se opõem frontalmente a um acordo e estão trabalhando com afinco para sabotá-lo.

A visão mais comum, nos Estados Unidos e na Europa Ocidental, é de que se trata, principalmente, de manter um país que se presume inconfiável, o Irã, distante de armas que poderiam ser usadas para se impor diante de Israel e do mundo árabe, em geral. Mas este não é o ponto, definitivamente. Os riscos de o Irã usar uma arma nuclear, se chegar a possuir alguma, não são maiores que os relacionados a cerca de dez outros países, que já têm este armamento. E a capacidade do Irã para proteger as armas contra roubo ou sabotagem é provavelmente maior que a da maior parte dos países.

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Limpeza de Fukushima vai demorar mais de 40 anos, diz agência nuclear

Após vazamentos e invasão de ratos, a Agência Internacional de Energia Atômica pediu para a empresa administradora de Fukushima “melhorar a confiabilidade de sistemas essenciais”, crucial para “a integridade estrutural das instalações do local” e “para melhorar a proteção contra perigos externos”.

Common Dreams

Os operadores da danificada usina nuclear japonesa de Fukushima devem começar a agir conjuntamente e estabilizar os “sistemas essenciais” da usina, afirmou a Agência Internacional de Energia Atômica nesta semana, dizendo que provavelmente levará mais de 40 anos para desativar corretamente o local.

Em foto tirada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) no dia 17 de abril de 2013, são mostrados membros da Divisão de Tecnologia de Ciclo e Resíduos do Combustível Nuclear da AIEA inspecionando a sala de controle da unidade um e dois prédios de reatores da danificada usina nuclear de Fukushima Dai-chi, em Okuma, província de Fukushima.

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Coreia do Norte aceita suspender programa nuclear em troca de ajuda alimentar

Estão suspensos o enriquecimento de urânio e os testes nucleares; visitas da AIEA voltam a ser permitidas

O governo da Coreia do Norte aceitou a paralisação de seu programa nuclear em troca de um pacote de 240 mil toneladas de alimentos dos Estados Unidos. O anúncio do acordo foi divulgado nesta quarta-feira (29/02) pelos dois países. Com a decisão, estão suspensos o enriquecimento de urânio e os testes de armas nucleares, como por exemplo, os mísseis de longo alcance, segundo o Departamento de Estado dos EUA. Continuar lendo