Tráfico de pessoas

Especialista acredita que a feminização da pobreza seja o principal motivo de tantas vítimas da rede de comércio internacional para fins sexuais

“A s mulheres vítimas do tráfico são, antes de tudo, vítimas do abandono social, da falta de políticas públicas. Muitas daquelas que passaram pela experiência da exploração sexual fora do País preferem não voltar para o Brasil, pois sabem que aqui não encontrarão perspectiva de trabalho, acompanhamento médico, muito menos acolhimento social ou familiar”. A afirmação é da advogada e assistente social Tânia Teixeira Laky de Sousa, autora da pesquisa “Tráfico de Mulheres: Nova Face de uma Velha Escravidão”, que foi apresentada pela primeira vez no III Simpósio Internacional para o Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em Campo Grande (MS) no dia 20 de junho deste ano.

Para Tânia Teixeira Laky, é a feminização da pobreza o principal motivo de tantas vítimas da rede de tráfico internacional para fins sexuais. “Estão atrás de emprego; aqui, não encontram perspectivas. O que os governos vêm fazendo para estancar o êxodo? Como estão cuidando das mulheres que passam por esse trauma e voltam para o Brasil? Nada. Nenhuma política pública séria e de resultados reais está sendo trabalhada no País”, garante a pesquisadora. Continuar lendo

Entre o global e o local

Pensar uma geografia histórica para o Brasil requer que nos voltemos para as questões nacionais, de modo a inquiri-las tanto no passado quanto no presente

Diogo da Silva Roiz*

A densidade geográfica de nossa formação e de nossa atualidade impõe um forte conteúdo de particularidades nacionais a serem levantadas e interpretadas pelos geógrafos, cuja explicação adequada aparece como condição para se propor um projeto viável de nação para o Brasil. Explicitar posicionamentos metodológicos, adestrar o instrumental analítico com que se opera, bem como clarificar conceitos e teorias utilizadas são fundamentos prévios ao propósito de gerar uma geografia que oriente a instalação da modernidade que queremos para o País. Para tanto, temos que abandonar o ideal de buscar de imediato uma utopia celeste (o céu na Terra) e superar a desesperança do inferno presente. É o que anima o caminho na trilha do purgatório… (Moraes, 2009, p. 150). Continuar lendo