Como a cisão sunita-xiita divide o mundo

A Arábia Saudita não se recusa a ocupar seu assento no Conselho de Segurança da ONU somente por causa da Síria, é também uma resposta à ameaça iraniana.

Robert Fisk

A petulante decisão da Arábia Saudita de não ocupar seu assento entre os membros sem direito a voto no Conselho de Segurança da ONU, algo sem precedentes entre os membros da Organização das Nações Unidas, tinha como objetivo expressar o descontentamento da monarquia ditatorial com Washington, que se recusou a bombardear a Síria depois do uso de armas químicas em Damasco. Mas também representou o medo dos sauditas de que Barack Obama possa responder às aberturas iranianas para uma melhor relação com o Ocidente.

O chefe da inteligência saudita, o príncipe Bandar Bin Sultan, amigão do presidente George W. Bush durante os 22 anos em que foi embaixador em Washington, já bateu no seu tamborzinho de lata para avisar os estadunidenses que a Arábia Saudita vai fazer uma “grande mudança” em sua relação com os EUA, não porque eles deixaram de atacar a Síria, mas pela inabilidade em promover um acordo de paz entre Israel e Palestina. Continuar lendo

Cresce debate em Israel sobre criação de Estado binacional com Palestina

Especialistas acreditam que, com os quase 200 assentamentos israelenses na Cisjordânia, a separação torna-se cada vez mais impossível

Ativista segura bandeira palestina perto de uma tenda recém montada no vilarejo de Beit Iksa, na Cisjordânia, entre Ramallah e Jerusalém Foto: Mohamad Torokman / Reuters

Em vista da paralisação do processo de paz entre israelenses e palestinos e da crescente colonização dos territórios ocupados, a solução baseada em dois Estados torna-se mais distante e a discussão sobre a possibilidade de que os dois povos vivam juntos em um Estado binacional faz-se mais frequente.

Desde a assinatura do acordo de Oslo, pelo lider palestino Yasser Arafat e pelo primeiro-ministro de Israel Itzhak Rabin, em 1993, o número de colonos israelenses que vivem na Cisjordânia quase quadriplicou. De 100 mil colonos naquela época, a população israelense nos territórios ocupados cresceu para cerca de 380 mil.

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